Em funções há pouco mais de um mês, o novo presidente do Desportivo de Almodôvar, João Saleiro, revela ao “CA” as metas que tem para o clube, onde encontrou uma “grande dívida”.
O que o levou a avançar para a presidência do Clube Desportivo de Almodôvar (CDA)?
Primeiro, por ter orgulho de ser de Almodôvar, Por outro lado, por estar ligado ao desporto desde muito novo. E ao ver que o CDA tinha algumas dificuldades em termos de gestão, de orientação, de dinâmica e de futuro, achei que devia dar o meu contributo.
Qual a vossa grande meta para este mandato, sendo que o lema da sua candidatura era “Sem esquecer o passado. Olhar o presente. Projetar o futuro.”?
Queremos organizar o clube em termos desportivos e também estabilizá-lo financeiramente. Temos igualmente a ideia de uma grande partilha com as outras instituições desportivas do concelho. E queremos engrandecer o clube com mais atletas e mais modalidades.
Qual é o quadro financeiro do CDA neste momento? É de estabilidade ou causa alguma preocupação?
Herdamos uma grande dívida. E ao ser uma grande dívida, é também uma grande preocupação nossa e de compromisso com os credores. Felizmente, nestas três semanas já conseguimos colmatar algumas dessas dívidas. Mas um dos objetivos é realmente cumprir com a nossa ‘herança’ de dívidas que infelizmente nos deixaram. Porque o clube não pode, na ‘praça pública’, ter uma imagem negativa e de ‘mau pagador’. Tem de cumprir com aquilo com que se compromete! E uma das nossas preocupações tem sido dar a cara junto dos nossos credores, dizendo para terem confiança em nós, que com o nosso trabalho vamos cumprir os compromissos que o clube tem.
Já tinha conhecimento desta realidade antes de tomar posse?
Tínhamos uma ideia [do que era o quadro financeiro do CDA]. O que aconteceu foi que não nos foi transmitido realmente o cenário concreto. Havia um possível cenário de algumas dívidas, mas depois de tomarmos posse vimos que na realidade era um cenário um bocadinho ‘negro’.
Pode revelar o valor da dívida?
Acho que não devo dizer, pois tenho de defender o clube.
No plano desportivo, e no que toca ao futebol sénior, que CDA vamos ter em 2022-2023?
Está a perguntar-me pela equipa sénior, mas nós temos uma preocupação que é proceder a uma grande organização na escola de formação, onde vamos ter Petizes, Traquinas, Benjamins, Infantis e Iniciados. Esta escola será uma prioridade! Depois, em termos de seniores, estamos a elaborar uma equipa dentro das nossas possibilidades.
Com que objetivos?
O que posso responder numa altura destas é que o objetivo é ficar nos primeiros seis [classificados], para não termos depois a preocupação da fase final e da manutenção.
“Temos uma preocupação que é proceder a uma grande organização na escola de formação, onde vamos ter Petizes, Traquinas, Benjamins, Infantis e Iniciados. Esta escola será uma prioridade!”
Pode confirmar que será Marco Hortense o novo técnico do CDA?
Será o Marco Hortense como treinador principal e o Pedro Bate como adjunto.
Porquê esta escolha? Era o perfil que tinham idealizado?
Exatamente! Não é nada contra outras pessoas, conheci o mister [Jesus] Neca, que é uma pessoal impecável e a quem o CDA tem de agradecer, porque veio numa altura má. Mas dentro do que tínhamos delineado, o Marco [Hortense] era um conhecedor da casa, já tinha sido jogador do CDA e em termos de objetivos e de fundamento enquadra-se na nossa estratégia.
Querem criar a Escola de Futebol CDA. Em que medida é esse projeto fundamental para o futuro do clube?
Se olharmos para o passado do CDA, tem sido aí [na formação] que a equipa sénior tem ‘bebido’. Durante estas épocas todas, 80-90% dos plantéis têm sido constituídos por atletas da formação. Por isso, [a formação] merece uma atenção especial, organização e mais condições aos atletas para a sua valorização, crescimento e aprendizagem. Para que no futuro consigamos continuar a ‘beber’ dessa escola.
Ambicionam vir a ser ‘entidade formadora’? Garantir essa certificação é uma meta?
Certamente que queremos esse patamar de exigência, que é ter a ‘Bandeira da Ética’ e a certificação como ‘entidade formadora’.
Pelo que já disse, também querem “abrir” o CDA a novas modalidades, além do futebol e do ténis…
Primeiro vamos organizar-nos, para depois abrirmos duas novas modalidades: iniciação ao andebol e também voleibol. Há uma adesão de algumas atletas ao voleibol e também de alguns atletas ao andebol. Também estamos a pensar numa parceria com a escola, para esses atletas entrarem nas modalidades do clube vindos do Desporto Escolar. E queremos ter mais atletas femininos em todas as modalidades, até porque atualmente não temos nenhuma miúda a jogar futebol.
Fonte: https://correioalentejo.com
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