A Cercibeja, Cooperativa para a Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão de Beja, conquistou a 5.ª etapa do Campeonato Regional de Andebol Adaptado, disputada na vila de Odemira por cinco equipas.
Texto Firmino Paixão
O Pavilhão Municipal de Odemira, no Complexo Desportivo Dr. Justino Santos, acolheu a 5.ª etapa do Campeonato Regional do Sul de Andebol Adaptado, competição acolhida pela Associação de Paralisia Cerebral de Odemira/Associação Cautchú, com organização técnica da Associação de Andebol do Algarve e incluída no Programa ‘Andespecial’ e numa parceria com a Associação Nacional de Desporto para Deficiência Intelectual (Anddi). Participaram as equipas da Cercibeja/Zona Azul, Fundação Irene Rosa/Vela de Tavira, Acaso-Associação Cultural e de Apoio Social de Olhão/Andebol Clube de Olhão, Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines e Associação de Paralisia Cerebral de Odemira/Cautchú.
Uma manhã de competição e de convívio entre todos os atletas, promovendo a atividade física e a inserção porque, afinal ‘O Andebol é Para Todos’. João Estrela, presidente da Associação de Andebol do Algarve, disse ao “Diário do Alentejo” que “temos um projeto que se chama ‘Andespecial’, que se iniciou com a deficiência intelectual e a deficiência motora. Inicialmente arrancou uma equipa de andebol em deficiência motora, em cadeira de rodas. Esse projeto continuou com a deficiência intelectual, todos os anos temos feito alguns encontros e, este ano, conseguimos organizar o chamado Torneio de Andebol Adaptado, e fizemos cinco encontros (Tavira, Olhão, Beja, Messines e Odemira) ”. João Estrela revelou também que “o projeto ‘Andespecial’ tem vindo a ser desenvolvido e conseguimos organizar este torneio, com cinco encontros, e a Anddi propôs-nos que este evento se designasse também Campeonato Regional de Andebol Adaptado. E é nesse sentido que estamos cá, para desenvolvermos todo o tipo de andebol, o indoor, praia, deficiência intelectual, deficiência motora ou andebol para reclusos. Estamos disponíveis para fazermos todas as parcerias possíveis. O fundamental é pormos toda a gente a praticar desporto, porque, em termos percentuais, Portugal é dos países mais atrasados em termos de prática desportiva”.
José Carlos Pavoeiro, vice-presidente da Anddi, acompanhou a competição e, no final, comentou que “o desporto tem que ser uma atividade em que todos possam participar de acordo com as suas capacidades, foi assim que se proporcionou um dia agradável aos atletas destas cinco equipas”, sublinhando que “este é um projeto que se desenvolveu em Portugal nos últimos anos e que tem dado os seus frutos. Vê-se que já tem bastantes equipas a participar a nível nacional, frutos que foram conseguidos com resiliência e com teimosia”. José Pavoeiro fez notar, também, que “com o desenvolvimento desta modalidade, também se procura promover junto das entidades e das comunidades em que residem estes utentes, que alguns deles possam vir a integrar outras equipas. Temos, aliás, alguns exemplos a nível nacional em que existiu uma integração plena desses atletas, e esse é, de facto, um bom exemplo de promoção da igualdade e da inserção”.
Uma opinião seguramente partilhada por Sandra Bento, presidente da ‘Associação Cautchú’ a quem se ancorou a APCO, que referiu: “Apostámos no andebol adaptado praticamente desde o início da nossa associação. Estivemos parados durante dois anos, devido à pandemia, mas este ano retomámos os treinos e este foi o primeiro encontro em que participámos, naturalmente com muito gosto, por termos recebido as outras equipas aqui no nosso território, na nossa casa, numa manhã de muito convívio, muito desporto e entusiasmo, e é isso que pretendemos proporcionar aos atletas da Associação de Paralisia Cerebral de Odemira”. Sandra Bento considerou mesmo que “foi praticamente um momento de libertação depois do confinamento a que estiveram sujeitos, ainda que existam alguns receios e muitos cuidados a ter, mas sentimos que era altura de lhes proporcionar uma manhã livre para, finalmente, poderem voltar a conviver com os atletas de outras equipas de diferentes associações e sentirem essa felicidade, porque o importante aqui, além da atividade física, é o convívio entre todos eles”.
Vanda Rodrigues, a técnica de Educação Especial e de Reabilitação que dirigiu a comitiva bejense, vencedora da reunião desportiva, recordou que “o andebol é uma modalidade que os nossos utentes praticam com grande alegria e entusiasmo, mas depois também vieram com a motivação de conviverem com os colegas de outras instituições, portanto, além desta prática desportiva, a parte social é muito importante para eles, e, claro a integração social, que é sempre um elementos que devemos valorizar”. Na Cercibeja, acentuou Vanda Rodrigues “além do andebol, promovemos outras modalidades, como o futsal, e iniciámos também, há pouco, a ginástica adaptada participando já num encontro, em Albufeira, um evento ‘cinco estrelas’. Também, em parceria com a Academia de Desporto de Beja, temos tido atletas dessa academia a participar em atividades com os nossos jovens, uma grande experiência para eles. Ao nível do desporto, queremos sempre ter o máximo de atividades e estamos sempre disponíveis para parcerias”. Na cidade de Beja, adiantou a técnica, “os nossos atletas fazem os seus treinos na própria instituição, porque equipámos um pequeno ginásio, com o apoio do Instituo Português do Desporto e Juventude. Eles preparam-se bem e estão sempre ansiosos pelas competições. Fizemos uma etapa deste torneio em Beja, hoje terminou aqui, mas voltaremos em setembro com novas atividades, porque o principal é a felicidade deles”, concluiu.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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