sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Com bravura e audácia


Um pelotão, com cerca de 30 ciclistas militares, saiu da cidade de Beja rumo a Estremoz para cumprir os derradeiros 124 km da 1.ª Volta a Portugal Militar da Brigada de Reação Rápida do Exército Português.

Texto e fotos Firmino Paixão


A partida para a última etapa, na praça da República, em Beja, foi antecedida de uma cerimónia protocolar a que compareceram o autarca João Rocha, presidente do município, o general Carlos Perestrelo, comandante da Brigada de Reação Rápida (BrigRR), o coronel Carlos Nunes Faria, comandante do Regimento de Infantaria n.º 1, aqui sedeado, e o bispo das Forças Armadas, Don Manuel Linda. A Volta a Portugal partiu de Lamego a 15 de setembro e concluiu-se em Estremoz, cinco dias e 470 km depois. O general Carlos Perestrelo explicou: “Foi um evento inserido nas atividades de divulgação da imagem da Brigada de Reação Rápida e do seu 10.º aniversário e, nesse capítulo, quisemos homenagear também os ciclistas militares que nasceram, exatamente, há 100 anos, quando constituíram o Batalhão de Ciclistas n.º 1 para participarem no Corpo Expedicionário Português da 1.ª Guerra Mundial”. O comandante da BrigRR considerou ainda que o evento” foi um sucesso”. “Começando com uma primeira etapa, de Lamego para Aveiro, a segunda de Leiria pelo Santuário de Fátima, até Tomar, depois tivemos um dia reservado ao Grande Prémio disputado no Aeródromo Militar de Tancos, o único dia em que houve classificação aberta ao Exército, depois fizemos Tancos a Sintra e hoje de Beja para Estremoz, a mais recente unidade territorial que integrou a brigada”, disse. A confirmar que o ciclismo não é uma atividade de todo estranha ao Exército Português está o facto de, em 1927, quando se realizou a 1.ª Volta a Portugal em Bicicleta, ter uma participação militar, com classificação específica, facto confirmado pelo general Perestrelo, adiantando: “A logística das unidades militares também colaborou muito para que se realizassem as etapas dessa 1.ª Volta a Portugal de 1927, na altura organizada pela União Velocipédica Portuguesa, que mais tarde deu origem à Federação Portuguesa de Ciclismo”.
O recém-instalado Regimento de Infantaria n.º 1 (RI 1), de Beja, associou-se ao evento, enquanto unidade integrante das BrigRR, e teve mesmo a participação do militar cubense Bruno Madeira no pelotão, pelo que o seu comandante, coronel Carlos Nunes Faria, considerou que “o Regimento e a cidade de Beja têm razões de sobra para se orgulharem de participar nesta atividade inserida nas comemorações da BrigRR. O Regimento de Beja, bem como o de Estremoz, são duas unidades na região Sul que integraram muito recentemente a orgânica da BrigRR, duas unidades com características próprias, que se inserem muito bem no conjunto daquilo que é a identidade do Alentejo, e, portanto, estamos todos muito satisfeitos, os militares e os cidadãos da nossa bonita cidade de Beja”. O comandante do RI 1 explicou depois que “a BrigRR é uma brigada de primeiro emprego em casos de conflitualidade ou outras atividades militares, tem no seu seio forças de diferentes especialidades, comandos, paraquedistas e operações especiais, com outras unidades de apoio e é uma brigada de grande importância no seio do Exército Português”. Questionado sobre o exemplo que o Regimento de Beja tem sido numa nova filosofia de abertura na instituição castrense à comunidade, o Coronel Carlos Faria sublinhou: “Beja felizmente que tem, não diria dentro da cidade, mas na sua proximidade um regimento, aliás, eu corrijo, inicialmente o regimento esteve mesmo no centro na cidade, permanecendo 100 anos no Convento de São Francisco e só em 1956 se mudou para o então ‘quartel novo’ no Vale do Aguião, à saída para Mértola, mas Beja pode congratular-se pelo facto de ter um regimento que sempre teve uma postura de grande proximidade com a população que serve e continuará a ter agora que mudou de designação de RI 3 para RI 1, e creio que agora o regimento tem ainda mais condições de manter essa proximidade e de continuar a apoiar a população de Beja”.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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