O Beja Basket Clube assinalou o final da época desportiva com um convívio desportivo e social. Os jogos entre pais e filhos, entre seniores e veteranos, foram, afinal, meros pretextos para reunir todos os que, ao longo do tempo, têm escrito e contribuído para a história deste clube.
Texto Firmino Paixão
" Estes são momentos de convívio, uma oportunidade para que as pessoas se conheçam mutuamente, também um momento para os pais poderem experimentar a modalidade com os próprios filhos, são bocadinhos muito importantes” justificou João Margalha, presidente do Beja Basket Clube (BBC) sublinhando que “a parte social de um clube é tão, ou mais, importante do que a vertente desportiva, e é isso que nós procuramos fomentar, para que tudo isto seja uma grande família” E assim foi, momentos de convívio, através do desporto, que fortalecem os laços e valorizam o património mais relevante do BBC que são os seus recursos humanos.
Trazer os pais e os filhos tem um duplo mérito: observam as vivências que eles têm no clube e, por outro lado, a proximidade dos pais é uma forma de os miúdos se fidelizarem à modalidade e ao clube...
Exatamente. E, para nós, tem sido fundamental, não só por isso, mas por uma área que, este ano, começámos a explorar de uma forma mais profissional, que é a questão dos patrocínios. Os pais dos atletas é que têm arranjado os patrocínios para o clube, portanto, o mérito é deles, não é nosso, mas eles têm contribuído fortemente. Temos vários pais empresários, que conhecem outros empresários, e que muito têm contribuído para os encargos com os equipamentos e com a atividade regular do Beja Basket Clube. Tem sido muitíssimo importante, porque cria uma ideia de compromisso com o clube e isso é, verdadeiramente, uma novidade em termos do nosso clube.
É significativo vermos aqui algumas pessoas que já fazem parte da história e do crescimento deste clube…
Já temos aqui atletas veteranos, por exemplo, o João Vilhena (na foto), que está connosco desde os 16 anos, com uma ou outra intermitência, porque esteve emigrado na Suíça, mas é um atleta que está connosco há cerca de 25 anos. Efetivamente, para um clube formado em 2010, tem 11 anos de idade oficial, embora os atletas estivessem na modalidade há mais tempo, isto é algo que faz criar um clube, que faz criar uma modalidade. Costumo dizer que uma modalidade não se cria, nem fortalece, de um ano para outro. De um ano para o outro cria-se um entusiasmo de irmos todos praticar skate ou praticar padel, ou outra história qualquer que será pouco duradoura, pois quando não existem raízes, nem este entrosamento social, as coisas não têm futuro. Um clube tem que fazer parte da sociedade onde está inserido, senão for assim, não terá futuro, pode ter fogachos de funcionamento, mas não terá futuro.
E a época desportiva correspondeu as expectativas?
Correspondeu largamente. Pes-soalmente, nunca pensei que corresse tão bem. Ultrapassámos o número de atletas federados que tínhamos antes da pandemia, que era de 144, este ano inscrevemos 158, foi muitíssimo bom, competimos em todos os escalões de formação, masculinos e femininos, e competimos em seniores masculinos. Os seniores femininos foram a exceção, porque o clube não os tem conseguido manter de uma forma regular. O desporto feminino é difícil por natureza e a partir de determinadas idades a participação é ainda mais complicada. Dou até o exemplo de que temos mais atletas femininos na base e depois temos mais masculinos no meio. Começamos bem nos femininos, mas depois vamos perdendo mais atletas do que perdemos nos masculinos. São questões culturais da sociedade portuguesa que não vale a pena discutirmos. Temos que as combater e, no dia em que o conseguirmos, vamos ter basquetebol feminino no clube.
A próxima temporada está planeada?
Claro! Já está planeada e as metas serão competirmos em campeonatos nacionais com todos os escalões de formação. Se não o conseguirmos, paciência, mas o objetivo é esse. Vamos competir em seniores masculinos e trabalharemos sempre, no mínimo, quatro vezes por semana, em termos de treinos. É o mínimo para podermos ser competitivos.
Os pavilhões da cidade estão num processo de beneficiação. Na próxima época o basquetebol e as outras modalidades terão, certamente, recintos mais apetecíveis?
É fundamental que tenhamos bons recintos para a prática desportiva. Termos bons balneários, boa iluminação, não só para nós, mas também deixarmos uma boa imagem a quem nos visita. Apresentarmos más instalações não deixa uma boa imagem nas equipas que recebemos e eu penso que os responsáveis começaram a perceber isso. Espero que, rapidamente possamos transformar a nossa imagem, porque, efetivamente, o nosso pavilhão municipal não deixa uma boa imagem a quem nos visita. Precisamos de quatro balneários em condições, como outros pavilhões, neste momento, têm, precisamos de ter boa iluminação, porque não podemos praticar quando, quase, não nos vemos uns aos outros. Nem pode chover dentro dos recintos. Esses pequenos problemas podem e devem ser ultrapassados, para garantir boas condições às modalidades que, quando lhes é permitido treinar em condições, obtêm resultados. E repare que, ainda assim, este ano, tivemos dois atletas formados no nosso clube, a Carmo Cruz e o Vasco Lança, a disputar campeonatos europeus Sub/20 e mais dois jogadores em Estágios de Observação, o João Farropas (Sub/16) e o Lourenço Rosário (Sub/15). Diria que, para um clube de uma cidade de província, com 25 000 habitantes, é obra. Alguma coisa está a ser benfeita para isto acontecer.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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