sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Orgulho na camisola...


O Grupo Desportivo e Recreativo Salvadense foi fundado em 1986 e tem na sua heráldica a espiga de trigo e o ramo de oliveira, símbolos de abundância na ambição e no amor à camisola que reina no clube.
Texto e foto Firmino Paixão

Nas quase três décadas de existência o clube tornou-se um histórico nos campeonatos federados do segundo escalão distrital. Acentuando o amadorismo que interioriza, fez um périplo recente pelo futebol do Inatel e voltou esta época ao futebol federado com o impulso do seu treinador. José Luís Prazeres, 40 anos, antigo jogador do Salgueiros e do Campomaiorense, teve uma carreira de atleta com mais de três décadas e 15 diferentes clubes. É um homem de sonhos largos, uns mais racionais que outros, mas este de encetar uma carreira de treinador no Salvadense, foi concretizado. Os outros só no futuro se verão … Agora é tempo de dinamizar o Salvadense e promovê-lo a um patamar superior.


O percurso no campeonato está de acordo com as expectativas iniciais?Não está, não. Eu queria apertar mais os calcanhares às equipas da frente, mas, por um, ou por outro motivo, não conseguimos. No entanto, salvo no jogo com o Desportivo, acho que temos deixado uma boa imagem e esse é também um dos objetivos, divulgar a Salvada, mostrar a qualidade da equipa e que os miúdos possam orgulhar-se de ter vestido esta camisola. Sonhamos, porque ainda não se paga por isso, chegarmos um dia à primeira divisão, o sítio onde este clube deve estar.


Então não aceita este 4º lugar, atrás dos dois históricos de Beja e do Penedo Gordo, que tem uma belíssima equipa?Aceitamos porque os resultados assim o determinaram, sofremos mais golos do que marcámos, nos jogos mais importantes. Não teremos outro remédio, senão aceitarmos este lugar, mas achamos que temos equipa para fazer um bocadinho mais e eu assumo totalmente as responsabilidades por não o termos conseguido.


A qualificação para 2.ª fase era um objetivo da equipa?Obviamente! Quem trabalha comigo sabe que eu projeto sempre metas ambiciosas, quero sempre mais e melhor, fui habituado assim, nunca ninguém me deu nada, enquanto jogador andei sempre à procura do sonho e também tive um empurrão do Francisco Agatão, que foi determinante no meu percurso. Mas andei sempre à procura de um sonho e é isso que quero que os meus jogadores também sintam. Com trabalho e dedicação podemos chegar sempre mais à frente.


O Salvadense não estará na segunda fase por culpa própria?Temos que ver que o Penedo Gordo tem uma excelente equipa e está muito bem orientada, no Desportivo a mesma coisa. O Despertar vinha subindo de forma, também orientado por grande amigo meu. Sabíamos as dificuldades que encontraríamos numa série bastante competitiva, mas sem tirar mérito ao que as outras equipas fizeram e aos lugares que ocupam, acho que não estaremos lá por falta de mérito da nossa parte.


Quatro derrotas, uma delas em casa, com o Amarelejense que teve um peso determinante?Não! Eu olho para o jogo em Beja, com o Desportivo, como o momento que mudou tudo. Já falei muito sobre ele, fui penalizado, não tenho orgulho nisso, mas sou o treinador que levou a muita mais cara do distrito, por causa desse jogo, com coisas que eu acho que não foram assim tão graves. Mas esse foi o jogo que mudou tudo, ficaram por marcar dois penaltis a nosso favor, hoje aqui com o Despertar também ficaram mais três por marcar. Depois, perdemos o jogo e cinco jogadores e isso foi determinante, porque o plantel ficou diminuído.


Resgatou a equipa do Inatel e fê-la regressar ao futebol federado. As coisas aconteceram de forma natural ou existe aqui algum projeto para dinamizar o futebol na Salvada?Eu adoro estar na Salvada. Cheguei aqui na época passada e sempre disse, nem sei porquê, que gostava de estar aqui como treinador. Surgiu essa hipótese na época passada e adorei. Existe uma boa organização, faltar-nos-á um sintético, mas as pessoas são extremamente dedicadas, queremos trazer mais gente ao futebol e isso consegue-‑se com equipas competitivas. De projetos não gosto muito de falar, porque no futebol um treinador vive de resultados. Quero acreditar que estou aqui a criar um filho do qual gosto muito e que no próximo ano, provavelmente, continuarei aqui com a ideia de fazer do Salvadense um clube melhor. Queremos deixar o Salvadense na 1.ª Divisão distrital.


Sentado neste banco mas sonhando alto com outra oportunidade …Enquanto jogador eu sonhei sempre chegar à 1ª liga. Eu sonho treinar o Barcelona ou o Real Madrid, ninguém me poderá tirar essa ilusão e é para isso que estou a trabalhar. Também gostava, e as pessoas da Salvada sabem-no, de um dia treinar o vizinho Cabeça Gorda, porque o “Ferróbico” diz-me muito, mas a seu tempo se verá, para já o Salvadense, estou aqui bem, embora sonhe com etapas mais ambiciosas.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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