A Associação Columbófila do Distrito de Beja já tem no terreno a campanha desportiva 2021, com o mesmo calendário e as mesmas linhas de voo das campanhas mais recentes. A III Feira Ibérica da Columbofilia será um dos maiores certames que vai ocorrer em Beja.
Texto Firmino Paixão
Confiante na melhoria das condições epidemiológicas, Bruno Helena, presidente da Associação Columbófila do Distrito de Beja, revela ao "Diário do Alentejo" que a próxima campanha desportiva começará em fevereiro: “Já fizemos o recenseamento e agora vamos trabalhar nas inscrições”. O dirigente acrescenta: “Uma das promessas eleitorais que temos vindo a cumprir é não mexer no calendário, não é essa a nossa preocupação. O nosso problema nunca serão os calendários, nem as linhas de voo, temo-las mantido sempre. O que nos preocupa é reforçar a nossa organização, criar mais e melhores infraestruturas e deixar a melhor imagem da columbofilia”. Bruno Helena promete que a III Feira Ibérica da Columbofilia será um sucesso.
Em que medida é que a columbofilia tem sido afetada pela atual pandemia de covid-19?
Como todos os desportos, a columbofilia também acabou por ser penalizada. Mas não tanto como outras modalidades, porque a columbofilia teve uma oportunidade diferente, sendo um desporto praticado a partir da casa de cada um, as autoridades ficaram mais sensibilizadas e conseguimos até arrancar antes de outras competições.
O calendário competitivo acabou por ficar mais curto porque se disputaram apenas as provas de velocidade e meio fundo.
Sim, como não foi permitida a realização de provas fora do território nacional e a quilometragem dentro do país era insuficiente para realizarmos provas de fundo, fizemos apenas seis provas de velocidade e outras seis de meio fundo.
A campanha está fechada, estão apurados os vencedores, houve surpresas ou nem por isso?
Não, temos um grande lote de columbófilos e existe ali um conjunto de seis ou sete concorrentes que andam sempre a lutar pelos títulos... há os crónicos, mas acabou por não existiram grandes surpresas, porque são columbófilos que também estão habituados a ganhar.
O Instituto Português da Juventude e Desporto tinha dado parecer negativo à realização de competições, mas a columbofilia é um desporto onde o risco de contágio é mínimo. Estou correto?
Pela parte das aves estava mais do que provado que não existiriam contágios. Tivemos sempre em conta as orientações da Direcção-Geral da Saúde, especialmente nos encestamentos, e correu tudo dentro da normalidade, porque estamos a falar de um espaço de meia hora em que estamos em segurança. Como referi, esta é uma modalidade desenvolvida a partir de casa de cada columbófilo, sem quaisquer problemas de contágio.
O maior risco ocorreria nos momentos de encestamento das aves e, provavelmente, muito menos nas soltas…
Exatamente, nas soltas não existe risco de nenhuma espécie, poderia eventualmente existir nos encestamentos, mas todas as coletividades tomaram medidas, foram dadas orientações muito rigorosas, prevendo o distanciamento e com vários horários de encestamento para os diferentes columbófilos. Nunca encestaram à mesma hora, dividiram-se em vários grupos e as coisas correram muito bem.
Tendo em conta os riscos existentes e a inexistência de provas de fundo, registaram-se alguns abandonos?
Houve alguns abandonos, mas essa foi uma proposta apresentada pela própria associação. Talvez fossemos a única associação do país a não obrigar nenhum columbófilo a participar... só o faria quem se apresentasse realmente em condições, além de psicológicas, físicas e também financeiras, porque com esta pandemia houve muita gente que ficou desempregada. A columbofilia, à semelhança de todos os desportos, já é um bocadinho cara e, às vezes, as pessoas não têm disponibilidade financeira para a praticar em determinado momento.
Os concorrentes que se dedicam mais à disciplina de fundo terão sentido alguma frustração?
Há sempre uma grande paixão pelo fundo, pelas provas de maior distância. Mas como não se podia passar a fronteira, não podíamos contrariar essas orientações, não havia muito mais a fazer do que ficarmos na velocidade e no meio-fundo. Foi um impedimento que não estava na mão da associação resolver.
Quais os apoios que a associação disponibilizou às coletividades, nestes tempos difíceis? Criou-se o projeto "Asas Solidárias"…
Nestes três anos em que lideramos a associação, temos tido a como primeira preocupação mantermos os columbófilos que cá estão. Desde o início que temos essa postura. Têm sido três anos sem aumentarmos as taxas, com a associação a trabalhar no limite. Temos jogado com alguma folga financeira que tem existido, para não aumentarmos os custos aos columbófilos e tentarmos mantê-los connosco. Por outro lado, este ano, a federação e as associações, no âmbito do projeto "Asas Solidárias", distribuíram, por todas as coletividades, material sanitário para proteção dos concorrentes.
Não se realizou a exposição distrital, também não haverá exposição nacional, mas a ausência maior para a Associação de Beja foi a não realização da Feira Ibérica?
As exposições foram todas canceladas. A nível internacional também não se realizaram as Olimpíadas. Infelizmente também não será possível reunirmo-nos para consagrar os vencedores, como vinha sendo habitual. Entregámos os prémios aos campeões, não como nós gostaríamos, mas deixámo-los nas coletividades e entregámos um cabaz de Natal a todos os columbófilos que participaram nesta campanha de 2020. Tudo aponta para que, em 2021, possamos organizar a III Feira Ibérica em Beja. Tudo dependerá da evolução da pandemia, mas tenho muita esperança que seja possível concretizá-la e torná-la num dos maiores certames que se realizarão na cidade de Beja.
Classificações da campanha 2020
Zona Norte - Velocidade: 1º Luís Brito (Asas de Beja).2º José Ameixa (Asas de Beja). 3º Jacinto Fialho (Asas de Beja.) Meio Fundo: 1º José Luís Dores. 2º Luís Brito (Asas de Beja). 3º Graça & Graça (Asas de Beja).
Zona Sul – Velocidade: 1º Pedro Rosa (Asas Verdes/Castro Verde). 2º Paulo Bárbara (Asas Verdes). 3º Olaria Mestre (Asas Alentejanas). Meio Fundo: 1º António Coelho (Asas Verdes). 2º António Barros (SC Ouriquense). 3º Paulo Bárbara (Asas Verdes).
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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