Teias
Se o
viandante desportivo sempre viveu entusiasticamente o universo do
fenómeno, é admissível que agora esbarre em confinadas teias que lhe
permitem analisar conteúdos por ora observados. Analisando a coisa por
um outro prisma, a evolução do prodígio deu aso à aparição de eventuais
cáusticos aventureiros que armadilharam um campo em que os mais
prudentes almejam somente a isenção de atropelos. A maravilha desportiva
atingiu um boom que transformou o futebol em conveniências pessoais,
sendo que os profetas do nada evocam, com crença, as suas pomposas
retóricas. Considero que a ocasião seja propícia para lançar a pergunta:
será que na profética homilia se consiga destrinçar o trigo do joio
quando o povão vota no futuro candidato para gerir os destinos do seu
clube? Depois o que sobra para as coletividades? Sobram tão-só
indeléveis teias que se dissipam na tenuidade de um horizonte
imaginariamente inconstante. O covid-19 levou o adepto a mergulhar num
oceano de incertezas e magicar que o domínio dos mais fortes poderá ser
uma falsa questão. Aliás, os presumíveis donos dos quartéis viajam agora
pelo reino dos silêncios e a paragem da atividade, onde proliferam as
diversas modalidades, trouxe à estampa outras realidades. Os dirigentes,
agora amigos, dão as mãos e em redor de uma mesa reclamam o regresso às
competições, uma primazia a que todos agrada. Os negócios dos milhões
estão suspensos e as transferências dos craques adiadas, daí que o
pilim, como é lógico, comece a escassear. Mas, os seres pensantes,
dignos de uma exequível credibilidade, aconselham calma. Falam do
cumprimento das regras sanitárias e propõem restrições ao espetáculo que
não pode nem tão-pouco deve desprezar as condições de segurança do mais
vulgar cidadão. Sabendo-se que a nossa realidade distrital em nada se
assemelha com as grandes potências do futebol profissional, é justo que
introduzíssemos neste espaço uma temática sobre a componente amadora e
debitássemos a razão pela qual o final da época, 2019/2020, na AF Beja
tivesse sido dada por terminada, concluindo-se que não haverá campeões. O
surto epidémico foi determinante para o términus das provas e os
emblemas que se preparavam para festejar mais um êxito viram no covid-19
o capital adversário que lhes interrompeu o hastear das bandeiras do
cobiçoso sucesso. E são estas as supremas teias pandémicas que, numa
temporada atípica, caíram a pique na contextualização regional e
sobretudo em dirigentes que viram todo o seu trabalho suspenso. Resta
deixar um bem-haja a todos os que se empenharam ao longo de uma jornada
de trabalho, inesperadamente interrompida, restando a convicção que
complexidade do covid-19 não irá futuramente trazer, em princípio,
problemas acrescidos. Que a próxima época vos traga os ambicionados
objetivos, que o vírus já tenha sido dizimado e que a alegria do povo
regresse aos recintos desportivos!
Fonte: Facebook de Jose saude
Fonte: Facebook de Jose saude
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