José Saúde
Natal: tempo de paz no desporto!
Sentei-me à minha secretária, abri o computador, li as notícias, revi temáticas escritas, sob a minha pena, que ao longo dos anos me foram rotineiras, e dei por mim a reler a minha última crónica “Bola de trapos”, no “Diário do Alentejo”: “Desportivamente: até logo!”. Mas, nesta infinidade de leitores que me abordaram, e continuam a abordar, alguns além-fronteiras, deliberei outorgar o descanso “às armas” e toca a respeitar todos aqueles que semanalmente me acompanham na arrumação dos factos que a minha simbólica escrita tanta curiosidade impõe àqueles que nos lêem. É Natal, logo num reconhecimento feito ao meu próprio ego, eis-me a dedilhar no meu portátil mais uma história desportiva compreendida como hilariante. Tinha então 17 anos quando visitei a minha terra, Aldeia Nova de São Bento, vindo de Lisboa e transportando comigo o rótulo de jovem jogador da formação do Sporting. É claro que a curiosidade na aldeia se assemelhou a um episódio revelador de curiosidade. Vestia roupa confecionada por lojas de renome na urbe lisboeta, e a minha silhueta assemelhava-se a um craque da bola. Estávamos em 1967. Anos em que tudo era novidade. Como era habitual lá me desloquei à sede do Atlético local, um espaço orientado pelo saudoso Zé Valente, que detinha a exploração do bar. É óbvio que o tema passava, obrigatoriamente, sobre o futebol. Perante uma ou outra pergunta que me era dirigida, lá respondia em consonância com a questão por ora sugerida. A sede do Atlético situava-se na atual Rua Bento Costa, um edifício que era propriedade de Luís Madeira, Manuel Louro e Louro e de Brás Mendes Palma. Lembro-me que na sala mais ampla, além dos divertidos bailes, detinha uma “exemplar” sala de cinema. Sucedeu, porém, que após o 25 de Abril, a Revolução dos Cravos, eu, que havia chegado (10 de setembro de 1974) da guerra da Guiné, sendo o meu destino a localidade que me vira nascer, juntei-me a um grupo de amigos, organizámos um desafio com a rapaziada de Vila Verde de Ficalho, e concluímos que o futuro do Atlético passava pela sua filiação na Associação de Futebol de Beja. Tudo deu certo, e desse rol de rapazes, que adiante mencionarei, o Aldenovense Atlético Clube jamais deixou de participar nas competições associativas, tendo no seu registo algumas presenças em competições nacionais, sendo que o sector da formação fora, inquestionavelmente, um dos expedientes fulcrais de direções que nunca abandonaram a sua notável conduta. Aqui ficam os nomes daqueles que deram um supremo alento a um dos históricos do futebol regional: Camilo, Badino, Zé Morais, João Manuel, Tito, Manuel Vinagre, Manuel Grilo, Sebastião Grilo, Zé Algarvio, Zé Alho, Pisco, Monge da Silva, Zé Saúde, João Luís, António Valadas, de entre outros condiscípulos de tamanha aventura. Fica, ainda, registado os nomes do senhor Silva, uma autêntica “enciclopédia” do futebol aldenovense, do Zé Amaro e do Chico do Toril, e outros que por ora não recordo. Natal, tempo de paz no desporto!
Fonte: Facebook de Jose Saude
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