Mensagem de Natal do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
A Federação Portuguesa de Futebol viveu no ano de 2020 os maiores desafios dos seus 106 anos de história.
Num ano marcado pelo aparecimento da pandemia, as vitórias e as derrotas, as alegrias e as tristezas, pela primeira vez no nosso historial, não poderão ser medidas pelos resultados das seleções ou pelas conquistas em campo.
O nosso sucesso em 2020, sejamos claros, passou muito mais pela nossa capacidade de servir aqueles que precisavam verdadeiramente de ajuda ou dos que mais se sacrificaram para poder ajudar o País e o mundo a encontrar uma janela de esperança nos dias mais escuros.
Procurámos dar a mão ao mundo do futebol, mas principalmente à sociedade civil – oferecendo o nosso know how, os nossos recursos financeiros e humanos e, essencialmente, a nossa boa vontade e disponibilidade total para acudir a quem precisou realmente de nós.
Preferíamos, com certeza, olha para o ano que passou e recordar orgulhosamente as qualificações para o Euro 2020 de futebol e para o Euro sub-21, a qualificação da seleção de futsal para o Mundial ou, entre muitos outros resultados, a conquista do título europeu de futebol de praia.
Preferíamos celebrar o nascimento da Casa dos Atletas, o crescimento da Portugal Football School, o trabalho de certificação das escolas de futebol ou o aumento da nossa base federada, mas sabemos que este não foi um ano igual aos outros. Sabemos que tivemos de encontrar dentro de nós a sabedoria de colocar o futebol num segundo plano e de nos concentrarmos, sempre que foi preciso, em ajudar doentes, médicos, enfermeiros, pessoal hospitalar, polícias, bombeiros, ou, simplesmente, os nossos compatriotas que enfrentaram e ainda enfrentam horas de grandes dificuldades.
Procurámos, como diz o aforismo, na humildade a grandeza de sermos maiores do que os nossos êxitos desportivos.
Se o conseguimos fazer, se persistimos em fazê-lo, isso só é possível graças à extraordinária equipa de funcionários, colaboradores, parceiros e sponsors que a FPF tem.
Este ano, muito mais do que em qualquer outro, a nossa direção, as nossas associações, os nossos atletas, os nossos treinadores, dirigentes e clubes também demonstraram uma capacidade de coesão adaptada aos tempos que vivemos e inversa à triste realidade de não podermos estar fisicamente juntos.
Lembro, nesta época natalícia, o sinal dado pela Seleção Nacional quando ofereceu grande parte dos prémios financeiros resultantes da qualificação para o Euro para ajudar o futebol amador. A nossa unidade revelou-se nos atos e não em meras palavras.
Se sentimos a falta uns dos outros é porque estamos a fazer as coisas certas. E se gostaríamos de celebrar este Natal como nos outros anos, em festa, também sentimos que a nossa identidade e os nossos valores não nos permitem festejos que coloquem em causa a segurança de todos.
Gostaria ainda de deixar uma palavra de esperança no futuro.
O futebol português soube adaptar-se, reagir e lutar contra todas as adversidades colocadas no seu caminho mas mais do que nunca os nossos olhos continuam a olhar em frente.
O “jogo” ainda está na primeira parte e teremos de continuar a dar o melhor de nós num contexto de inegável crise sanitária e económica. Assumimos a responsabilidade de tudo fazer para ajudar o país e os portugueses a superar os desafios que se apresentam.
Através do nosso exemplo e do nosso empenho sabemos que podemos contribuir para uma sociedade mais solidária, positiva e confiante nas suas capacidades.
E é esse o principal desafio de 2021: virarmos a página e construirmos todos os dias essa tarefa verdadeiramente tradicional que é a invenção do futuro.
Gostaria assim de desejar a todos um Santo Natal e um Feliz Ano Novo.
Fernando Gomes, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol
Fonte: FpF.PT
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