sábado, 18 de junho de 2022

Fernando Zeverino analisa os quatro anos na presidência do Castrense

 

De saída, o ex-presidente do Castrense, Fernando Zeverino fala ao "Diário do Alentejo" sobre os últimos quatro anos em que liderou o clube
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O ex-presidente do Castrense, Fernando Zeverino, admitiu que o clube falhou o principal objetivo da temporada, que era a conquista do campeonato distrital da 1.ª divisão da Associação de Futebol de Beja, revelando que a eventual promoção ao Campeonato de Portugal seria objeto de avaliação posterior.

 

Texto Firmino Paixão

 

Quase ao chegar ao final do segundo mandato como presidente do Futebol Clube Castrense, o antigo atleta do clube, antecipou a sua saída dos órgãos sociais, permitindo que o candidato à sua sucessão, Humberto Simão, planeasse atempadamente a próxima época desportiva. Zeverino admitiu que nos quatro anos em que liderou o emblema de Castro Verde, o clube evoluiu e valorizou-se, ainda que tenha falhado a meta perseguida.

 

Terminou mais uma das suas missões ao serviço do FC Castrense?

Foi um grande prazer trabalhar, durante quatro anos, no Castrense, na qualidade de presidente do clube. Gostei imenso, estou orgulhoso, saí um bocadinho antes de terminar o mandato, porque iriam realizar-se eleições e, como havia uma lista que se iria candidatar, começámos logo a preparar o terreno para que o novo presidente pudesse conversar com os jogadores e avaliasse o que pretende para o futuro do clube. Não fazia sentido que fosse eu a fazer esse planeamento, porque estava de saída, então, o Humberto, que era meu vice-presidente está já a preparar a próxima época e as coisas estão a correr com toda a normalidade. Sabe tudo o que se passa dentro do clube, sentiu-se confiante para dar o passo no sentido da presidência, porque sabia o que iria encontrar.

 

Esta direção deixa o clube melhor do que o encontrou?

Penso que sim, o clube estava bem quando chegámos. Nestes quatro anos continuámos a crescer, tudo tem a ver com um processo natural de evolução, sem ter muito de comparação com o que se fez ontem e se fez hoje, Não viemos competir com quem aqui estava, recebemos um clube que estava bem, deixamo-lo ainda melhor, após estes dois mandatos em que estive na presidência. Fomos finalistas da Taça, teremos ainda a Supertaça para disputar, os nossos juvenis venceram também a Taça Armando Nascimento, fomos certificados como entidade formadora com ‘três estrelas’, temos a bandeira da ética dois anos consecutivos. Penso que deixámos aqui um bom caminho para o futuro do clube.

 

Esta não foi a sua primeira missão ao serviço do Castrense, nem terá sido a última. A porta ficou aberta?

Sim, felizmente, nestes quase quarenta anos de ligação ao desporto, nunca tive portas fechadas em lado nenhum. Sou bem recebido em todo lado. No Castrense fui jogador, fui capitão de equipa, fui treinador, fui presidente, enfim, quem saberá qual o futuro, Mas as portas aqui, felizmente, estão abertas, como estão em todos os sítios por onde passei. A minha maneira de estar no desporto leva a que seja bem visto em todo o lado e tenho uma relação muito boa com todos os agentes desportivos. Mas, se um dia o Castrense precisar de mim, claro que nunca direi que não.

 

A sua intenção seria fechar este mandato deixando o Castrense a caminho do Campeonato de Portugal? Falhou esse objetivo?

Nós nunca estivemos obcecados por regressar imediatamente ao campeonato nacional. É um patamar muito complicado e os clubes têm que ter os pés bem assentes no chão. Mas queríamos ser campeões distritais, depois logo se veria se iríamos para o nacional. Infelizmente isso não aconteceu, depois de estarmos mil e tal minutos sem sofrermos golos e uma primeira volta inteira sem derrotas, passámos por uma altura difícil em que perdemos quatro jogos e ruiu tudo. Mas as equipas eram muito iguais e já não conseguimos recuperar os pontos perdidos, foi uma fase em que tudo nos correu mal e não conseguimos. O Vasco da Gama foi um justo campeão, teve uma curta quebra da qual conseguiu recuperar, está bem orientada, tem belíssimos jogadores, estão de parabéns e endereço-lhes os votos de felicidade para a próxima época.

 

Olhando para o passado, para estes quatro anos na presidência, tomou sempre as melhores decisões? Ou, hoje, mudaria alguma coisa?

Não vou dizer que fiz tudo da forma mais correta. Ninguém acerta sempre, temos que possuir alguma margem de erro, portanto, assumo que posso ter errado em algumas decisões, mas que foram tomadas com a convicção de que estava a fazer o melhor para o clube. Mas tenho a consciência muito tranquila, de que tudo aquilo que fiz, mesmo eventualmente errando, uma ou outra vez, foi sempre convicto de que seria o melhor para o Castrense. Saio muito feliz e muito orgulhoso por ter servido o Futebol Clube Castrense ao longo destes últimos quatro anos, dois mandatos, e aproveito também para agradecer às pessoas que trabalharam comigo todo esse tempo, pelo grande apoio que me deram, principalmente no início desta caminhada, porque eu não tinha experiência nenhuma a este nível. Mas também quero deixar o meu reconhecimento a todos os associados do clube que deixaram que eu o presidisse nesses dois mandatos. Quero dizer-lhes que foi um prazer enorme ter servido o Castrense.

 

Como se costuma dizer na política, o Fernando ‘vai andar por aí’?

Sim, em todo este tempo em que estive à frente do clube fui adquirindo formações, tenho um dos cursos, se calhar, mais importante para esta nova realidade que são entidades formadoras que é o de ‘dirigente intermédio’, tenho o de ‘entidade formadora’ e o de ‘team-manager’, portanto, no futebol é normal os clubes virem a precisar dos meus serviços. O futebol é a minha vida, é aquilo que eu gosto de fazer, portanto vou andar realmente por aí e certamente que nos vamos reencontrar.

 

O guardião “Abelha”

Fernando Zeverino, 55 anos, um portimonense ‘naturalizado’ alentejano, popularizou-se no futebol com o nome de ‘Abelha’. Ganhou prestígio a defender as balizas do Castrense, durante oito épocas, embora tenha representado clubes como o GD Torralta (onde iniciou a carreira na época 1979/80), o Portimonense, o Vianense, o Aves, o Sourense, o Desportivo de Beja, o Entradense, o Piense, o Moura e o Vasco Gama de Sines. Foi em Castro Verde que, depois de ter ‘pendurado as luvas’ encetou a sua carreira de treinador, derivando mais tarde pelo Desportivo de Beja, Entradense, Odemirense, Messejanense, Renascente, Almodôvar e São Marcos. Em 2018 chegou à presidência do Futebol Clube Castrense, cumprindo dois mandatos.

 Fonte: https://diariodoalentejo.pt/

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