quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A importância dos 3 primeiros minutos


Ao longo dos anos muito se têm escrito sobre lesões desportivas, quer em publicações especializadas assim como em meios de imprensa e qual o seu melhor tratamento. Existe alguma informação disponível sobre as 48h e 72h após a lesão, existindo um ponto em comum: o método RICER (que abordaremos numa próxima oportunidade). Muitos responsáveis desportivos desconhecem que os primeiros 3 minutos após a lesão acontecer são fundamentais, para uma melhor avaliação, prognóstico e posterior reabilitação do atleta.

Imaginem o seguinte, um jogador faz uma entorse do tornozelo, num campo de futebol 11, na zona mais distante do banco de suplentes, se por ventura o responsável médico da equipa, estiver distraído, sem a mala médica por perto, sem estar imediatamente disponível para actuar, perde no mínimo 2 minutos, para chegar perto do jogador, pois o extensão do hematoma entretanto formado influencia negativamente toda a avaliação e posterior tratamento da lesão.

A principal prioridade é não aumentar a lesão, poderá ser necessário parar o jogo por momentos e remover cuidadosamente o jogador para a linha lateral, não sendo permitido movimentos que a possam agravar. É fundamental perguntar ao jogador o que e como aconteceu, onde sente dor, como se sente actualmente e se têm história de lesões naquele segmento corporal.

A exposição da área afectada, observação de sinais de gravidade, como sangramento interno(hematoma) ou ruptura de fibras são de vital importância, pelo que a realização de cuidados médicos (ligaduras, spray gelo sintético, aplicação de sacos de gelo por exemplo) ou a permanência do jogador em campo são actos de grande responsabilidade.

Face á gravidade da lesão poderá ser necessário, o abandono do jogo, remoção para um local mais calmo (balneário) e se necessário o seu encaminhamento para uma urgência hospitalar (no nosso clube sempre com carta de referencia) ou fazer articulação com o CODU-INEM, em casos de emergência, como grandes traumatismos cranianos, fracturas ou luxações graves, hemorragias, entres outros problemas possíveis.

Por Paulo Tito
Enfermeiro das equipas de Futebol do GDC Alvito


Fonte:http://www.gdcalvito.pt/

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