Um sintético em Faro do Alentejo, um espaço multidisciplinar na Escola Profissional e o Eco Parque Central, na Barragem de Albergaria dos Fusos, são investimentos em curso, determinantes na valorização do associativismo e na projeção da riqueza natural e cultural do concelho.
Texto Firmino Paixão
O piso sintético no campo de jogos de Faro do Alentejo “foi um compromisso eleitoral”, garantiu João Português, presidente da Câmara de Cuba, justificando assim essa opção: “É uma freguesia com muitos jovens, todos os anos participam em competições do Inatel, uma terra onde existe uma atmosfera incrível em termos de desporto”. O edil reconhece que “o ideal seria que existissem infraestruturas destas em todas as freguesias, mas as coisas são o que são, têm que existir prioridades, porque o dinheiro não chega para tudo. Mas esta é uma aposta ganha, existem aqui muitos jovens e o desporto é fundamental para eles”.
É um investimento que rondará os 200 mil euros?
Sim, o relvado, só por si, serão 160 mil euros, com as bancadas, as cadeiras e os arranjos envolventes ascenderá, de facto, aos 200 mil. Já devia estar concluído, mas a pandemia tem atrasado tudo, inclusive o campeonato. Se tudo correr bem, na primavera podemos trazer aqui uma equipa de alguma dimensão para inaugurar o relvado.
Na sede de concelho requalificaram o Amado de Aguilar e beneficiaram outros equipamentos?
A requalificação do Amado de Aguilar estava programada com a construção de uma bancada coberta. Além disso, construímos uma nova bancada lateral, e a que já existia também foi beneficiada. Neste momento o campo ficou com cerca de 700 lugares sentados. Há 30 anos atrás encheria esses lugares, hoje em dia não, infelizmente, mas o recinto ficou com mais e melhores condições. Estamos também a requalificar o Pavilhão da Escolha Profissional que estava obsoleto e passará a ser o nosso segundo pavilhão gimnodesportivo. Temos um polidesportivo multidisciplinar para o curso de desporto, com uma pista de atletismo relvada, tudo dentro da própria escola. São infraestruturas que vão valorizar muito o desporto, mas não só, o desporto é essencial na vida em sociedade, mas o desporto pode ser, também, uma oportunidade para que o município se promova no exterior e traga gente ao concelho, como, por exemplo, acontece em organizações como o triatlo e a São Silvestre, oportunidades de promoção do concelho para darmos a conhecer nossa atividade cultural e mostrarmos as nossas freguesias. Tudo isso conta e nós, nos últimos anos, temos sentido essa retoma. Em três anos triplicámos o número de visitantes ao concelho.
Outro investimento, também estruturante, é o Ecoparque do Alentejo Central, na Barragem de Albergaria dos Fusos?
Se as coisas correrem de uma forma normal, sem restrições de confinamento ou climatéricas, somos capazes de, na próxima época balnear, abrir a praia fluvial, que é um compromisso desde que tomámos posse, em 2013. Foi um parto difícil. Esta praia foi a primeira no Alentejo a ser candidatada aos fundos comunitários, mas foi a última a ser aprovada e obedeceu a muita pressão, muitas reuniões presenciais com ministros e secretários de Estado. Sentimos que não existia vontade política para que o ecoparque fosse uma realidade. Andámos, durante um ano, a fazer, e a pagar, análises à qualidade da água, a verificar cotas, algo que não terá sido feito noutras praias, mas enfim… esta tem sido uma das barragens com maior percentagem de armazenamento de água, ao longo dos anos. Agora, as vertentes desportivas, para nós, são importantes, por isso, está previsto um centro náutico, o plano de água tem todas as condições para futuros estágios de equipas de remo e de outras disciplinas náuticas. Haverá um parque de caravanismo e ficou projetado um alojamento com ‘bungalows’, algo inédito na região.
Estamos perante um município amigo do desporto, faltará, eventualmente, a apresentação de uma candidatura a esse programa?
Sabemos que, muitas vezes, essas classificações têm a ver com o facto de pagarmos, ou não, uma quota. Damos mais valor a exemplos como o que aconteceu com a Associação de Atletismo de Beja, que nos atribuiu uma distinção própria, como o município que mais fez para promover a modalidade. O fundamental é trabalharmos no sentido de desenvolver as infraestruturas, criando hábitos de prática desportiva, criando equipas jovens que também levem as famílias a acompanhá-las. Isso tem sido feito, não obstante a intermitência deste período complicado, mas não temos sentido redução de atletas no nosso movimento associativo, antes pelo contrário, até criámos uma Academia de Atletismo, outra de Judo, iniciativas que surgem em contraciclo com a normalidade. Essa é a maior recompensa que podemos ter e, por exemplo, Faro do Alentejo é uma referência na forma como as pessoas vivem o desporto.
Mas o desporto é para todos! Estes projetos têm valências que permitam a inclusão, a abertura a indivíduos portadores de deficiências?
Sim, temos tido sempre a preocupação da inclusão e da igualdade de oportunidades, somos até considerados um município de referência nessas áreas.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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