quarta-feira, 21 de março de 2012

30.ª Volta ao Alentejo/Crédito Agrícola Costa Azul: Uma Volta que o Alentejo merece



Quatro etapas, 660 quilómetros percorrendo transversalmente o Alentejo, do nordeste ao litoral, 10 equipas e um pelotão com mais de 150 corredores. Eis a 30.ª Volta Ao Alentejo/Crédito Agrícola Costa Azul.

Texto e foto Firmino Paixão
O Alentejo merece e deve ter esta Volta, disse Artur Lopes, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, ilustrando a sua afirmação com a metáfora de que uma bicicleta transporta em si mesmo o esforço, o trabalho, a dedicação e, sobretudo, a heroicidade que é andar de bicicleta 200 quilómetros, comparável somente ao calor a que é submetido o trabalhador alentejano, que sofre, de facto, essas agruras muitas vezes incompreendidas neste Portugal.

O presidente federativo esteve na Biblioteca Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém, durante a apresentação da 30.ª Volta ao Alentejo, cerimónia que juntou promotores e patrocinadores do evento e inúmeros autarcas da região. Recordando o patrono do espaço onde decorreu a cerimónia, Artur Lopes evocou tertúlias que viveu ouvindo a palavra sempre agradável do nosso Manuel, que punha em pé o Alentejo querido e o Alentejo bonito, criando e contando estórias umas vezes, outras vezes, inventando-as mesmo, mas sendo, de facto, o contador de estórias que este Alentejo precisava para continuar a reviver em mil e uma tertúlias que se possam passar aqui, para mostrar ao mundo que o Alentejo é único, é específico, e o Manuel da Fonseca era de facto uma grande imagem deste nosso Alentejo querido.

Dirigindo-se aos autarcas presentes, o líder federativo deixou uma mensagem: Os autarcas desta região têm a obrigatoriedade maior de defender os alentejanos, mas também de defender o ciclismo no Alentejo. O ciclismo é uma imagem do povo da vossa terra, temos que mostrar quanto de importante esta terra tem para dar ao mundo e a Volta ao Alentejo permite isso.

Joaquim Gomes, diretor técnico da prova, e seu vencedor em 1988, regozijou-se: Trazemos boas notícias num ano de grandes dificuldades, a concretização desta 30.ª Volta ao Alentejo é uma das coisas boas que me aconteceram na vida, disse, adiantando: Vamos aumentar muito o número de equipas presentes na prova e, além disso, conseguimos, de forma inédita e no contexto destes três anos, abranger uma mancha que não tínhamos conseguido até aqui. A inclusão do norte alentejano e a região do litoral alentejano faz com que a riqueza desta Volta ao Alentejo seja muito superior ao das últimas duas edições.

Acentuando a importância do evento, Vítor Proença, autarca do município anfitrião, insistiu: Esta volta é um pergaminho da região. O melhor que nos pode acontecer é que o nosso Alentejo, que já perdeu muita coisa, mas que já ganhou outras realidades, possa continuar a ter esta Volta ao Alentejo.

Na mesma sintonia, Carlos Beato, autarca de Grândola e presidente da Entidade Regional de Turismo, reiterou: Outros municípios deviam estar aqui representados e não estão, enquanto presidente do conselho da Região Alentejo posso dizer isto com algum à vontade. A Volta passa por Aljustrel, por Viana do Alentejo, por Alcácer do Sal, por castro Verde, por Sines e por outros sítios, quem não pode dar 10, dará cinco, mas não se podem esquecer que este projeto precisa de estar cada vez mais vivo e mais fortalecido, porque o Alentejo ainda vai ter uma história a reescrever ainda maior do que aquela que têm sido estes anos de dificuldades e até de alguns silêncios. O autarca da Vila Morena reforçou uma ideia generalizada durante a apresentação da prova: Estamos apostados em que este projeto ajude às oportunidades que este território e estas gentes precisam e merecem.

Será com esta forte convicção que o multicolorido pelotão rolará nas estradas do Alentejo e um entre os muitos ciclistas, Sérgio Ribeiro (Efapel/Glassdrive), interiorizará o desejo de chegar à Vila Morena de amarelo, porque será o único em prova capaz de bisar um triunfo na Alentejana. 

Fonte:  http://da.ambaal.p

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