Mósca
Cuba,
vila que remete o mais cortês cidadão para a época da pré-história,
existindo ainda vestígios de uma ocupação romana, é uma terra onde os
princípios desportivos nos encaminham para o ano de 1904, sendo que, por
essa altura, a modalidade de ciclismo apresentava-se como o ex-libris
de um povo que ainda hoje alimenta essa primazia pelo cosmos
velocipédico. Porém, a 5 de março de 1932, e quando o vício do jogo da
bola imperava pelo mais recôndito lugar deste solo lusitano, José
Joaquim Cabaça encarregar-se-ia em juntar um grupo de jovens e fundou o
Sporting Clube de Cuba. A evolução futebolística na terra fora sempre
acarinhada com distinção, e das suas célebres escolas deram à estampa
excelentes jogadores. Desse rol de predestinados, citamos António José
Perdigão Mósca, nascido em Serpa no dia 9 de janeiro de 1953. Filho de
um antigo guarda republicano, deambulou por Ficalho, Beringel e fixou-se
finalmente em Cuba. Mósca, como as crianças da sua idade, começou nos
jogos de rua e estreou-se, oficialmente, pela equipa de iniciados do
Sporting local. Na época de 1969/1970 ingressou nos juvenis do
Desportivo de Beja mas essa passagem foi efémera. Com a idade de júnior
regressou à casa mãe, seguindo-se algumas temporadas, já como sénior, a
defender o emblema cubense. Na temporada de 1975/1976, aceitou um
convite do Desportivo e ei-lo de regresso à urbe paxjuliana. “Quando
cheguei ao Desportivo o treinador era o Torpes. O Torpes, nos treinos da
pré-época, meteu-me a jogar a extremo esquerdo, dado que eu chutava bem
a bola com os dois pés. Acontece que um dos centrais, o Lameira,
lesionou-se e a opção da sua substituição passou por mim. Agarrei de tal
maneira a oportunidade que as seis épocas que estive no Desportivo fui
sempre titular como central”. O futebol é, contudo, uma modalidade onde
as maroscas proliferam e Mósca conta uma das suas hilariantes histórias:
“Quando o Nói Madeira chegou ao Desportivo apostou na dupla de centrais
formada pelo Chico Fernandes e o João Madeira. Só que no primeiro jogo
do campeonato, em Almada, o Nói jogou com três centrais onde me incluía,
o certo é que fiz uma boa exibição e no jogo seguinte rodou o João
Madeira para o meio campo a jogar ao lado do Zé António, eu permaneci
como central e por lá me mantive”. Para memória futura evoco, com
saudade, a constituição de um onze bejense que na temporada de 1980/1981
disputou o campeonato nacional da segunda divisão: Pacheco; Alves,
Chico Fernandes, Mósca e Osvaldo; Pinheiro, Zé António e Formoso;
Hilton, Ameixa e Mirobaldo. Como assevera o povo “o bom filho à casa
torna”, com efeito, Mósca, na temporada seguinte, 1981/1982, regressou
ao Sporting de Cuba como jogador/treinador e logo mostrou trabalho na
descoberta de talentos, sendo Manel Abundância um desses exemplos. Aos
37 anos pendurou as botas e teve, também, passagens como técnico nas
seleções jovens da AF Beja.
Fonte: Facebook de Jose Saude.
Fonte: Facebook de Jose Saude.
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