Lutar pelos três pontos em cada jogo é o compromisso do União Serpense Sport Clube, “Os Linces de Serpa”, tecnicamente liderado pelo escalabitano Sérgio Vieira. O clube tem existência recente e uma especificidade que passa, principalmente, pela valorização dos ativos.
Texto Firmino Paixão
O União Serpense nasceu em Julho de 2019 na cidade de Serpa, ancorado a um projeto pouco vulgar, não raro, de valorização de atletas para colocação em diferentes mercados. Tem um plantel com trinta jogadores de oito nacionalidades diferentes, liderado pelo técnico Sérgio Vieira. A equipa, que joga um futebol rápido, atrativo e com qualidade, ocupa o quarto lugar do campeonato distrital da 1ª divisão da A.F. Beja e está qualificada para as meias-finais da Taça Distrito de Beja, mas estas são apenas as primeiras metas.
“A segunda fase será muito intensa, muito competitiva, muito dura e difícil, por agora, não está nada resolvido”, assume o treinador escalabitano.
Como avalia o percurso do União Serpense neste que é o principal campeonato da Associação de Futebol de Beja?
A primeira meta está alcançada, que será a classificação da equipa entre os primeiros seis lugares, embora, inicialmente tenhamos sentido algumas dificuldades com a falta de alguns jogadores, mas estamos na luta e, em cada jogo, só teremos que lutar pelos três pontos.
O quarto lugar, apenas com duas derrotas, é uma posição que corresponde às suas expectativas?
Foram duas derrotas que me custaram muito. A primeira nem tanto aconteceu com o Moura, num grande jogo de futebol, mas a segunda derrota, com o Castrense, doeu-me um pouco mais, porque jogámos intensamente durante noventa minutos e depois houve um acréscimo excessivo de período de compensação. Estamos a falar de dezasseis minutos, altura em sofremos o segundo golo que nos derrotou, penso que foi um bocadinho abusivo para o que se passou, mas atenção, quando falo dos adversários não falo com falta de respeito a ninguém, só estou a tocar neste tema porque acabámos por perder pontos.
O União entra agora num ciclo de jogos com maior exigência, nomeadamente a visita ao Vasco da Gama e a receção ao Castrense…
Já vimos de uma fase muito difícil, esses jogos serão um acréscimo às dificuldades que temos vindo a superar. Não temos jogos fáceis, até ao final do campeonato os jogos serão todos muito complicados, mas vamos preparar bem cada um deles de modo a jogarmos o melhor futebol. Tenho que lembrar que este projeto não é só para ganhar, é para vencer com qualidade, por vezes não o temos conseguido, mas continuaremos esse percurso, trabalhando intensamente para valorizar os nossos jogadores, que é o principal objetivo deste clube.
Tem um plantel extenso, com muitas opções e enorme qualidade…
Sim, neste momento o plantel tem muita qualidade, temos várias soluções para os diferentes lugares, todos eles me dificultam a cabeça porque estão todos a trabalhar muito bem e dão-me garantias de podermos lutar bem até ao final do campeonato.
A final da Taça Distrito de Beja está cada vez mais no horizonte do União Serpense? A conquista deste troféu seria algo muito relevante?
Seria muito importante para o clube e para esta cidade que me acolheu muito bem. Uma cidade especial para mim, porque tenho sido muito acarinhado aqui, onde recebo as visitas do meu filho. Esta cidade vai marcar-me, primeiro porque estou a ver o meu filho crescer e depois por constatar que estamos a alcançar os objetivos do clube.
O União Serpense tem essa especificidade que é valorizar jogadores. Têm saído alguns, entram outros, isso não lhe dificulta a gestão do plantel?
Não, temos que que olhar com seriedade para o futebol e se queremos que estes jogadores vão competir para outros patamares, têm que se habituar também a diferentes rotinas de jogo, com qualidade de jogo e padrões diferentes. Cada treinador tem um pensamento, o meu é tentar acrescentar qualidade em cada um deles, sabendo que podem sair a qualquer momento, para procurarem novas e melhores oportunidades.
Outra originalidade é a multiculturalidade do plantel, jogadores de oito nacionalidades diferentes, desde o Japão às Honduras…. A sua mensagem tem sido bem entendida?
Sim, e vou dizer-lhe porquê. Porque estes jogadores são todos muito profissionais. São muito respeitadores, aceitam as diferentes culturas que existem entre eles e são muito humildes. Temos criado um grupo muito unido e é com naturalidade que no momento de trabalharem, seja nos treinos, seja nos jogos, eles estão muito unidos e focados no objetivo que é comum ao grupo e ao emblema que representam. Estejam, ou não, convocados para o jogo seguinte, prevalece sempre o espírito de união. Tem sido um grupo maravilhoso, com quem dá gosto trabalhar.
Já referimos a curta existência do clube, mas a estrutura tem estado presente e à altura dos compromissos?
Tem sido suficiente para as exigências do campeonato. Na realidade, o União Serpense é um clube ainda recente, mas vai ter que crescer sobretudo em recursos humanos de apoio à estrutura, para poderem dar bom seguimento ao trabalho que está a ser desenvolvido. Tem existido um esforço enorme de todas as pessoas que estão comprometidas com este clube, todos têm dado o máximo de si para que tudo corra bem e para que o grupo não sinta falta de nada.
Veio de Santarém, distrito onde trabalhou em vários clubes. Que avaliação faz do futebol desta região?
Vejo que existe qualidade. O futebol desta região tem jogadores e treinadores com muita qualidade, também existem arbitragens com qualidade. Por vezes, o que pode destoar um pouco dessa imagem é quando se quer entrar na agressividade perante os árbitros quando eles erram. Os jogadores e os treinadores também falham, também erram. Portanto é preciso dar um passo no sentido de um crescimento, porque o Alentejo tem que se habituar a este quadro de cinco e seis equipas num campeonato, a lutarem pela subida. Espero que a evolução seja essa e desejo muito que o Serpa se mantenha no nacional e que suba mais um clube, passando a dois e, no ano a seguir três, para que a região evolua e tenha a sua marca no futebol nacional.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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