sábado, 4 de junho de 2022

O Centro de Cultura Popular de Serpa permanece na 2.ª Divisão Nacional

 

Contas muito bem feitas ...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Quando o Centro de Cultura Popular de Serpa terminou o jogo que disputou contra o 1º de Dezembro, em Queijas, e o marcador assinalava o resultado de 27-28 favorável aos alentejanos, as contas ficaram fechadas.

 

Texto Firmino Paixão

 

A equipa de Serpa carimbava a manutenção no Campeonato Nacional da 2ª Divisão, em seniores masculinos de andebol, com duas jornadas por disputar, a primeira delas em casa, com o Vela de Tavira (derrota por 28-31) a outra, ao início da tarde de amanhã, no reduto do Belenenses. “Ficámos com o sentimento de missão cumprida” assumiu o treinador Manuel Ramos, sublinhando que “os jogadores trabalharam imenso. Foram uns autênticos guerreiros, o esforço que todos eles fizeram, durante essa época desportiva, foi recompensado. Ainda falta uma jornada para acabar o campeonato, contudo, o objetivo está alcançado”.

 

O campeonato não foi sido fácil. Contudo, as grandes dificuldades que identificaram foram relativas a disponibilidade do plantel?

O grande problema é que, nesta região, não encontramos muitos jogadores que estejam disponíveis para o nosso projeto e que queiram representar o nosso clube. Vivemos essencialmente de atletas da nossa terra e temos três jogadores que vêm de Beja, mas não conseguimos arranjar mais jogadores com qualidade para virem jogar connosco. É verdade que conseguimos ir fazendo o nosso trabalho durante a semana, mas não da forma que desejávamos, por vezes, nem temos o número suficiente de jogadores para fazer um trabalho coletivo e, à sexta-feira é que chegam alguns jogadores que vem para se juntarem à equipa no fim de semana. Mas, mesmo com todas essas dificuldades, atingimos as nossas metas, porque este clube demonstra muita força, muita determinação e será com essa ideia que vamos continuar a trabalhar.

 

Qual foi momento-chave desta manutenção?

O momento determinante, na minha opinião, foi o início da 2.ª fase do campeonato, altura em que conseguimos assimilar os nossos processos, entendermos aquilo que precisávamos de fazer para termos sucesso e assumirmos que, em qualquer campo, seríamos capazes de chegar à vitória. Conseguimos bons resultados com as equipas do topo da tabela, basta lembrar que perdemos aqui com o Sporting, apenas por dois tentos, com o Alto do Moinho, perdemos por três, portanto, resultados nivelados, e mantivemo-nos na luta pelos melhores lugares Os atletas entenderam que em qualquer campo seria possível sairmos com a vitória. E foi essa mentalidade que foi fundamental, e em Queijas onde vencemos o 1º de Dezembro e assegurámos a manutenção, foi um jogo sofrido, andámos sempre atrás do resultado. Só na parte final passámos para a frente e conseguimos ter maturidade, algo que nos faltou nos jogos iniciais da 1.ª fase. Mas isto vai-se adquirindo ao longo da prova, porque a 2.ª divisão é muito difícil, tem equipas com muita experiência, mas os nossos atletas demonstraram ter qualidade para lá estarem.

 

Quando jogaram no recinto do 1º de Dezembro havia já a convicção de que a manutenção estava próxima?

Nós tínhamos as contas muito bem feitas. Sabíamos que ganhando esse jogo, assumiríamos logo que a permanência estaria garantida. Mas o 1º de Dezembro também lutava pela permanência. Porém, sabíamos que, mesmo perdendo os dois jogos que faltavam (Vela de Tavira e Sporting) faríamos 33 pontos, e, perdendo com o Tavira, como veio a acontecer, só poderiam igualar-nos em pontos, mas aí, prevalecia a classificação da primeira fase e nós ficámos à frente, portanto, estávamos garantidos. Logo, essa luta seria entre o Tavira e o 1º de Dezembro. As nossas contas estão arrumadas, mas a nossa mentalidade é que, apesar disso, teremos que ser sérios naquilo que nos falta fazer, senão, nem faria sentido andarmos aqui.

 

A superação de tantas dificuldades por um plantel com tanta juventude constitui um processo de crescimento e valorização inquestionáveis para esses jovens?

Claro, até porque temos também aqui um lote de jogadores mais experientes, alguns com mais de 30 anos, mas temos muitos jovens que poderemos já incorporar em alguns treinos, para iniciarem já o trabalho com a equipa sénior. Agora, precisávamos de mais gente. Mas temos aquele velho dilema de que muitos jovens não se conseguem fixar aqui por motivos académicos ou profissionais. No inverno sentimos mais esse problema, pois temos atletas que trabalham no campo naquele regime sazonal. Queríamos atrair mais jovens e sentirmos que eles têm prazer naquilo que fazem, aumentando, simultaneamente, a qualidade do plantel. Mas a ideia é mantermos os atletas que temos.

 

A 2.ª divisão nacional é o patamar ideal para o CC Serpa?

Sim! Temos que manter os pés bem assentes na terra. Não possuímos condições para irmos muito mais além do que a 2.ª divisão. Bem gostaríamos, mas não podemos. Mas queremos cimentar a nossa posição neste patamar e, logo na 1.ª fase, alcançarmos o maior número de pontos em vez de andarmos a subir e descer. Sabemos que, no próximo ano, seremos a equipa a abater, não temos dúvidas. Serão o Serpa, o Lagoa e o Tavira, as equipas mais ao sul. As restantes, fazem o campeonato delas ali num raio de 30 ou 40 km à volta de Lisboa.

 

A próxima época está já a ser planeada? Com o Manuel Ramos, de novo, no comando técnico?

Já estamos a contactar alguns jogadores, alguns que nos acompanhavam e depois deixaram de jogar, mas vamos tentar recuperá-los, para os juntar a este lote. Penso que não existirão mudanças, aliás, tenho que deixar uma palavra de agradecimento às pessoas que trabalham na retaguarda e não são reconhecidas, como o nosso presidente, Carlos Amarelinho, mas também a Silvina, o Hélio, o Paulo, o Luís Mestre, dirigentes que sempre nos acompanharam e sem os quais este sucesso não seria possível.

 Fonte: https://diariodoalentejo.pt

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