sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Atleta prometeu regressar à terra natal após os JO 2016: Chama-se Ana Cabecinha e Baleizão a viu nascer...



O povo de Baleizão orgulha-se da sua atleta olímpica lia-se na peça de artesanato oferecida pela junta de freguesia local a Ana Cabecinha. Recentemente chegada dos Jogos Olímpicos (JO) de Londres, a atleta esteve na sua terra natal a retribuir a admiração e o orgulho dos seus conterrâneos.

Texto e foto Firmino Paixão
As festas em honra de Nossa Senhora da Graça decorreram no último fim de semana na freguesia de Baleizão, mas a padroeira de excelência foi a atleta Ana Cabecinha, ali nascida há 28 anos e criada para o atletismo, na disciplina de marcha atlética, no Clube Oriental de Pechão (Algarve).

É um sentimento de muita alegria ter voltado mais uma vez à minha aldeia e ser tão bem recebida pela minha gente. É sinal que o meu trabalho é reconhecido pelas pessoas, sobretudo pelas que nos querem bem e sempre nos apoiaram durante todos estes anos. Com um sorriso franco e um brilhozinho nos olhos, afirmou: Estou muito feliz, só podia estar feliz por ter voltado a esta terra e ser tão bem recebida em Baleizão, sublinhou a atleta olímpica no final da cerimónia que a Junta de Freguesia de Baleizão e a Associação de Atletismo de Beja promoveram, em colaboração com a comissão de festas local e com o apoio do Diário do Alentejo.

Uma homenagem singela que contou com a presença do vereador do pelouro do Desporto da Câmara de Beja, Miguel Góis, do presidente da Junta de Freguesia de Baleizão, Silvestre Troncão, do presidente da Associação de Atletismo de Beja, António Casaca, e do diretor técnico da modalidade, António Machado, entre outras figuras do desporto e povo anónimo que se associou a este tributo.

A atleta alentejana revelou: As pessoas acercam-se de mim, mandam-me parar e querem sempre dar-me os parabéns, porque me viram na televisão e estão contentes pelo meu resultado. E eu estou feliz por ter dado o meu melhor naquela prova, mas queria ter conseguido mais, por todos aqueles que me apoiam e que merecem tudo o que de bom eu possa conseguir. Vou trabalhar mais quatro anos para voltar aqui e receber o carinho que sinto deste meu povo, a minha gente de Baleizão.

Projetando já a sua presença nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, Ana Cabecinha confirmou que o seu treinador já começou a planear o trabalho dos próximos quatro anos: Nessa altura já terei outra maturidade e quem sabe se já podemos pensar numa medalha. Entusiasmada com essa eventualidade, mas sem perder a humildade que a caracteriza, Ana Cabecinha referiu: Pelo que vivi e aprendi nos últimos quatro anos, e pelo que passei nos últimos jogos olímpicos, sei que pode ser possível atingir o pódio, treinando sem lesões, nós marchadoras somos muito equilibradas, e porque não entrar nas cinco primeiras e lutar por uma medalha? Acho que já mereço isso ao fim de tantos anos de tanta dedicação, uma medalha a nível internacional, num mundial ou nos jogos olímpicos, quero acabar em grande, seria maravilhoso.

No dia 14 de setembro a atleta competirá na final mundial do Circuito Challenge, na China, e só depois entrará de férias.

Silvestre Troncão, presidente da Junta de Freguesia de Baleizão, disse: Foi com muito orgulho que recebemos a Ana Cabecinha. Não é todos os dias que temos uma filha tão ilustre desta terra entre nós, é um motivo de muito orgulho ter aqui a Ana, hoje e sempre que ela queira vir a Baleizão. A população reconhece os seus sucessos e a caminhada que tivemos na nossa manhã desportiva que reuniu mais de sete dezenas de pessoas foi um bom exemplo disso. O autarca lembrou que a humildade e as qualidades humanas daquela família que deixou Baleizão há quase duas décadas se mantêm intactas e fez votos para os voltar a receber daqui a quatro anos.

O treinador da atleta, Paulo Murta, fez também questão de sublinhar que a Ana dedica-se de alma e coração àquilo que faz: Eu disse-lhe, quando chegámos a Portugal, que iríamos de imediato começar a preparar o Rio de Janeiro 2016, embora até lá tenha várias etapas competitivas como dois mundiais, um europeu, duas taças do mundo e duas taças da europa. O técnico mostrou saber que a Ana tem sempre o Alentejo presente, mas principalmente a terra onde nasceu, Baleizão, e por todo lado tem orgulho em dizê-lo e em recordar a sua infância, porque foi aqui que ela aprendeu a cheirar a terra, a andar descalça e a cortar os pés brincando com os irmãos.

Ela nunca esqueceu isso, acentuou Paulo Murta, concluindo: Tenho muito orgulho por ter colaborado para que ela conseguisse ser aquilo que é hoje. Passamos muitas horas juntos em estágios e competições, por isso esperamos todos estar aqui dentro de quatro anos a festejar mais um sucesso da Ana Cabecinha.

Paulo Murta agradeceu em nome pessoal e do Clube Oriental de Pechão toda o carinho dedicado à sua atleta durante esta jornada, que se iniciou com uma caminhada de cinco quilómetros e que terminou com um almoço convívio num restaurante local

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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