Atletas do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira dominaram o Corta-Mato Longo, em Vale de Santiago

 

Um domínio absoluto...

Foto | Firmino Paixão

Os atletas Ana Lourenço e Carlos Papacinza, ambos do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, foram os vencedores absolutos do Campeonato Distrital de Corta-Mato Longo, disputado em Vale de Santiago, uma prova do calendário da Associação de Atletismo de Beja.

 

Texto Firmino Paixão

 

O Campeonato Distrital de Corta-Mato Longo, por escalões, reuniu na pista onde tradicionalmente se realiza o Crosse dos Cavaleiros, em Vale de Santiago, no concelho de Odemira, quase centena e meia de atletas nos escalões de benjamins a veteranos, em representação de 11 clubes filiados nas associações regionais de Beja, Santarém e Setúbal, estes últimos, naturalmente, com participações extra campeonato.

 

À semelhança do que sucedera em meados de janeiro, em Messejana, palco que recebeu o Corta-Mato Absoluto Curto, o Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira voltou a fazer a dobradinha, em termos absolutos, nos escalões de seniores e veteranos, com Ana Lourenço a triunfar no setor feminino e Caros Papacinza a dominar a corrida masculina, confirmando, ambos, o favoritismo que recolhiam à partida para as cinco voltas a um circuito que perfazia a distância de sete mil metros, com tempo soalheiro e piso seco.

 

A ausência de outros valores do atletismo regional (a mais notada foi a de Bruno Paixão) não belisca, minimamente, o mérito dos vencedores, tal a sua qualidade desportiva e os seus palmarés, ainda assim, vai tornando-se cada vez mais evidente a fraca qualidade competitiva das provas.

 

Carlos Papacinza, logo que concluiu a sua corrida, comentou: “Foi mais um campeonato e mais uma vitória, mas os meus triunfos só mudam de significado se eu me preparar para uma determinada prova e a minha prestação não corresponder àquilo que foi a minha preparação”.

 

Nas primeiras quatro voltas andou na frente com Miguel Valente, na última, acelerou para a vitória. “Já conheço o Miguel de algumas provas. Tenho muito respeito por ele, mesmo sabendo que anda um bocadinho menos do que eu, mas acabei por fazer duas ou três voltas junto dele, gerindo o andamento e sempre respeitando-o. Na última volta ataquei e acabei por me distanciar dele”.

 

Quanto à ausência de competitividade, adiantou: “Infelizmente, a nossa agenda distrital, em termos de atletismo, está extremamente fraca. As provas não têm competitividade quase nenhuma, esperava uma prova mais dura com a presença do Bruno Paixão. Como ele não veio, acabei por me resguardar um bocadinho e pensar nas próximas competições, que serão importantes, e trabalhar com o foco nesses desafios”.

 

E revelou mesmo as causas que, na sua opinião, justificam essa ausência de atletas. “Uma delas é a falta de compensações financeiras. Os melhores atletas acabam por deixar de lado estas provas e irem a competições com prémios monetários, porque há atletas que só correm com este tipo de objetivos. Mas é triste vermos o atletismo a este nível, até porque, cada vez, as coisas serão piores e um destes dias será necessário juntar as diferentes associações”.

 

Os próximos desafios que tem no horizonte, avançou o atleta, “será o campeonato distrital de trail, em Alcaria da Serra”. Depois, o campeonato nacional militar de estrada, em Lisboa, que será na véspera do Campeonato do Alentejo.

 

“Aí, sim, lá estarei na Baronia, sem fazer apostas, cumprindo apenas o que tenho planeado, que é dar sempre o meu melhor”, diz.

 

Quanto à vencedora absoluta feminina, Ana Lourenço, também pôs o dedo na ferida. “Estas provas no interior têm cada vez menos competitividade, têm menor número de atletas, mas temos de ir fazendo estas provas para arranjarmos ritmo competitivo. No próximo fim de semana espero estar nos campeonatos nacionais de pista e vou-me desafiando, sempre testando os meus limites. Esta prova teve mesmo de ser encarada como um treino sem grandes objetivos, porque não deu para muito mais”.

 

Sem desistir de renovar os títulos distritais, embora focada nas provas de pista, a atleta deixou vincado: “A época ainda está no início mas, até ao momento, não me posso queixar, embora esta prova me tenha custado um bocadinho, porque tenho andado lesionada e, por isso, foi um bocadinho mais difícil, ainda que a tenha encarado como um bom treino”.

 

Classificações Absolutas Femininos:

• 1.ª Ana Lourenço (NDC Odemira), 31’48;
• 2.ª Maria Jesus Sousa (NAR Messejana), 34’33;
• 3.ª Carla Conceição (Beja AC), 37’11;
• 4.ª Ana Militão (Beja AC), 41’54;
• 5.ª Maria Bico (GDR São Francisco), 44’14;

 

Classificações Absolutas Masculinos:

• 1.º Carlos Papacinza (NDC Odemira), 23’47;
• 2.º Miguel Valente (Beja AC), 24’58;
• 3.º Hugo Sargento (Beja AC), 25’06;
• 4.º Hugo Carvalho (Beja AC), 25’16;
• 5.º Pedro Martins (NAR Messejana), 26’41;

 

Campeões Individuais Femininos:

• Benjamins A | Isabel Figueiredo (Beja AC);
• Benjamins B | Catarina Caeiro (Beja AC);
• Infantis | Constança Ribeiro (Beja AC);
• Iniciadas | Jéssica Falé (NDC Odemira);
• Juvenis | Rita Traquina (Vasco Gama AC);
• Juniores | Carolina Vitória (Beja AC);
• Vet.35 | Ana Lourenço (NDC Odemira);
• Vet.40 | Maria Jesus Sousa (NAR Messejana);
• Vet.50 | Carla Conceição (Beja AC);
• Vet.55 | Ana Militão (Beja AC);

 

Campeões Individuais Masculinos:

• Benjamins A | David Cabaça (Beja AC);
• Benjamins B | Miguel Cabaça (Beja AC);
• Infantis | Nuno Mesquita (AS Fit-Salvador);
• Iniciados | Manuel Dâmaso (NDC Odemira);
• Juvenis | Vicente Paulo (Beja AC);
• Juniores | Gabriel Pereira (JD Neves);
• Seniores | Carlos Papacinza (NDC Odemira);
• Vet.35 | João Cruz (Beja AC);
• Vet.40 | Hugo Sargento (Beja AC);
• Vet.45 | Pedro Silva (NAR Messejana);
• Vet.50 | Pedro Costa (Beja AC);
• Vet+55 | Mário Godinho (Beja AC);
• Fonte: https://diariodoalentejo.pt