José Saúde
A universalidade desportiva, interligada a uma evidente
realidade que demonstra o querer do homem na sua estrutura física, é uma
indubitável matéria que tem transformado o fenómeno desportivo em
aspetos outrora inimagináveis. Olho para imagens, em papel, que muito
admiro e viajo virtualmente no tempo, e no espaço, revendo as célebres
pedaleiras que em 1904, em Cuba, elevaram a vila alentejana aos píncaros
de uma modalidade que dava os primeiros passos no mundo desportivo: o
ciclismo. Homens, detentores de máquinas consideradas então geniais,
brotavam um inesgotável gosto pela arte de pedalar, fazendo de Cuba um
dos ícones do ciclismo regional. Era o tempo em que a inauguração de uma
pista, em terra batida, agitava as hostes. Com o evoluir da temática
desportiva, a modalidade ganhou uma outra dimensão, sendo que os
conteúdos propostos aos atletas dispararam para patamares dantes
impensáveis. Obtenho como ponto de referência a bicicleta e,
logicamente, as suas múltiplas funções. Neste contexto, centralizo a
minha obsessão na vertente BTT. Sei da evolução desta disciplina.
Recordo os tempos em que os participantes se juntavam em pequenos grupos
e desafiam os imprevistos do percurso. O tempo, porém, encarregar-se-ia
de nos encaminhar para veracidades atuais literalmente antagónicas.
Presentemente o BTT conquistou uma grandeza que não só resvalou para a
componente material, com a bicicleta sempre em evolução, bem como para a
quantidade de atletas que cresce desalmadamente com o evoluir das
épocas. Os passeios não são, agora, simples momentos de convívio, mas
também ordenam uma amostragem de pormenores técnicos que o homem e a
máquina orgulhosamente apresentam. Desafiar o perigo imposto pelo
estreito atalho, ou ultrapassar cursos de água, entre outras
adversidades que por norma o caminho impõe - pó, vento, chuva e frio,
por exemplo, - leva o atleta ao êxtase e o BTT a uma escala de valores
deveras gigantesca.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
Sem comentários:
Enviar um comentário