As reações de Fernando Santos e de alguns jogadores da Seleção Nacional após o desaire diante da Bélgica.
Fernando Santos em discurso direto:
“De uma forma simplista, tivemos 29 remates a favor e seis contra. Acho que a única bola enquadrada na baliza deu golo. Tivemos vários remates, situações, bolas no poste e não concretizámos.
Olhando para o jogo com outro pormenor, acho que entrámos um pouco atrás nos primeiros 10 minutos. Não era isso que estava pensado, mas a Bélgica empurrou-nos um pouco e houve ali um momento em que tivemos dificuldades em acertar. A partir daí, os médios subiram, chegaram mais à frente, começámos a roubar mais bolas e a criar situações para fazer o golo. Dispusemos de uma excelente oportunidade nessa fase, em que o Renato Sanches ganhou uma bola e entregou ao Diogo Jota.
O jogo foi sempre dividido e ambos tentaram atacar. De repente, praticamente do nada, surgiu um golo, num excelente pontapé de fora da área. Na segunda parte, tentámos com tudo, alterando e passámos a jogar com três na frente para juntar aos três centrais deles. Procurámos encontrar outras formas para pressioná-los e conseguimo-lo. Os jogadores estão de parabéns. Empurraram o adversário para trás, mesmo jogando com dois defesas, a tentar chegar pelas alas e com a zona média a ganhar segundas bolas. Colocámos várias vezes a bola em situações favoráveis, mas duas foram ao poste e outra o guarda-redes defendeu.
Acho que Portugal esteve bem. Na realidade, o golo apareceu do nada. Não houve uma grande jogada deles ou uma grande situação. O golo apareceu de um remate de fora da área, mas o futebol é isto. É muita desilusão.
Nós viemos aqui para ganhar. A ambição é sempre ganhar. É verdade que no campeonato do Mundo também caímos nos ‘oitavos’ e a seguir ganhámos a Liga das Nações. A ambição de Portugal é ganhar e tem de continuar a ser essa."
Danilo Pereira em discurso direto:
“Não fizemos um mau jogo e tivemos momentos muito bons, em que conseguirmos circular a bola e estar no meio-campo ofensivo, mas faltou criar mais perigo. Conseguimos isso na parte final, em que mandámos duas bolas ao poste, mas é assim. Concedemos um golo e isso foi muito motivador para a Bélgica.
Se nos expusemos muito ao risco? Penso que sim, porque sabemos que a Bélgica é forte nesses momentos de contra-ataque. Infelizmente, sofremos o golo da forma que foi.
É difícil sair desta maneira nos oitavos de final. Sabemos que podíamos ter feito melhor e ter ido mais à frente, mas a vida continua. Temos de olhar para a frente e pensar já no Mundial e no apuramento”.
Raphaël Guerreiro em discurso direto:
“Ficámos um bocadinho tristes por perder assim. O adversário teve só uma oportunidade e fez golo. Acho que faltou um bocadinho de sorte para nós. Fizemos um bom jogo, mas o mais importante era a vitória.
Foi preciso reagir quando vais a perder para o intervalo, mas estivemos muito bem na segunda parte. O problema é que faltou um bocadinho de sorte. Não sei se podíamos ter feito mais, porque realizámos um bom jogo. Todos deram tudo no campo”.
Rúben Dias em discurso direto:
"Não diria que foi um plano de jogo que falhou, mas até acho que foi um plano de jogo que nos fez sentir superiores. Infelizmente, não conseguimos o que mais queríamos, que, independentemente do jogar bem, mal ou mais ou menos, era conseguir a vitória. Estivemos sempre muito perto de fazer golo.
Na primeira parte, foi equilibradíssimo. Eles chegam ao golo num remate em que acabam por ter um bocado de sorte, até porque a bola faz um efeito estranho. Dominámos completamente na segunda parte e estivemos sempre perto de marcar várias vezes, mas a bola não quis entrar. A única coisa a retirar deste jogo é que foi mais uma lição e mais uma aprendizagem. Voltaremos mais fortes, sem dúvida.
Acho que fomos muito agressivos. Estivemos sempre firmes a defender e também tivemos as nossas ocasiões. Podíamos ter marcado numa delas, mas a segunda parte foi totalmente nossa. Uma equipa sempre muito agressiva e consciente do que queria, mesmo que o resultado não nos tenha sorrido.
A mensagem aos portugueses é agradecer pelo apoio. Sentimos muito o apoio em todo o lado, a vir de Portugal ou do sítio onde estávamos. Isso foi uma parte importante para nos dar força e continuará a ser daqui em diante. Eles dão-nos alento, fazem-nos acreditar mais, correr ainda mais e ter mais alma. Um obrigado a todos pelo apoio fantástico”.
João Palhinha em discurso direto:
“Faltou-nos aquela pontinha de sorte. Criámos mais oportunidades do que a Bélgica e tivemos mais bola na segunda parte. Na primeira parte, conseguimos controlar bem o jogo e não me lembro de mais nenhuma oportunidade flagrante deles, a não ser aquele golo, que foi um coelho tirado da cartola.
É com muita infelicidade que regressamos a Portugal, porque não era este o nosso objetivo. Agora, há que levantar a cabeça e olhar para a frente.
Tínhamos de ir atrás do resultado. Sabíamos perfeitamente que este era um único jogo e tínhamos de ir com tudo para a segunda parte, de forma a tentar dar a volta ao resultado. Tivemos oportunidades flagrantes, mas não as conseguimos concretizar. A Bélgica foi mais feliz e é com muita tristeza que obtivemos este resultado.
Obviamente, queríamos mais. Lutámos sempre para ganhar em todas as competições. Apesar de ser um país pequeno, temos muita qualidade em todas as áreas e o futebol não foge à regra. O facto de termos sido campeões europeus e de termos ganho a Liga das Nações traduz bem o valor desta equipa. Agora, só temos de olhar para a frente.
Isto faz parte do trajeto. Não se pode ganhar sempre. Lutámos por isso e demos sempre o nosso máximo, apesar de hoje nos ter faltado aquela pontinha de sorte. Acho que a vitória era inteiramente justa da nossa parte, mas a Bélgica foi mais feliz”.
Fonte: FpF.PT
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