sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Audácia


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José Saúde

Viajo pelos anais da história do desporto sul alentejano e, numa desinquieta observação da realidade, deparo-me com clubes que subscreveram crónicas brilhantes na modalidade do futebol. Incido a minha opinião sobre o Clube Recreativo e Desportivo da Cabeça Gorda. Porquê, perguntar-se-á o leitor! Quem conhece a justa precisão dos factos, recorda as magníficas tardes desportivas em que o popular “Ferróbico” presenteou um público que se deixou apaixonar literalmente pelos momentos de glória protagonizados por uma equipa que despoletava para a ribalta. Não vamos pormenorizar feitos relevantes avolumados, e que foram muitos, somente trazer à ribalta uma gestão diretiva que sempre primou pela dignidade. Compromissos assumidos eram normalmente sinónimo de um preliminar acordo cumprido, designadamente quando se preparava o novo plantel de fio a pavio. Aliás, nas calendas matemáticas do deve e do haver das agremiações regionais de Beja, não constam desvarios financeiros incontroláveis por parte da formação de Cabeça Gorda. O saudoso José Carlos Dias tinha orgulho no seu clube e na maneira como o “Ferróbico” geria as suas capacidades monetárias e humanas. Atualmente a coletividade vive envolta num mar de enigmas. João Choca, presidente, queixa--se da inexistência de um apoio afável como dantes se verificava. As pessoas distanciaram-se e o clube perdeu o dinamismo que dantes todos regalava. Ao comando do barco, por enquanto navegável, Choca procura dirigir o leme numa rota que se pretende fiel. Esgrime argumentos, não entra em paranoias, tão-pouco promete o que não tem. A sua audácia em recusar permanecer na 1.ª divisão, sabendo que essa continuidade se prendeu com a desistência da equipa sénior do Sporting de Cuba; o convite dirigido pela AFBeja impunha novos conceitos, e o dirigente dignamente recusou. Com infraestruturas próprias e eventos trabalhados, João Choca não promete o céu mas deixa claro que a sua audácia na gerência do “Ferróbico” deixa antever que a bonança encontrará abrigo num porto seguro. 

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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