Bola de trapos, edição de 8 de novembro de 2019 no Diário do Alentejo

José Saúde
Sporting Ferreirense

Num auspicioso investimento feito a eternas memórias desportivas, viajamos até Ferreira do Alentejo e damos conta da fundação do Sporting Clube Ferreirense a 30 de junho de 1955. Manuel Trincalhetas, figura mítica do mundo do futebol do antigamente, pegou num grupo de jovens que estudavam no Colégio D. Nuno Álvares Pereira e, de entre outros, colocou a rapaziada a extasiar-se com o prazer do jogo. Desse lote de jogadores constavam: Guia, António Raposo, Aniceto, Zé Casimiro, Marcolino, Rogério, Matias, Leonel, Zé Manel Pita, Francisco Santos, Zeca, Joaquim Pedro e Armando. A curiosidade do resolvido episódio encaminha-nos para um desafio em que a equipa defrontou, numa final, a sua congénere do Liceu de Beja, sendo que o desafio contou para o campeonato da extinta Mocidade Portuguesa. Aconteceu que o embate registou um empate a zeros, mas o título fora dado à equipa ferreirense visto que ao longo do encontro averbou mais cantos apontados a seu favor. É óbvio que o êxito conseguido expandiu-se pelo povoado, e o padre Alcobia, atento à euforia constatada, assumiu-se como uma das figuras proeminentes que liderou o processo de nascimento e o consequente desenvolvimento de um clube que jamais parou com o seu processo evolutivo. Na componente competitiva o Sporting Ferreirense tem somado títulos nos vários escalões o que fazem do emblema um dos inolvidáveis históricos da AF Beja. O futebol feminino, nomeadamente, afirmou-se no plano regional e também nacional, o mesmo sucedendo com o futsal. Com uma sede própria e um novo campo de jogos denominado como Estádio Municipal, onde, aliás, está instalado um magnífico piso sintético, o Ferreirense é um clube merecedor de respeito e sobretudo digno de apreço perante adversários que há muito reconhecem o seu desígnio desportivo. Não vão longe os tempos em que o Ferreirense militou, em seniores, no antigo campeonato nacional da terceira divisão. Tempos áureos que a certa altura resvalaram para um pontual adeus ao escalão principal. Por outro lado, a formação foi e é matéria de capital importância que os dirigentes jamais negligenciaram. É certo que o futebol sénior se apresentou, em tempos passados, como uma das suas verdadeiras coroas de glória, tanto mais que o velhinho campo D. Diogo Passanha, em terra batida, fora palco de excelentes tardes futeboleiras onde o povo, sempre uníssono, libertava gáudios de aprimorada quimera. O pessoal mais entradote ainda agora recorda, com saudade, o antigo campo das Fontainhas, dado que foi nesse espaço que foram dados os primeiros pontapés na bola à séria na sumptuosa vila. O Sporting Ferreirense, fazendo jus à sua fidedigna dedicação, participará na presente época, 2019/2020, com os escalões de Sub-23, juniores, juvenis, infantil, benjamins, traquinas e petizes nas competições da AF Beja, e de futsal sénior feminino a nível nacional.
Fonte: FaCEbook de jose Saude