sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Queremos andar lá por cima

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O Clube de Patinagem de Beja iniciou o Campeonato Nacional da 3.ª Divisão com uma derrota, em castro Verde. O técnico Luís Veríssimo, um dos fundadores do clube, regressou esta época ao banco da equipa sénior.

Texto e foto Firmino Paixão

A principal novidade é mesmo o regresso de Luís Veríssimo aos comandos da equipa sénior de hóquei em patins. O treinador é um dos fundadores do clube e confessou: “Já estava na bancada há muito tempo e sentia-me lá bem, mas, este ano, por necessidade do clube, e à última hora, entendi que teria que dizer não à bancada e voltar ao ringue, onde me sinto bem mais cómodo”. A subida de divisão não é prioridade do clube, mas a ambição do técnico é manter a equipa nos lugares cimeiros da tabela, embora reconheça as dificuldades do campeonato.

É uma espécie de reserva moral do Clube de Patinagem de Beja, em situações de crise dá sempre o passo em frente …

Na verdade tem sido um pouco assim. Quando as coisas correm muito bem há sempre alguém que toma as rédeas, mas quando as coisas estão menos bem chamam-me. Tem sido assim em várias ocasiões, acontecerá de novo porque a nossa presença acaba por, sem querer, criar hábitos menos bons e depois há necessidade de refrescar a equipa técnica para outras que, enfim, os resultados estão à vista, nem vale a pena dizer o que se passa.

O importante é manter o clube em atividade. É com esse espírito de missão que assumiu esta responsabilidade?
É isso, por acaso eu sou o sócio número três do clube, sou sócio fundador e isso faz com que não consiga dizer que não ao Clube de Patinagem de Beja e este ano, se não fosse eu, provavelmente os seniores acabariam de novo. Perante a eminência de não haver equipa sénior em atividade, e tendo eu o Curso de Treinador de Nível II, que é o necessário para treinar neste patamar, tive que responder afirmativamente a essa chamada.

Quem são os jogadores que, tal como o Luís, responderam à chamada?
São jogadores originários da formação e alguns seniores que já estavam no clube, porque estas modalidades e estes clubes amadores têm que viver da formação, não podemos pensar noutras opções, porque os orçamentos são muito limitados e não temos hipóteses, como sucedeu no passado, de recorrer a outros jogadores quando chamávamos um ou dois jogadores para enriquecer o plantel. Neste momento só podemos contar exclusivamente com a prata da casa.

Mas existe uma boa retaguarda na formação?
Penso que podemos fazer umas coisas engraçadas com o plantel que temos à nossa disposição. Acabámos de vencer um Torneio em Portimão, onde fomos mais competentes que as outras equipas, sem dúvida nenhuma, e quando fizemos entrar um miúdo de 17 ou 18 anos a equipa não se ressentiu muito, a qualidade de jogo não oscilou, o que significa que com os seniores e alguns Sub/20 vamos ter uma equipa muito razoável para encararmos a próxima época.

Que objetivos estão propostos para o Nacional da 3.ª Divisão?
Eu sou ambicioso e gosto de jogar para ganhar, convivo muito bem com a derrota e com os empates, mas as vitórias sabem sempre melhor para todos nós. O objetivo é colocar a equipa o mais alto possível como é apanágio da minha parte, gosto de andar lá em cima e olhar cá para baixo. É isso que estamos a tentar incutir nos atletas, melhorando algumas situações que, a meu ver, são importantes e já começámos a sentir o sabor das vitórias no último torneio em que participámos. É isso que quero, chegar cada vez mais longe …

Chegar mais longe pode significar juntarem-se na próxima época ao Grândola e ao Vasco da Gama na 2.ª Divisão?
Ainda é cedo. Uma equipa não se faz num ano, nem em dois. Cria-se maturidade, conhecem-se os pontos fortes e fracos dos adversários e adaptamo-nos ao campeonato, sendo evidentes as dificuldades em conhecermos melhor as equipas da zona de Lisboa que, habitualmente, são as que mais se reforçam. Esses clubes têm sempre mais alternativas do que nós, embora lhe possamos fazer frente. Não é fácil pensarmos já em subir de divisão. Temos que conhecer o campeonato e adaptarmo-nos aos adversários, depois logo se verá.

Então optarão por ser a melhor das quatro equipas alentejanas que disputam este campeonato?
Gostava que fosse assim. A minha filosofia é sempre chegar o mais longe possível e a partir daí o que eu posso prometer é que trabalharemos para isso.

castrense, Estremoz, Santiago e C.P.Beja dão sotaque alentejano a esse campeonato…
Felizmente mantêm-se essas equipas, é pena o Aljustrelense ter desaparecido, porque era uma equipa com qualidade. Ainda bem que se mantêm essas quatro em atividade, outras seriam importantes, gostamos que o hóquei da nossa região esteja sempre bem representado, e nós temo-nos mantido através do trabalho que tem sido feito na formação. 
Fonte: http://da.ambaal.pt/

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