Hugo Felício, 45 anos, o novo treinador do Despertar Sporting Clube tem o objetivo bem definido: “A ideia é sermos melhores no final, do que somos agora”. O técnico quer o grupo a evoluir, “como homens e como atletas”, assegurando que tem a máxima confiança na equipa. “Sei que tenho um grupo forte, ambicioso e muito humilde”. O treinador bejense explica o que o trouxe de regresso ao futebol distrital.
Texto Firmino Paixão
Esteve parado uma época, se calhar, havia já alguma saudade do balneário e muita vontade de regressar ao ativo?
Estive parado uma época e, perante a situação de pandemia que vivemos, não contava voltar tão cedo. No entanto, surgiu esta hipótese, de um clube que é da minha terra e que me permite estar em casa. Um clube organizado, que aposta muito na formação. É uma aposta diferente e muito aliciante, porque a ideia é lançar os jovens e apostar neles. Um projeto que me seduziu. Conheço bem o presidente do clube, e ele fez-me ver que eu era a pessoa ideal para pegar neste leme e foi isso que aconteceu.
O convite do Despertar surpreendeu-o?
Não fiquei muito surpreendido. Sabia que a equipa técnica anterior tinha saído. Quando falaram comigo achei que poderia ser um sucessor natural, dentro do que a direção pretende para o clube, e acho que os dirigentes pensaram o mesmo, entenderam que eu era a pessoa com o perfil indicado para este tipo de trabalho. Um desafio diferente do habitual, não é um trabalho só dos seniores, é um trabalho de continuidade entre a formação e os seniores, apostando em alguns atletas ainda juniores. É uma aposta natural em miúdos com qualidade e que serão o futuro do clube.
Treinou aqui os juniores em 2015/16. Como encontrou o clube? Com a mesma mística e o mesmo espírito de conquista?
Encontrei um clube muito mais organizado e com tanta ou mais ambição do que no passado. A grande organização é, claramente, o que diferencia este clube dos outros. Tem uma aposta bem vincada na formação e, sendo assim, quando as linhas estratégicas estão tão bem definidas, é mais fácil integrarmo-nos na estrutura.
Estreou-se num jogo com o líder do campeonato. Queria muito vencer, mas não foi possível…
O Serpa tem uma boa equipa, apostou bastante esta época, reforçou-se com o intuito de subir. A nossa equipa tem jogadores muito jovens, mas com alguma experiência em campeonatos nacionais. São atletas conscientes de que, estando na equipa sénior do Despertar, a ideia é só ganhar. Por jogarmos com o líder da prova a ambição não pode ser diferente. Portanto, estamos tristes. Ficámos satisfeitos com a nossa prestação, mas tristes com o resultado. Estivemos muito bem, demos tudo, tivemos algumas oportunidades a que não demos a melhor finalização, facilitámos em alguns aspetos logo no início da segunda parte, período em que o adversário marcou, mas isso é próprio de uma equipa tão jovem.
Que metas lhe foram propostas até ao final da época, para além daquilo que já referiu?
O nosso objetivo é ser uma equipa competitiva. Encararmos todos os jogos com o espírito de os ganhar, chegarmos ao final do campeonato sendo melhores do que somos agora e, naturalmente, terminar no lugar mais alto possível da tabela classificativa.
O Despertar está no terceiro lugar mas certamente que tem os olhos no topo da tabela? É esse o lugar mais alto a que se refere?
Sim, é como lhe disse, o nosso objetivo passa claramente por olhar para cima. Queremos pontuar, sempre com o foco no melhor lugar. Se estamos em terceiro, queremos chegar a segundo. Olhar para o degrau de cima é o que nos interessa. É esta a mentalidade do clube, independentemente de ser uma equipa composta por muitos miúdos. Eles interiorizaram essa mentalidade no seu percurso de formação e, quando entram nesta equipa, o espírito de conquista é igual, ganhar todos os jogos. Desta vez não conseguimos, vamos levantar a cabeça e procurar a vitória já na próxima jornada.
Já sublinhou algumas virtudes do plantel que tem à disposição. Acredita na competência da equipa para atingir as metas que persegue?
Claramente! É uma equipa com muita qualidade, uma equipa, como referi, composta por jogadores que, sendo jovens, têm muita experiência em provas nacionais. Os jogadores que a reforçaram também são mais-valias.
A presença de público estimulava a criatividade destes jovens, mas tão cedo não regressará às bancadas?
Sim, o público vai continuar a faltar nas bancadas. Estamos a disputar um campeonato atípico, num tempo em que tem que existir muita força da parte das organizações e muita coragem dos atletas para darem alguma consistência às equipas.
O próximo jogo será, em princípio, a 22 de dezembro. Terá um tempo para trabalhar os aspetos técnicos e táticos à sua medida…
Tivemos pouco tempo para trabalhar, fizemos apenas três treinos. Mesmo assim, já puseram em campo algumas ideias que tínhamos trabalhado. A equipa teve uma consistência significativa, mas vamos ter duas semanas para dar continuidade ao trabalho e melhorar alguns aspetos.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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