sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O desporto rei em Sines...


 

Os Campeonatos Regionais de Trampolim, Individual e Sincronizado, realizaram-se em Sines, com organização da Academia de Ginástica de Sines e apoio da Associação de Ginástica do Distrito de Setúbal.

Texto e foto Firmino Paixão

Catorze clubes do distrito de Setúbal e do Alentejo, com cerca de 270 atletas numa competição que constitui a primeira etapa de apuramento para os campeonatos nacionais da modalidade. A Academia de Ginástica de Sines, anfitriã do evento, comemora hoje sete anos de existência e dedica-se às disciplinas de trampolim e tumbling tendo já no seu palmarés vários títulos nacionais e presenças em competições internacionais. João Grulha, presidente da Academia, revelou ao Diário do Alentejo: “Este campeonato correu-nos lindamente, tivemos sempre ginastas no pódio e cumprimos bem com a nossa obrigação de organizadores da prova, por isso, não podemos estar mais contentes”. Explicando o enquadramento dos campeonatos, o dirigente revelou que “a Federação abriu este ano a prova a toda a região do Alentejo e aos clubes distrito de Setúbal, porque o Alentejo tem poucos clubes, Reguengos de Monsaraz foi o único clube do interior que aqui esteve, há um em Elvas que não esteve presente, e então, juntaram tudo numa grande região”, e pormenorizou que “o trampolim é uma modalidade olímpica. Há cerca de duas olimpíadas, Portugal já teve dois finalistas em Jogos Olímpicos, não é a nossa especialidade rainha, em termos europeus é o mini trampolim, que é uma variante próxima desta, mas esta disciplina tem sido apadrinhada e está em franca expansão, apesar de ser muito técnica e muito difícil de praticar”.
Avaliando a implantação da modalidade na região, considerou que “a ginástica em Sines, neste momento, está bem, vive com constrangimentos financeiros que são normais, mas os nossos treinadores têm feito um bom trabalho com pouco dinheiro. Os ginastas pagam apenas 10 euros, ninguém enriquece a trabalhar enfiado num ginásio até às 10 da noite, é mais por amor à camisola, mas é o nosso trabalho e está a ser bem feito, por isso, obtemos resultados”. A Academia de Ginástica de Sines, diz o seu líder, “é um filho de dois clubes que existem em Sines há mais de vinte anos, começou com a câmara municipal com o desporto autárquico, entretanto apareceu o Ginásio Clube de Sines, que apadrinhou a ginástica e o andebol, mas, por divergências entre as pessoas, acabaram por correr com essas modalidades e os seus entusiastas formaram clubes mono disciplinares”. A Academia de Ginástica tem 275 atletas, desde a classe de baby gym (1 ano) até aos adultos nas classes de pilates e ginástica de manutenção. Tão elevado número de ginastas acentua a tradição que a modalidade tem na cidade de Sines, anuiu o dirigente e técnico da modalidade. “Na verdade, temos um bom historial na ginástica no concelho. Por exemplo, a Nicole Pacheco que foi campeã da Europa, tivemos medalhas de bronze no Campeonato do Mundo de Tumbling, já lá vão 18 ginastas chamados à seleção nacional, no ano passado estivemos na Estados Unidos com um ginasta nosso, também na Bulgária, tivemos uma esperança olímpica, a Beatriz Martins que agora está em Lisboa, mas foi formada neste clube e, como ela costuma dizer, a ginástica é o desporto rei em Sines”.
No momento de elencar as dificuldades e os apoios, João Grulho revelou: “A academia sobrevive com mensalidades dos atletas, os sete treinadores são pagos com esses 10 euros que os atletas pagam, nós oferecemos os maillots, os fatos de treino e alguma alimentação, quando as provas são mais longe de Sines”. Confessando, no entanto: “A Câmara Municipal de Sines dá-nos um grande apoio, aliás, não fosse o município, não seria possível existirmos, este magnífico pavilhão multiusos e todo o material de apetrechamento é municipal, e ainda recebemos o apoio ao associativismo desportivo que é uma boa alavanca financeira para a sobrevivência dos clubes, não só do nosso, mas de todo o concelho”. À cabeça das maiores dificuldades, sublinhou João Grulha, está a difícil logística de conciliação dos horários da vida escolar de um jovem que prepare a entrada na faculdade, com estas atividades e, por isso, sentimos algumas dificuldades para não privarmos os atletas da sua vida escolar, nem prejudicarmos a sua evolução enquanto ginastas”. Mas isso não limita a vontade dos sineenses porque, concluiu o líder da Academia de Ginástica, “o sonho é, em primeiro lugar, servir as crianças e, sobretudo, manter a porta aberta a todos, depois, esperar que venha uma estrela, um momento especial, só se a porta estiver bem aberta é que essa estrela pode surgir e trabalhamos muito, todos os dias, para que isso aconteça”.

Fonte: http://da.ambaal.pt

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