sábado, 6 de agosto de 2022

Ultra Maratona Atlântica e Corrida Atlântica disputou-se no domingo

 

Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Foram dois pontos de partida com uma meta comum. A Ultra Maratona Atlântica, entre Melides e Tróia (43km), uma prova de aventura e resistência, e a Corrida Atlântica (15km), entre a Comporta e Tróia.

 

Texto Firmino Paixão

 

No último domingo as praias da frente atlântica do concelho de Grândola receberam mais uma edição, a 17.ª, da Ultra Maratona Atlântica Melides-Tróia. Um desafio, uma aventura, uma prova de resistência física e psicológica. Um certame único em Portugal e na Europa. A corrida teve, como habitualmente, a partida marcada para as 9:00 horas, com os atletas a percorrerem as sete praias de areias brancas e águas transparentes, que irão encontrando até atingirem a meta final, instalada na Praia do Bico das Lulas, em Tróia, oportunidade para atenuarem o esforço, contemplando o magnífico cenário que lhes será oferecido pela Serra da Arrábida e pelas dunas das longas praias daquela faixa litoral alentejana.

 

O percurso, a terceira maior extensão de areal contínuo no mundo, desde Melides a Tróia, tem características únicas e, claro, os atletas irão desfrutando à medida dos seus objetivos competitivos, uns naturalmente com o foco na vitória e na melhoria dos registos horários, outros, correndo pelo simples prazer de participar numa prova que é, inquestionavelmente, uma forma de valorizar o currículo desportivo.

 

A organização desta competição, o município de Grândola, define, anualmente, a data da sua realização, com a tabela das marés, fator que tem em vista atenuar a dureza da prova, ou seja, com a maré o mais baixa possível e num momento do dia em que a competição seja exequível, ao nível dos horários. Os primeiros atletas a atingirem a meta final, na Praia do Bico das Lulas, gastarão cerca de três horas.

 

O primeiro vencedor, no setor masculino, foi o fundista Pedro Pessoa, que ganhou as edições de 2005 (3h11’21) e 2006 (3h15’58) e, no setor feminino, a primeira vitória (2005) foi pertença na belga Chantal Xervelle (4h26’48), que haveria de subir ao lugar mais alto do pódio, também, nas edições da Ultra Maratona realizadas nos anos de 2007, 2009 e 2010, além de ter estado no pódio na classificação geral feminina em 10 edições da prova. Uma boa razão para a organização ter nomeado esta atleta, que é totalista em todas as edições já realizadas (em 2020, devido à pandemia não se disputou) para “embaixadora”da prova, distinção também atribuída ao atleta Edgar Matias, que representa o vizinho emblema de São Francisco da Serra (Santiago do Cacém) que, não tendo ainda inscrito o seu nome na galeria dos vencedores, já percorreu, a solo, no início de agosto de 2020, os 65,2km que distam da Praia do Canto do Mosqueteiro (Praia do Norte), em Sines, até à Marina de Tróia. Uma corrida solitária e solidária (recolha de fundos para o Lar de Idosos da Casa do Povo de Melides), no final da qual confessou ao “Diário do Alentejo”: “A corrida liberta-me”.

 

Mas, nesta Ultra Maratona destaca-se, e de que maneira, o nome do atleta Eusébio Rosa, vencedor de seis edições e detentor do recorde, com o registo horário de 2h46’30, conseguido na edição de 2012 e que mais ninguém conseguiu superar. Eusébio Rosa ainda correu a ultra no ano seguinte mas, em 2014 deixou de participar, contestando a criação da Corrida Atlântica Comporta/Tróia e a consequente divisão dos prémios monetários.

 

No setor feminino, outro destaque obrigatório vai para atleta algarvia Patrícia Serafim Marques que, recentemente, se transferiu do Beja Atlético Clube para o Areias de São João (Albufeira), e que conta com sete vitórias na Ultra Maratona sendo a atual detentora do recorde com 3h18’16.

 

Meia hora após o início da Ultra Maratona, em Melides, partirão os concorrentes à 7.ª Corrida Atlântica Comporta-Tróia, competição criada em 2014 e ganha, nesse ano, pelo bejense João Cruz (Beja AC), êxito repetido nos anos seguintes pelos companheiros de equipa Rui Fontes (2015), Pedro Arsénio (2017 e 2018) e Bruno Paixão (2019 e 2021), também recordista da distância com 47’47 obtidos em 2021.

 

No setor feminino, onde a jovem Inês Marques venceu as três primeiras edições, o recorde foi estabelecido em 2021 pela atleta e cientista bielorrussa Kcénia Bougrova (59’). Lançados os dados resta dizer que, nesta edição das duas provas, são esperados cerca de 600 atletas.

 

PERCURSOS/ DISTÂNCIAS PERCORRIDAS 

Praia de Melides (Partida), Praia da Aberta Nova (5,5km), Praia da Galé (8,5 km), Praia do Pinheiro da Cruz (14,5km), Praia do Pego (18,5km), Praia do Carvalhal (20km), Praia da Comporta (28,5km), Soltróia (37,5km), Praia do Bico das Lulas, Tróia-Meta (43km)

 

VENCEDORES ULTRA MARATONA ATLÂNTICA MELIDES-TRÓIA (43 KM) 

2005 | Pedro Pessoa 3h11.21/Chantal Xervelle 4h26’48

2006 | Pedro Pessoa 3h15’58/Amélia Costa 4h56’30

2007 | Eusébio Rosa 2h51’11/Chantal Xervelle 3h44’55

2008 | Eusébio Rosa 3h14’03/Verónica Correia 4h20’57

2009 | Custódio António 3h03’41/Chantal Xervelle 3h57’32

2010 | Eusébio Rosa 3h00’40/Chantal Xervelle 4h22’56

2011 | Eusébio Rosa 3h08’01/Gema Borgas 3h42’44

2012 | Eusébio Rosa 2h46’30*/Gema Borgas 3h33’48

2013 | Eusébio Rosa 3h04’49/Patrícia Serafim 4h04’54

2014 | Igor Timbalari 3h18’57/Patrícia Serafim 4h08’40

2015 | José Gaspar 2h58’46/Patrícia Serafim 3h33’01

2016 | José Gaspar 3h04’32/Patrícia Serafim 3h30’46

2017 | Mário Cassaca 3h10’09/Patrícia Serafim 3h32’55

2018 | Mário Cassaca 3h33’23/Patrícia Serafim 3h46’56

2019 | José Gaspar 2h59’40/Palmira Quinhama 3h48’42

2021 | André Costa 2h47’54/Patrícia Serafim 3h18’16*

 

 

VENCEDORES CORRIDA ATLÂNTICA COMPORTA-TROIA (15 KM)

2014 | João Cruz 54’25/Inês Marques 1h07’43

2015 | Rui fontes 55’35/Inês Marques 1h03’05

2016 | Jorge Robalo 55’31/Inês Marques 1h06’35

2017 | Pedro Arsénio 52’25/Sofia Argentina 1h08’09

2018 | Pedro Arsénio 51’58/Alexandra Alves 1h06’31

2019 | Bruno Paixão 50’17/Inês Marques 1h00’35

2021 | Bruno Paixão 47’47*/Kcénia Bougrova 59’00*

 

*Recordistas

 Fonte: https://diariodoalentejo.pt/

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