sexta-feira, 9 de maio de 2014

Correr pelos que não podem


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A edição portuguesa da Wings for Live, uma corrida à escala global, reuniu cerca de 600 participantes de 22 nacionalidades, na praia da Comporta. Correu-se em simultâneo em 34 diferentes países do mundo.

Texto e foto Firmino Paixão


AWings for Live World Run promete fazer história, na Comporta e em mais 33 percursos em todo o mundo. “Tivemos gente a correr por esta causa que tem como objetivo encontrar a cura para as doenças da espinal medula, suportando o trabalho da Fundação Wings for Live”, sublinhou Gonçalo Bettencourt, da organização do evento. “Esse é o grande objetivo”, lembrou, adiantando que “aquilo a que assistimos aqui foi fantástico, vai ser algo histórico, porque nunca existiu um evento desportivo precisamente a decorrer no mesmo segundo, tivemos largadas simultâneas e gente a correr durante a noite e madrugada, felizmente o clima estava fantástico. É um desafio enorme, foram milhares de pessoas em todo o mundo a correr por esta causa” (35 397 participantes).
A World Run Wings for Life (Corrida Mundial Asas para Viver) foi uma corrida de resistência, que se realizou simultaneamente em 33 locais diferentes de 32 países, em seis continentes, que em Portugal saiu da praia da Comporta com percurso pela costa da Galé com final num ponto indefinido a caminho de Vila Nova de Milfontes. Trinta minutos depois da partida dos atletas avançou o Carro Meta, perseguindo os participantes a velocidades progressivas entre os 15 e os 20 km/hora. Os atletas eram sucessivamente eliminados quando ultrapassados pelo Carro Meta e a corrida terminou 46,82 quilómetros depois da partida, quando o antigo atleta internacional António Sousa foi alcançado pela inovadora meta móvel. Sousa foi o 27.º classificado a nível mundial, numa corrida ganha pelo etíope Lemawork Ketema, que correu 78,58 quilómetros, em cerca de seis horas, na prova realizada na Áustria (Donatal). A norueguesa Elise Selvikvag Molvik percorreu 54,79 quilómetros (34,04’) no seu país (Stavanger) e ganhou no escalão feminino. A melhor atleta feminina na corrida portuguesa foi Mária Santos, 33.ª da lista mundial, com 24,65 quilómetros. A iniciativa foi apadrinhada em Portugal por inúmeras figuras do desporto, tornados embaixadores, entre elas Mário Pardo, Ruben Faria, Hélder Rodrigues, Carlos Sá, Telma Monteiro e Rosa Mota. A campeã olímpica foi mesmo uma das participantes, e no final disse ao nosso jornal que participou “com muita alegria, porque só todos unidos faremos a diferença e aqueles que não podem correr sabem que não estão sozinhos, isso é que importa”. Rosa Mota sublinhou que “esta é uma boa causa e foi importante estarmos todos unidos para darmos esperanças àqueles que, neste momento, não podem fazer aquilo que nós fizemos, que é correr ou andar, eles não o podem fazer”, e revelou a esperança de que “sabe-se lá se um dia poderão juntar-se a nós, a maior parte deles tiveram acidentes, nenhum de nós está livre disso, portanto devemos colaborar ativamente na procura de soluções de cura ou contribuirmos positivamente para ajudar na descoberta científica dessa cura”. Por isso, concluiu Rosa Mota,“é nossa obrigação estar todos de mãos dadas, depois este evento teve outra parte muito interessante que foi o facto de ter acontecido simultaneamente em várias partes do mundo. Tenho participado em muitas corridas de solidariedade, tenho andado a correr por quem não pode, mas esta é diferente, é um conceito inovador, com tantos atletas em simultâneo em tantas partes do mundo, não só inovador, como muito interessante”. A Fundação Wings for Life nasceu em 2004 depois do bicampeão mundial de Motocrosse, o austríaco Heinz Kinigadner, ter visto o seu filho ficar paraplégico após um acidente de moto, e procura financiar projetos de investigação que possam encontrar a cura para lesões da espinal-medula ou melhorar a qualidade de vida desses doentes.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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