sábado, 11 de janeiro de 2020

Bola de trapos, edição no Diário do Alentejo de 10 de janeiro de 2020

José Saúde
Árbitros de hóquei em patins
A ténue brisa que amiúde teima em soprar-me no rosto, transporta o escriba para o imensurável painel de deslumbrantes cores e onde se vislumbram acontecimentos desportivos que nos enchem de orgulho. A temática sobre o hóquei em patins sempre me despertou interesse. O recordar doutras eras levam o amante do desporto à inevitabilidade em esmiuçar imagens que marcaram momentos extraordinariamente históricos no reino desta circunstância. O hóquei em patins é tão-só um dos vértices da patinagem que sofreu, tal como toda a sua estrutura física e humana, uma evolução estrondosa na região. Beja é uma urbe que acarinhou uma modalidade que se estende pelo hóquei, patinagem artística e velocidade. Longe vão os tempos em que o Ateneu, Despertar, Pax Júlia e Desportivo se defrontavam no ringue do Jardim Público para mais um dérbi, mas sob o minucioso olhar de uma assistência que enchia os espaços em redor do palco onde o jogo evoluía. Desses gloriosos períodos da arbitragem bejense, fica a imagem de Manuel Ferreira, vulgo “pé de ginja”, na arte de bem conduzir um singelo duelo na sua plenitude. Seguiu-se Manuel Soares, o primeiro bejense a atingir o Quadro Principal do então Conselho Central de Arbitragem da Federação Portuguesa de Patinagem e a sua subsequente internacionalização. Mais tarde Joaquim Catrapona, Luciano Reis e José Felício, alcançaram o lote de árbitros que ajuizaram jogos da primeira divisão nacional. Em 1998, após a reestruturação da arbitragem nacional, Fernando Fitas obteve nota que lhe deu acesso ao Quadro A e fez dupla com Joaquim Catrapona. Claro que o progredir do tema arbitragem não caiu em saco roto. Cresceu e dimensionou-se de uma forma substancialmente ordeira. Recuando no tempo, lembro que a 13 de março de 1976 foi fundada a Associação de Patinagem do Alentejo e Algarve, sendo que mais tarde houve uma separação ficando o organograma assim estabelecido: Associação de Patinagem do Alentejo, AP Algarve e AP Setúbal. Atualmente decorre um processo burocrático que visa o regresso às origens, isto é, voltar à sigla inicial, Associação de Patinagem do Alentejo e Algarve. Seja como for a arbitragem do hóquei em patins em Beja está viva e recomenda-se. Basta um breve olhar relativo à época 2019/2020 e logo nos deparamos com três árbitros no Quadro A da FPP: Jaime Vieira, internacional, João Catrapona e João Filipe Martins. Acontece que Jaime Vieira, que leva mais de uma década como árbitro do Quadro A, padece de uma lesão que o impediu terminar as provas físicas, obrigando-o a uma paragem forçada. Todavia, fica o registo que o último jogo internacional que por agora Vieira dirigiu, foi em Mérignac, Bordéus, França. Beja é, afinal, uma urbe onde sempre existiram juízes de ringue que enaltecem a mítica componente onde requintadamente agem. Bem-haja a vossa voluntariedade!
Fonte: Facebook de JOse Saude

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