sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Bola de trapos, edição de 20 de setembro de 2019 no Diário do Alentejo

José Saúde
Luso Serpense
Fundada a 18 de maio de 1919 a Sociedade Luso União Serpense é uma coletividade lúdica que tem dedicado a sua solidez de afirmação não só à componente cultural mas também à área desportiva. Voando nas impetuosas asas do vento, viajo pelas escarpas de outras eras, visiono baús entulhados em teias de aranha, ouvi outrora gentes que infelizmente já não estão entre nós e, num clarão imenso sobre o universo desportivo que nos rodeia, resolvi escalpelizar conteúdos de uma agremiação que muito diz à novel cidade de Serpa. O Luso nos anos de 1930 e 1940, especialmente, foi um grémio que marcou estirpes de pessoas, sendo a equipa de futebol formada na base de jogadores conhecidos na altiva arte e que a região justamente ovacionou. Nesses tempos, o Luso era uma turma difícil de bater, mormente em dérbis regionais, uma vez que a competição se cingia tão-só a meras petisqueiras após os embates, sendo um dos seus rivais o clube da terra que dava pelo nome de “Gatos Foot-Ball Club Serpense”. Em 1938 o Luso, que normalmente se fazia representar com o dirigente Manuel Lobo à frente da equipa, sendo o massagista um indivíduo com a alcunha de Carapau, apresentava o seguinte onze: Zé Camacho, Pitorra, António Lobo, Zé Guerreiro, Chico Rola, Francisco Lobo, Evaristo, Idalécio, Liso, Zé e Chico Embica. Assim, não obstante a árdua jornada a intrínsecos teores soterrados em memórias já gastas pelo evoluir da idade, eis-nos num profícuo reconhecimento a uma Sociedade que mantém a sede na rua Pedro Anes nº 15, em Serpa, e cujas paredes respiram saudade embutidas em poros literalmente refeitos pela indeclinável transição dos tempos. O lugar, propício a cavaqueiras, dava charme aos sócios que mui honradamente faziam da associação o altar para os francos convívios. Desportivamente a coletividade sempre norteou os seus primórdios a uma das modalidades às quais confiou o seu nome, o ténis de mesa. Azedo Bentes é um homem que se dedica à causa com amor e paixão. Foi ele que incutiu um maior gosto a uma circunstância que ganhou consistência e que catapultou a agremiação para patamares superiores do ténis de mesa nacional. Por outro lado, na época 2011/2012 o futebol ressurgiu no Luso, onde a equipa participou no campeonato distrital do Inatel até à temporada de 2017/2018. E se é verdade que este tipo de jogo se encontra por enquanto suspenso, é, por outro lado, conveniente enaltecer o regresso das massas urbanas às competições amadoras no que respeita aos aludidos jogos populares, uma singularidade que fez da associação um verdadeiro mundo adicional não só para os sócios, assim como para a população em geral. Neste contínuo vaguear sobre acontecimentos apaixonantes, resta acrescentar que os serpenses mantêm a modalidade de BTT ativa, o que deixar antever que o Luso está vivo e recomenda-se.
Fonte: facebook de Jose saude

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