Carlos Pinto
JORNALISTA | DIRECTOR DO "CA"
São vários os casos de “crises” que, ao longo dos anos, abalaram
os clubes do distrito de Beja. O “pós-Chalaça” do Desportivo de Beja (do
qual o emblema da Rua do Sembrano parece nunca ter recuperado) é,
talvez, o mais paradigmático de uma coletividade desportiva em crise,
mas do interior ao litoral do Baixo Alentejo os exemplos são mais que
muitos.
Ainda assim, em 2022-2023, entrámos numa “nova dimensão” de crises, pela
mão do recém-fundado União Serpense, que prometeu altos voos (sobretudo
aos seus jogadores), mas que acabou por cair com estrondo ao fim de
apenas quatro temporadas. A equipa viu-se forçada a desistir da sua
participação no campeonato distrital da 1ª divisão desta época e, dias
depois, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sinalizou como
vítimas de tráfico de seres humanos seis atletas seus recrutados no
continente sul-americano.
Segundo o SEF, aos jogadores foram “prometidas condições remuneratórias
que não foram cumpridas e exigido o adiantamento de avultadas quantias,
alegadamente para o pagamento de taxas administrativas, que nunca
chegaram a ser devolvidas”.
Um caso lamentável e que coloca a descoberto uma faceta do futebol que
pouco ou nada interessa: a dos alegados investidores e/ou empresários
que, à custa da paixão pelo futebol e do sonho de ser um atleta de
sucesso, vão iludindo os mais incautos com os seus “cantos de sereia”.
Que este caso sirva de exemplo a todos os dirigentes, treinadores e
atletas. E também para os adeptos, aqueles que realmente amam o clube e
sofrem com os seus desaires…
Fonte: https://correioalentejo.com
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