quarta-feira, 14 de março de 2012

O desporto como veículo de sucesso: Um bejense a treinar em Genebra

 


Tido como um dos grandes embaixadores além-fronteiras, o futebol português tem nos seus jogadores e treinadores espalhados pelos quatro cantos do mundo agentes potenciadores dessa brilhante representação nacional.

Texto e foto Firmino Paixão

José Romão e Nelo Vingada são dois exemplos (existirão outros) de técnicos sul alentejanos que prosperaram levando o seu conhecimento a outras partes do mundo, muitas vezes por não lhes terem sido concedias oportunidades de vingar no seu torrão natal, pela via do deficiente enquadramento existente no futebol nacional, onde, invariavelmente, se subverte o espírito da máxima de que o que nacional é bom.

A história que hoje lhe contamos é a de um bejense sobre quem os holofotes não incidem tão intensamente como sobre Romão e Vingada, mas que tem feito obra no país que o acolheu quando deixou o Alentejo para dar um novo rumo à sua vida.

Francisco Manuel Porfírio Guerreiro nasceu em Beja, em finais de setembro de 1956, há cerca de 55 anos, onde passou a sua infância e deu os primeiros passos no futebol. Fui apanhado aos 14 anos na Escola Comercial, pelo professor Manuel Fonseca, e de imediato joguei nos iniciados e nos juvenis do Despertar e depois passei para os juniores do Desportivo de Beja. Fui campeão pelos dois clubes, estive nos nacionais dessa altura e fui duas vezes pré-selecionado para as seleções do distrito de Beja, conta. Depois veio a emigração: Emigrei com 28 anos, depois de ainda ter jogado em três clubes na 3.ª Divisão: Cabeça Gorda, Desportivo de Beja e Serpa. Entretanto surgiu uma oportunidade proporcionada por familiares, fui experimentar a emigração e acabei por ficar.

O futebol, sublinha, foi uma segunda oportunidade: Ainda joguei numa equipa de veteranos suíça, tinha 29 anos, e fazia a diferença relativamente aos outros jogadores. Depois fui para Genebra e convidaram-me para uma associação de portugueses onde fui duas vezes campeão, numa prova semelhante ao Inatel português. Representámos a Suíça no Campeonato da Europa desse escalão, ficámos em terceiro lugar, em França, e apurámo-nos para o campeonato do mundo que acabou por não se realizar por falta de verbas.

Manteve-se alguns anos nessa associação mas a evolução na vida profissional abriu-lhe novas oportunidades: Consegui um lugar de auxiliar de farmácia no Hospital de Genebra, formei-me como treinador e recebi convites para alguns clubes locais onde desenvolvi vários projetos de formação, nomeadamente em Carrouge, onde ganhei alguma visibilidade e tive contactos para trabalhar com seniores. Um convite irrecusável: Aceitei trabalhar como adjunto de Bravo, antigo jogador do Benfica, numa equipa de uma associação de portugueses que estava na 3.ª Divisão, mas durou pouco tempo, porque o que eu realmente gostava de fazer era trabalhar na área da formação.

O bejense relata que tirou o curso de treinador e que está habilitado com o diploma B, da Suíça, que dá para treinar em Portugal e em toda a Europa: Pedi à FPF a equivalência do meu curso para tentar chegar mais além, ainda não foi aceite, não sei porquê. Valências que lhe permitiram ser diretor técnico de um projeto de formação no distrito de Genebra: Formei dois grupos de juniores que foram campeões e que me deram bastantes alegrias, acabei por sair por falta de tempo, mas ainda trabalhei várias vezes em provas nacionais.

Então surgiu o atual clube, o F.C.City: Estou no City há cerca de um ano e meio, com uma equipa de juvenis que na época passada ficou a três pontos de subir ao nacional e, este ano, estamos de novo a apostar. Estamos nas meias-finais da Taça, as competições são diferentes daqui. Esta equipa foi campeã do distrito de Genebra, ficou em segundo lugar do nacional e estamos a lutar pelo título, sublinha o técnico.

Longe da terra, perto do coração, Francisco Guerreiro vive as emoções do futebol alentejano: Sempre, sou um doido pelo nosso futebol distrital, sempre que posso deito um olhar pelo ‘Diário do Alentejo’, de que sou assinante. 

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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