O Vasco da Gama de Vidigueira não é candidato ao título de campeão distrital. Pelo menos, é essa a afirmação do seu treinador, que reconhece a existência de equipas mais robustas e com mais soluções que a sua.
Texto e foto Firmino Paixão
O Vasco da Gama perdeu seis pontos contra dois candidatos assumidos e deixou mais dois em Odemira, onde mora outra equipa com grande potencial. Estratégia para desviar atenções do seu percurso e potencial, ou não, a equipa já liderou o campeonato em dois momentos distintos, por isso, José Maria Pratas, 42 anos, doutorado em Educação Física e Desporto, sublinha a satisfação pelo bom desempenho dos jovens oriundos da equipa B que, revela, é um dos maiores objetivos dos dirigentes do clube.
Considera que fizeram uma boa primeira volta?Sim, fizemos uma boa primeira volta, mas sabemos que ainda falta muito campeonato. Veremos como vai correr, se não teremos mais infelicidades com lesões, porque já tivemos uma algo grave que afastou Rui Gato para o resto desta época, portanto, vamos pedir que não venham mais contrariedades, porque não temos capacidade para renovar o plantel.
Perderam em Milfontes, em casa com o castrense e empataram em Odemira…
Perdemos pontos com equipas que são candidatas assumidas e têm grandes objetivos na Taça Distrito de Beja, tal como nós temos. Mas se conseguirmos fazer uma segunda volta no mesmo contexto, faremos um bom campeonato.
Um bom campeonato, então o Vasco da Gama não é também um dos candidatos?
Não! O Vasco da Gama não é candidato. Há clubes que se assumiram como candidatos e que têm condições para dar um grande salto para o Campeonato Nacional de Seniores. O compromisso que o Vasco da Gama tem é fazer o melhor em cada fim de semana, e isso temo-lo conseguido progressivamente.
Por duas vezes andaram na frente da prova, mas cederam a posição…Comandámos quando os verdadeiros candidatos, enumero o castrense e o Milfontes, perderam pontos onde, supostamente, não era previsível. A nossa derrota em Milfontes foi um resultado expectável, embora eu considere que o empate seria mais justo, portanto, pelo que temos conseguido, temos que felicitar os nossos jovens, porque têm muito valor.
A pressão sobre o plantel é menor estando no segundo lugar, o problema é que já perderam em casa com o primeiro classificado?Claro, mas foi um jogo perdido com um penalti assim… um bocado duvidoso. Costumo dizer aos meus jogadores que estando em segundo, quero estar em primeiro, e se estiver em primeiro, quero segurar esse lugar. Toda a gente nos pergunta se queremos ser campeões. Não pensamos nisso. No ano passado perdemos uma grande oportunidade de irmos à final da taça, este ano queremos lá estar. No campeonato, se andarmos entre os três primeiros classificados, será muito bom para a equipa. Nós é que sabemos as dificuldades que aqui temos. Uma equipa que queira ser campeã não pode treinar só quatro vezes durante o Natal e Ano Novo. Quem tem objetivos elevados tem de trabalhar com mais intensidade.
O primeiro e o quinto classificado estão separados por sete pontos, desse grupo sairá o campeão?Acredito que sim. Mas também acredito que muita coisa mudará até lá. Quando perdemos com o Milfontes eles estavam a sete pontos e já toda a gente dizia que estava tudo definido. Hoje todos olham para a classificação com outros olhos. Muita coisa mudará, porque temos por aí equipas com muito valor e quem tiver os plantéis mais robustos conseguirá superar as adversidades com maior facilidade. Se eu, por exemplo, perder um ponta de lança já terei que remendar. A nossa manta é curta, como se diz aqui no Alentejo.
Um plantel curto, jovem e enquadrado por algumas referências do futebol distrital?A nossa mais-valia é que temos conseguido segurar aqui esses atletas que são o suporte da equipa, a base que vai transmitindo aos jovens a nossa forma de jogar, porque termos apenas jovens seria complicado, por isso referências como José Cláudio ou Rui Rosindo são essenciais para conjugarmos a sua experiência com a irreverência dos jovens.
Já assumiu grandes objetivos da taça e o próximo jogo será em casa com o Naverredondense, teoricamente mais fácil?Pois, teoricamente, disse bem, porque os jogos da taça têm características diferentes e não poderemos facilitar. Estou pela terceira época no clube, sei que não me vou eternizar aqui e gostava de conquistar um título. Por isso, esse é um objetivo mais realista do que ser campeão.
O clube comemora 70 anos em 2015. Seria uma excelente prenda para os associados…Tento fazer o meu trabalho da melhor forma e será assim que vou continuar. Os meus jogadores sabem que sou exigente, tento fazer sempre o melhor para o clube e para os adeptos, porque eles têm apoiado muito a equipa ao longo da época.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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