Um músico, um árbitro, um atleta, um dirigente! Pedro Jonas é jogador e presidente do Albernoense, é bloguista, árbitro da Associação de Futebol de Beja e intérprete romântico de um “Tributo a Tony Carreira”.
Texto Firmino Paixão
Coincidência ou obra do destino? “Ai destino, ai destino”! Veremos adiante se “Mais que primeira paixão” terão sido, certamente, “Sonhos de Menino”. O Pedro pode ser um “Sonhador”, ou dirá, simplesmente que foi “A vida que eu escolhi”, a arbitragem, a música, o desporto e a cultura, o associativismo e a arte, com alicerces vincados no seu torrão natal, Albernoa, porque já o ouvimos cantar que “Não vou esquecer a terra onde eu nasci”. Vamos, por isso, partir à procura deste “Amor Secreto” de Pedro Jonas, 22 anos, com especialização em qualidade ambiental. “Assumo essa vocação para cantor e a devoção pela arbitragem, mas, obviamente, é cansativo, trabalho de segunda a sexta e ao fim de semana tenho a música e a arbitragem, mas gosto disto e enquanto tiver forças para suportar esta pressão, continuarei”. O desporto foi a primeira paixão de Pedro Jonas: “Sempre joguei futebol, comecei no Desportivo de Beja, fui para o Entradense e, como federado, acabei no castrense”. A inspiração musical, explicou, surgiu mais tarde. “Nasceu em 2009 numa brincadeira de amigos e acabou por resultar. Passados uns meses comecei a fazer espetáculos com as músicas do José Malhoa e do Nel Monteiro e, a partir daí, não sei o que as pessoas sentiram com as baladas do Tony Carreira, que até hoje tem sido a minha vida na música”. Na geografia das suas atuações, assinalam-se presenças em todo o sul do País, muitas na sua terra e uma em Ferragudo (Algarve) que recorda de forma especial pela enchente e pela empatia criada com o público. “Foi o meu melhor concerto”, confessa. E porquê este “Tributo a Tony Carreira?” É simples! “Conheço o Tony e gosto das suas baladas, atualmente o único tributo legal em Portugal é o meu, há mais quem cante Tony Carreira mas não possua a legalização necessária, ele conhece o meu trabalho e eu estou contente pelo sucesso que tenho tido”. No desporto, a transição de jogador para árbitro foi natural. “Fiz uma época de estagiário, depois a Marisa Sousa convidou-me para assistente no quadro nacional e estou com ela há quatro anos. Estou no lote dos que podem subir ao escalão nacional, onde eu projeto chegar dentro de dois ou três anos”. Pedro Jonas não dá concertos de apito, enquanto dirige jogos de futebol, mas os adeptos não ignoram essa sua dupla vocação. “Há momentos engraçados, sobretudo na Margem Esquerda onde, por norma, tenho muitos espetáculos. A claque do Piense, Fumaça Negra, é só ver-me em campo e canta as músicas todas do Tony Carreira”. Sempre que pode, Pedro veste o equipamento do Albernoense para marcar golos, um ponta de lança à moda antiga a faturar para o clube a que preside. Sim, porque o inspetor ambiental, o árbitro, o músico, o jogador, também é o presidente do clube. Ou seja, quando canta “Não vou esquecer a terra onde nasci” fá--lo como outro tributo.“Por algumas pessoas que fizeram com que o clube não terminasse, é por elas que eu assumi o clube e espero chegar ao fim com a missão cumprida, tendo feito muito, gastando pouco, mas não é fácil, exige muita disponibilidade”. O Albernoense, referiu, “está em 2.º lugar no Inatel, tem a sua sede em construção, em parceria com o município de Beja, a arbitragem também está cinco estrelas, ainda faltam observações e grandes momentos de jogo, e na música, em breve, surgirá um disco”. Nem mais, resta saber a que horas do dia o Pedro Jonas administra o blogue InatelBeja e colabora no DistritalBeja? “É muita coisa ao mesmo tempo, mas vou dando conta de tudo”. Mas estas múltiplas opções terão sido sonhos de menino? “Foi a vida que eu escolhi e não me arrependi de nada até hoje”. A música é hoje mais do que a primeira paixão, confessa. “Neste caso tenho muitas paixões, como é óbvio, a música, o desporto e é claro que em tudo isto a família sai sempre um bocadinho prejudicada, porque temos menos tempo para a família e para a namorada, mas eles, certamente, que se orgulham de tudo isto”. E o desporto será o amor secreto? “Não tenho amores secretos, revelo tudo às pessoas, vim de uma família humilde e é assim que vivo, sou humilde em tudo o que faço e sou muito romântico, e foi assim que conquistei a pessoa que tenho hoje no meu coração”. Um dia, contudo, uma das múltiplas facetas deste jovem empreendedor sobrepor-se-á às outras. Qual? “Gostaria de ver o albernoense noutros patamares, pode ser a música a sobrepor-se. A arbitragem é complicada, podemos ser muito bons aqui, mas em concorrência com outros poderes, não temos as mesmas oportunidades e temos que assumir isso”. Humilde e realista …
Fonte: http://da.ambaal.pt
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