quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A Planificação das equipas no Alentejo


Nos dias de hoje um treinador tem que ter um papel mais abrangente do que só se preocupar com as questões Técnico-Táctica. A planificação da época desportiva é muito importante para se atingir no fim da temporada os objectivos que nos são propostos. Existe vários factores que enquanto treinador devo ter em conta, a realidade da nossa zona, características de jogadores a contratar, aspectos financeiros, aspectos emocionais. Nos dias de hoje e analisando friamente não existe no Alentejo um clube com condições para andar acima da segunda divisão B, e sabendo das enormes despesas que envolvem a participação nas provas nacionais ainda mais importante se torna a sua planificação.
O primeiro ponto é analisar os nossos objectivos de forma realista e ser realista não significa ser pouco ambicioso, significa criar condições para se obter êxitos em diversas vertentes. A vertente financeira é uma delas, é importante o clube cumprir com o prometido aos atletas, todos sabemos que o incumprimento leva a insatisfação dos atletas e traz diversos problemas que podem comprometer o objectivo pretendido e colocar a saúde financeira do clube em risco. Como treinador defendo um plantel curto, 21 jogadores, permitirá ao clube poder estar no mercado por melhores jogadores, defendo 14 a 15 jogadores de qualidade e os restantes da formação do clube. Defendo que devemos apostar nos jovens da formação, afinal para que existe a formação e toda a despesa que se faz com ela?
Actuando desta forma permitirá ao clube poupar dinheiro não só em ordenados como em inscrições de atletas que todos sabemos ser caras. Desta forma poderá também fazer-se uma escolha mais selectiva de jogadores a contratar, nunca esquecendo claro a sua componente humana. Outra das vantagens de um plantel curto e bem planificado será o facto de não existir entradas ou saídas de elementos durante a época a não ser em casos excepcionais, permitirá uma maior união de grupo, laços afectivos mais fortes e estabilidade emocional pois num plantel maior serão mais os descontentes por não jogarem, por não serem convocados e isso cria problemas e sabemos que certos jogadores com estatuto podem influenciar um balneário. Uma outra vantagem será o de poder descobrir novos talentos e sabemos que existe muita qualidade nas divisões inferiores e nos distritais mas as vezes falta coragem para arriscar pois queremos sempre os melhores. Também existe desvantagens como a inexperiência, a pressão dos adeptos com dois ou três resultados negativos mas são situações que nos cabe a nós enquanto treinadores gerir e conseguir dar a volta, poderão considerar este planeamento arriscado...mas a vida é feita de riscos e os riscos existem para serem ultrapassados!
João Prates
http://joaopratestreinadorfutebol.blogspot.com/

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