Numa partida em que a equipa do Mineiro Aljustrelense revelou grande caráter, só a falta de sorte dos tricolores impediu que o Desportivo das Aves fosse obrigado a esforço suplementar para vencer a eliminatória.
A resistência dos alentejanos à desvantagem no marcador durou 26 minutos. O Aves teve uma supremacia natural, não muito vincada, e só a falta de sorte dos locais não levou o jogo para prolongamento. Os visitantes fizeram um jogo paciente, esperando pelo erro do adversário e marcaram o tento da vitória na sequência de um lance de bola parada. Os visitantes deixaram uma imagem muito pálida do real valor e o seu triunfo teve um certo sabor a injustiça, porque Marcos, na primeira parte, e Nelson Raposo, aos 90 minutos, falharam as oportunidades mais flagrantes do jogo. O prolongamento justificaria o mérito, a ousadia e o labor dos alentejanos, uma equipa do escalão regional, que encarou o adversário com grande atitude e saiu da Taça de Portugal de cabeça erguida. As declarações do técnico do Aves, Fernando Valente, elucidam: “Saio daqui meio envergonhado, temos obrigação de mostrar outra postura, somos uma equipa da 2º. Liga, com jogadores a quem não falta nada, é-nos exigido que, independentemente do adversário, a equipa faça muito mais do que fez aqui hoje”. Ainda sublinhou: “O que se passou aqui foi uma lição de uma equipa do regional, que certamente tem alguns jogadores que não deviam estar neste escalão e, se calhar, eu tenho alguns que em vez de estarem na 2.ª Liga deviam estar no regional”. Valente assumiu que “podia arranjar aqui uma série de desculpas, mas não seria justo. Parabéns ao Aljustrelense, pela boa organização, e ao seu treinador pela estratégia e pela intenção de querer ganhar. Saio daqui com mais uma lição de vida, também vim debaixo, por isso temos que dar valor a equipas que, trabalhando a este nível, são dignas e têm muita qualidade”.
Vítor Rodrigues, técnico do Aljustrelense, disse: “Estou satisfeito, sei que os jogadores do Mineiro são atletas a quem a vida não proporcionou melhores oportunidades, por esta, ou por aquela razão, mas são fantásticos na forma como assumem o seu compromisso com a camisola que vestem, e hoje mostraram que o seu lugar pode ser numa equipa de outra dimensão. Assistimos a um jogo entre uma equipa profissional e outra equipa com jogadores que saem da Mina e vêm treinar”. Rodrigues reiterou: “Saímos de cabeça erguida, tenho aqui um grãozinho, porque senti que com um bocadinho de sorte podíamos ter chegado mais à frente, mas saímos com dignidade, foi bom desfrutarmos este momento. Agora vamos concentrarmos no grande objetivo que temos, na nossa missão, como nós lhe chamamos, que é levar o Mineiro Aljustrelense de regresso aos campeonatos nacionais”, concluiu.
A 3.ª Eliminatória da Taça de Portugal foi madrasta para as equipas alentejanas que ainda permaneciam na prova. Além do Aljustrelense, foram também eliminados o Piense, que perdeu em Fafe (6/0), o Grandolense, derrotado na Sertã (2/0) e o Gafetense, eliminado pelo Braga (0/2).
Aljustrelense, 0
Desportivo das Aves, 1
Estádio Municipal de Aljustrel
Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal)
Assistentes: António Godinho (bancada) Rui Cidade (peão).
4.º Árbitro: José Dinis Gorjão
Aljustrelense: Fábio Reis; Nuno Martins, Marcos, Nuno Alves e Rui Pirralho (Williams, 45); Paulo Serrão, Carlos Estebaínha (cap.) e Nelson Raposo; Bruno Conduto (Diamantino, 74), João Nabor (José Feio, 56) e Adão
Treinador: Vítor Rodrigues
Desportivo das Aves: Rui Faria; Luisinho (Luís Manuel, 81); João Paulo; Romaric e Jorge Ribeiro; Tito (Cap.), Diogo Pires e Jorginho; Pedro Pereira (Vasco Rocha, 65), Poulson (Renato, 72) e Andrew.
Treinador: Fernando Valente
Ao intervalo: 0-1
Marcador: Pedro Pereira (26m)
Disciplina: Amarelos a Rui Pirralho (3’), Diogo Pires (33’),
Nuno Martins (66’) e Nelson Raposo (90+2’).
Fonte: http://da.ambaal.pt
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