Jogo Messinense - Farense

A grande vantagem dos jogos da 3ª divisão reside no facto de não serem transmitidos em directo pela TV, e não haver imagens que possam mostrar que as convicções com que ficamos dos acontecimentos que vemos ao assistir no campo a um jogo de futebol, não possam ser alvo de contestação por dirigentes que pretendam

justificar a falha das suas equipas por erros de arbitragem. E começo por aqui, porque, contagiado pela comunicação social, tenho que me referir a um dos primeiros lances deste jogo de Messines, que poderia ter tido influência no jogo, se o Farense estivesse em baixo de forma e não jogasse o suficiente para conviver tranquilamente com as falhas dos árbitros.

Só para que fique registado, aqui fica a descrição do lance: O Farense tentava trocar a bola junto à linha lateral, no seu meio campo defensivo, quando um jogador do Messinense, na tentativa de se opor a essa troca de bola, cortou para trás com força a mais, colocando a bola fora do alcance dos seus defesas e isolando 2 atacantes do Farense, um dos quais se apercebendo que se encontrava adiantado em relação à defesa contrária, deixou passar a bola para o 2º jogador que partindo de trás ficou completamente isolado. O fiscal de linha, considerando que a bola tinha passado perto do 1º jogador e que este teria influenciado o lance, levantou a bandeirinha e o árbitro que se encontrava mesmo junto ao jogador do Messines que cortou a bola, aceitou a indicação do seu colega e marcou fora de jogo.

Pronto, aqui fica o meu reparo, e já nem vou falar em 3 cartões amarelos mostrados pelo árbitro por considerar simulação a quedas na área (1 do Farense e 2 do Messines), pois não sou capaz de contestar essas decisões.

Quanto ao jogo, devo dizer que a 1ª parte foi equilibrada, com o Messinense a importunar a defesa do Farense, nomeadamente através da marcação de pontapés de canto, onde a compleição fisíca de Marco Benje impõe sempre muito respeito, e com o Farense a responder criando jogadas de envolvimento que levaram algum perigo à baliza de Leandro que, conseguiu opor-se com êxito a remates dos atacantes Farenses.

O mesmo devemos dizer de Serrão que se opôs com êxito a Luis Viegas que completamente isolado, conduziu a bola desde o meio campo defensivo do Farense, mas ao entrar na área foi desfeiteado pelo guarda-redes que se lançou aos seus pés.

Mas aos 45 minutos, um bom cruzamento de Fajardo permitiu a Pituca marcar o 1º golo da partida e traçar o destino do jogo, pois o Messinense, com os seus objectivos de permanência já alcançados, práticamente desapareceu do jogo e a 2ª parte foi totalmente controlada pelo Farense que marcou mais 3 golos (2 por Igor Sani e 1 de Canigia) e desenhou alguns lances de belo efeito, com triangulações ao 1º toque que contribuíram para que os muitos adeptos do Farense que se deslocaram a Messines saíssem do campo com a convicção de que já falta pouco para começarem a festejar a conquista do titulo e consequente subida à 2ª divisão.

Crónica de Eduardo Roque