sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Castrense regressa ao trabalho com aposta forte na formação

 

Texto Firmino Paixão

 

Não é uma obsessão, mas uma visão para o futuro, que está a ser gerida pelo executivo do Castrense, liderado por Fernando Zeverino que atualmente privilegia a formação de equipas jovens, capazes de disputar campeonatos nacionais, antes de se alcandorar a voos mais largos e exigentes, no escalão de seniores. O clube regressou ao trabalho e já prepara a época desportiva, nos termos que aqui são revelados pelo seu presidente.

 

O campeonato vai iniciar-se a 4 de outubro. O Castrense já regressou ao trabalho?

Sim, a época começaria mais tarde, na perspetiva de que os campeonatos se iniciassem na terceira semana de outubro, mas houve antecipação e, como tínhamos as coisas organizadas, começámos já a trabalhar na passada segunda-feira e já temos alguns jogos de treino agendados. Estamos só a aguardar uma reunião, com o município, para organizarmos o plano de contingência, segundo as recomendações da Direção-Geral da Saúde.

 

Que metas traçaram para a próxima época desportiva?

As nossas metas continuam a passar pelo investimento na formação. Pretendemos um plantel sénior com alguma experiência, que a partilhe com os miúdos que vão entrando, pouco a pouco, no clube. Que sejam um exemplo para eles, que sejam um agente motivador e que os ensinem dentro do campo. Vamos ter o regresso de alguns jogadores que já sentiram a mística do clube, para que os jovens, nos próximos anos, saibam que têm sempre quem os apoia e motiva na sua carreira desportiva.

 

O Castrense não é um dos candidatos ao título?

Não! Ainda não chegou esse nosso tempo. Podíamos dizer que sim, que somos candidatos, mas a realidade não corresponderia, porque acho que o Castrense, e outros clubes do nosso campeonato, ainda não estão preparados para o campeonato nacional de seniores. Gostávamos, primeiro, que os nossos miúdos passassem por experiências em campeonatos nacionais de jovens, o que nunca aconteceu neste clube. Queríamos que, primeiro, passassem por nacionais de juvenis ou de juniores e adquirissem essa experiência. Mas sabemos que o Castrense, pelo seu passado, pelo prestígio que adquiriu e pela estrutura que possui, é sempre apontado como candidato. Mas essa não é a nossa ideia, não é o que pretendemos. Vamos enquadrar os miúdos mais jovens e preparar uma geração vindoura que, mais adiante, nos possa dar outras garantias.

 

Mas na época que agora se inicia, dificilmente existirão competições nos escalões de formação? Nesse caso o foco terá que ser redirecionado?

Sim, mas os campeonatos de sub/19 e de sub/21 também serão realizados e é nessa base que vamos trabalhar. Continuo com a esperança, e acredito mesmo, que se realizem também as restantes provas. Temos um dirigente que é responsável por toda a área de formação e está tudo planeado, com a perspetiva de, se não for agora será mais adiante, se realizarem esses campeonatos.

 

E a equipa sénior propõe-se melhorar o sétimo lugar da época passada?

Sim, claro. Na época passada, quando o campeonato foi interrompido, estávamos a sete pontos do terceiro classificado. Não fizemos um campeonato muito mau, ainda faltavam muitos jogos e tínhamos um calendário, até ao final da época, que nos era favorável.

 

O percurso do Castrense nas últimas épocas tem sido um bocado discreto, tendo em conta o seu histórico…

Foi um risco assumido por esta direção. Quando tomámos posse, pensámos nisso. Estamos no segundo mandato, mas sempre afirmámos que o objetivo era preparar o futuro do clube, formar jogadores da nossa terra, porque acreditamos que os jovens de Castro Verde têm valor e até gostávamos de ter, um dia, um jogador desta terra numa das equipas de topo a nível nacional. Temos aqui qualidade. E sabemos o risco que estamos a correr, porque os frutos deste trabalho só aparecerão daqui por três ou quatro anos. Mas temos que apostar nos nossos jovens. É verdade que os seniores podiam ter feito resultados melhores… se calhar, os jogadores também sentiram que a aposta da direção era diferente, mas nunca lhes faltou coisa nenhuma. Tiveram sempre tudo no momento certo.

 

Os sócios e os adeptos têm compreendido esse desinvestimento?

Sim, fizemos recentemente duas assembleias, surgiram bastantes associados e nós explicámos a nossa visão para o clube. Se não concordassem, poderiam ter formado outras listas para os órgãos sociais, o que não aconteceu e nós fomos reeleitos. A nossa visão mantém-se e acreditamos que, no futuro, teremos uma base muito boa de jovens. As pessoas têm reconhecido que este é o caminho certo.

 

E a equipa técnica mantém-se?

Mantém-se a equipa liderada pelo Marco Hortense como treinador principal e terá como adjunto o Pedro Bate que jogou em alguns clubes do distrito e que, ultimamente, estava no Algarve, mas vai abandonar a carreira e ficará a trabalhar connosco, como adjunto do Marco. O José Verdades continuará a ser o nosso massagista.

 

A equipa reforçou-se significativamente?

Temos alguns reforços e também alguns regressos de jogadores que já representaram o clube, como o Eduardo Barão, o José Mestre e o Roberto Guia. Mas temos alguns reforços com muito valor, algumas referências que vão atuar em zonas chave da equipa e que vão, de facto, partilhar a tal experiência com os mais jovens. Mas o plantel ainda não está fechado.

 

A ambição manter-se-á como referência obrigatória neste clube?

Acreditamos que cada vez existirá mais espírito de luta, mais ambição e que a mística de há alguns anos, que se esvaiu um bocadinho nos últimos tempos, voltará a intensificar-se porque estão de regresso alguns atletas que, no passado, foram protagonistas desses sentimentos.

Fonte:  https://diariodoalentejo.pt/

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