“O
basquetebol tem sido tudo para mim. Sou a pessoa que sou hoje devido a
tudo o que recebi do desporto e, em particular, desta modalidade. As
grandes amizades e os grandes momentos do meu dia a dia são uma
consequência do que o desporto me ofereceu. Apenas tento retribuir e
fazer tudo, diariamente, para que outros tenham estas experiências e as
paixões riquíssimas que o desporto nos proporciona”.
Texto Firmino Paixão
Caminha para os 30 anos. Nasceu em Beja e
deixou-se fascinar pelo desporto. Aos quatros anos já praticava karaté,
mas também jogou futebol, hóquei em patins, ténis e praticou natação.
Por fim, apareceu o basquetebol, aos 12 anos e como na vida há sempre
opções a tomar, a sua foi pelo desporto que mais o “fascinou”.
O basquetebol é a modalidade que pratica,
que ensina e que coordena sob a tutela do Beja Basket Clube. Pedro
Severino é um jovem apaixonado pela sua cidade, pelo desporto em geral e
pelo basquetebol em particular. Por isso, diz que todos os dias
trabalha “com o objetivo de melhorar os nossos atletas, transmitir-lhe a
paixão pelo jogo e contribuir para o desenvolvimento do clube e da
cidade”.
Essa paixão, esse fascínio, sentiu-o logo
em criança, e conta que “o desporto e a natureza foram indispensáveis”
na sua educação. “Com os meus pais, principalmente com o meu pai, que
era treinador de karaté, tínhamos sempre atividades para fazer, fosse
pelo desporto ou através da natureza. Recordo-me de montar a cavalo, de
assistir a corridas de galgos, nadar, pescar e participar em competições
de karaté, coisas que preenchiam o meu tempo de uma forma riquíssima e,
provavelmente, me levaram no caminho do desporto”.
Pedro Severino iniciou a sua formação
escolar no Jardim Nossa Senhora da Conceição, até ao 4º ano. Esteve na
Escola Mário Beirão até ao 9º ano, onde teve o primeiro contacto com o
basquetebol, e daí transitou para o antigo liceu, para frequentar o
Curso Tecnológico de Desporto. Desses tempos, recorda que foi através
dos estágios proporcionados pelo curso que começou a sua ligação “à área
do treino”. “Fui treinador de mini básquete pela primeira vez. Devido à
influência do Luís Caramba, também tirei o curso de árbitro federado de
basquetebol e comecei aos 16 anos a arbitrar jogos”.
Concluído o secundário, como técnico de
desporto, estagiou na secção de basquetebol do Despertar Sporting Clube
até se candidatar ao ensino universitário. “Finalizei a licenciatura em
Ciências do Desporto, na Universidade de Coimbra, mas o meu sonho sempre
foi ter o desporto como primeira opção de vida. Sou um apaixonado por
atividades desportivas e sabia que, a nível profissional, esse iria ser o
meu caminho. Se pudesse conciliar essa opção com a modalidade que é a
minha paixão, então a minha escolha seria sempre o basquetebol”.
Habilitado com a licenciatura e com o curso de treinador de nível II,
regressou a Beja, onde adquiriu formação mais específica.
Como jogador, iniciou-se no Despertar,
influenciado por “duas pessoas que refiro como principais dinamizadores
da modalidade e que me transmitiram esta paixão: o Luís Caramba e o João
Margalha”. A fundação do Beja Basket Clube aconteceu um ano depois da
sua ida para Coimbra, onde treinava. Aos fins de semana vinha jogar a
Beja. Porém, a sua dedicação era muita e nunca falhava a um treino.
“Treinava no Clube PT Coimbra, mas tarde
CAD Coimbra. Em determinada altura o treinador fez-me o convite para
jogar na equipa e disputar o nacional de sub/20. Começou aí a minha
aventura, por Coimbra, no basquetebol, Atingimos uma segunda fase do
nacional de sub/20 e depois, em seniores, uma segunda fase do Campeonato
Nacional de Basquetebol (CNB) 2”.
Mais adiante, integrando a equipa
universitária que disputava o campeonato nacional, participou num
europeu universitário, realizado na Croácia. Como jogador avalia-se como
“competitivo e trabalhador”, mas muito cedo iniciou a sua atividade de
treinador e, nessa vertente, refere ter tido “o prazer de treinar
pessoas que atingiram níveis desportivos incríveis, mas também outros
atletas que foram excecionais, cada um à sua maneira”.
“Destaco três atletas com quem partilhei o
treino e que atingiram níveis de seleção nacional, através da sua
capacidade de trabalho e dedicação: Pedro Lança, Vasco Lança e Carmo
Cruz. Em Beja existem outros atletas com essa capacidade, mas com muito
trabalho pela frente”, garante.
Atualmente, Pedro Severino é o
coordenador técnico do Beja Basket Clube e sublinha que essa sua ligação
profissional “começou através de uma nova direção liderada por duas
pessoas incríveis, que tudo fizeram para criar condições para o
crescimento desportivo do clube: o presidente João Margalha e o
vice-presidente Rui Palma”.
Nestas funções, promove e ensina a
modalidade junto de infantários e em ‘ateliers’ de tempos livres. “São
momentos de uma riqueza incrível, na partilha de experiências diárias
com crianças. A ingenuidade e felicidade com que estes meninos e meninas
realizam as atividades é algo verdadeiramente incrível”.
Haverá algum sonho por concretizar?
“Claro! Fazer com que o Beja Basket Clube e a nossa cidade sejam uma
referência do basquetebol nacional, ao nível da formação. Fazer o clube
crescer todos os dias e evoluir de modo a permitir que mais pessoas
tenham interesse pela modalidade. Em termos pessoais, quero atingir o
nível de representar o nosso País, seria um belo sonho”, conclui.
Fonte:https://diariodoalentejo.pt
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