sábado, 30 de outubro de 2021

Bola de trapos. edição de 29/10/2021 no Diário do Alentejo

 

José Saúde
Serpa, o “tomba gigantes” da Taça
E se o antigo jogador Coureles, naqueles tempos oriundo do Atlético Aldenovense, campeão pelo Futebol Clube de Serpa da III Divisão Nacional na época de 1956/57, numa final disputada em Coimbra (2-0) a favor dos serpenses, sendo um dos golos de sua autoria, o outro apontado por Teixeira da Silva), sendo o adversário vencido a equipa de Vila Real de Trás-os-Montes, fosse vivo, regozijar-se-ia com o encontro entre o Serpa e o Covilhã a contar para mais uma eliminatória da Taça de Portugal, onde os serpenses se apresentaram como o “tomba gigantes” ao deixarem pelo caminho a equipa que milita na II Liga. O motivo da antiga glória do passado seria, quiçá, uma razão forte para curtir o momento com uma imensa saudade, visto que o craque, na época seguinte, 1957/58, transitou da então Vila Branca para a cidade da Covilhã a fim de representar o Sporting local, símbolo onde permaneceu durante várias épocas. O momento seria explicitamente para vociferar bem alto a consumação do admirável sucesso ocorrido no Complexo Desportivo de Serpa (Campo de Futebol Manuel Baião), mas, por outro, sacar da memória e imaginariamente o reivindicar de 15 contos de luvas que se perderam pelos vales da Serra da Estrela, ou pelas aloiradas searas das planícies sul alentejanas, ou saber ao certo o valor recebido pela antiga direção, uma verba, segundo um dia me confidenciou o meu caro conterrâneo (ambos nascemos em Aldeia Nova de São Bento) que se terá situado entre os 50 e os 100 contos. Porém, o ordenado mensal de 1.200 escudos nunca falhou. Nessa temporada, o trio enviado para a cidade covilhanense era valioso, dado que para além do Coureles, viajaram para os “leões da Serra” o Picareta e o Garcia. Nesses tempos áureos João Diogo Cano, era o mecenas que elevou Serpa ao púlpito nacional, investindo do seu próprio bolso “carradas” de dinheiro com equipas de luxo que o povo, em uníssono, muito lhe agradeceu. Estas pequenas histórias avulsas do nosso cosmos futebolístico, resvala para outros prismas, outros conteúdos abissais, outras formas como hoje se vive no mundo do desporto, sobretudo no futebol, pois o que se ressalva, e merece rasgados aplausos, foi a genica aplicada pelos jogadores locais que não se vergaram ao peso do nome de uma equipa que milita num escalão superior. Ou seja, o FC Serpa do Campeonato de Portugal e o Sporting da Covilhã II Liga. Neste contexto, ficam os mais distintos aplausos para o grupo de trabalho na sua plenitude e para os dirigentes que partiram para esta nova temporada com objetivos justos, onde os êxitos do Serpa são a plena prioridade. Agora, segue-se o Estoril Praia, da I Liga, um jogo onde os serpenses têm como finalidade capital a continuidade em fazer história na Taça. O Serpa já venceu em humildade e também no interior das quatro linhas. A novel cidade e os amantes do desporto-rei esperam, ansiosamente, que a união de grupo vença mais uma etapa que se antevê difícil.

Fonte: Facebook de JOse saude

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