Um
novo paradigma no presente e para o futuro do futebol distrital é uma
ideia expressa pelo presidente da Associação de Futebol de Beja, Pedro
Xavier, no balanço de uma época imprevisível e adversa.
Texto e Foto Firmino Paixão
O dirigente revela tranquilidade quanto
às decisões do presente e mostra confiança no futuro, sentimentos
alicerçados na ideia de que “com o trabalho desenvolvido nos escalões de
formação, com o número de atletas a crescer, com a melhor formação dos
agentes desportivos, com o apoio das autarquias e claro, a crescente
estruturação dos clubes, tudo conjugado, indicia que estamos a
desenvolver um bom trabalho, quer para o presente, quer para o futuro do
futebol distrital”.
Uma época desportiva bruscamente
interrompida por uma pandemia, travando os sonhos, os projetos, as
ambições dos agentes desportivos?
Sim, esta pandemia surgiu de forma
abrupta, obrigando, numa fase inicial, à suspensão de provas e,
posteriormente, ao seu cancelamento. Sendo uma situação inesperada,
cujas consequências e o possível retorno às provas eram, e ainda são,
uma incerteza, é natural que se tenham frustrado objetivos e
expectativas a vários níveis e escalas, com impactos, entre outros, e
naquilo que se relaciona diretamente com o futebol distrital, nos
clubes, associações de futebol e Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Em conjunto, teremos que nos readaptar e tentar minimizar os efeitos
limitantes com os quais nos deparamos, tendo consciência que se as
circunstâncias são diferentes, os moldes também terão que o ser.
Nunca se saberá se o
Aljustrelense evitaria a despromoção, mas a decisão de cancelar o
Campeonato de Portugal foi, de alguma forma, benéfica?
Com o cancelamento do Campeonato de
Portugal, a decisão de que não haveria descidas de clubes permitiu que o
Aljustrelense conseguisse atingir o grande objetivo da época, a sua
manutenção no nacional.
O alargamento do Campeonato de Portugal permitiu a promoção do Moura, então líder do campeonato distrital. Fez-se justiça?
O alargamento permitiu que os
representantes das associações distritais subissem ao Campeonato de
Portugal. O nosso representante, o Moura Atlético Clube, era, na altura
da suspensão e cancelamento de provas, o líder do distrital, com dez
pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Seria uma grande
injustiça o clube não ser premiado com o mérito da subida e, em
simultâneo, seria frustrar expectativas legitimas, pelas quais o clube
trabalhou desde o início da época.
A Associação de Futebol Beja (AFB) defendeu o seu filiado e lutou por esta solução?
A AFB defendeu a posição do seu filiado e
lutou, desde a primeira hora, por uma solução que permitisse que o seu
representante ascendesse às provas nacionais, na época 2020/2021. No
entanto, a organização do Campeonato de Portugal pertence à FPF, que
decidiu no sentido do alargamento do campeonato na próxima época e a
criação de uma terceira liga na época 2021/2022.
Com a III Liga o Campeonato de
Portugal será a quarta divisão do futebol nacional. Pode ser entendido
como uma desvalorização desta prova?
O Campeonato de Portugal apresenta um
formato que tem inerente a representação de todas as associações
distritais. Assim, os campeões distritais terão sempre acesso a esta
prova nacional que é mais exigente em todos os aspetos. Este formato
permitirá mais equilíbrio e uma maior competitividade entre os clubes.
Acredito que, nos próximos anos, vamos ter dois ou três representantes
neste campeonato. Para participarem na III Liga, os clubes necessitam de
ter outra estrutura, outro orçamento e outros apoios. Quem sabe? Num
futuro próximo...
O que espera da próxima temporada? Já está a ser planeada?
Obviamente que desejo uma época sem
surtos, nem interrupções, em que nos iremos esforçar para alcançar uma
época melhor que a última, em todos os aspetos. Perspetivamos que se
consiga concluir todas as provas que nos propusermos realizar.
Obviamente que a situação de uma possível paragem, devido ao surto de
covid-19, terá que estar presente e, nesse sentido, contemplaremos
alternativas ao nosso planeamento desportivo.
Os líderes da segunda divisão
(União Serpense e Naverredondense) poderão ocupar vagas no escalão
principal, premiando o mérito revelado?
Sim, a AFB reuniu com todos os seus
sócios e existe unanimidade em que o União Serpense e o Naverredondense
integrem a primeira divisão, visto serem os líderes das respetivas
séries no momento da suspensão/cancelamento das provas.
Já se sabe que a FPF vai exercer,
sobre os clubes, um controlo financeiro muito rigoroso, evitando
situações de falso amadorismo?
Penso que sim, mas ainda não sabemos como
vai ser feito esse controlo. Mas também quero realçar o trabalho
honesto e dedicado dos clubes representantes da AFB, que têm as contas
com a FPF todas regularizadas.
O Núcleo do Sporting de Moura
considera-se campeão distrital? À luz dos comunicados este título não
será homologado, porque a prova não terminou?
Sim! Contudo, considero que é uma questão que tem que ser analisada em sede própria com o nosso sócio.
Os dirigentes do Núcleo criticaram o que dizem ser o ‘silêncio’ da AFB sobre esta matéria...
Não existiram, nem existem, silêncios.
Todos os nossos filiados foram informados, quer dos comunicados da FPF,
quer da AFB, que são claros quanto a esta situação. Ou seja, quanto ao
cancelamento de provas, efeitos e consequências.
A covid-19 impediu a realização
do Interassociações Sub/14 Lopes da Silva em Beja e Évora. Será
realizado em 2021 nas mesmas cidades?
Do comunicado do cancelamento deste
torneio pela FPF extraímos que tudo indica que, no próximo ano, o Lopes
da Silva se realize em Beja e Évora, como estava previsto antes da
pandemia.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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