sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O realizador de sonhos


O jovem Pedro Brito Lança reúne todos os atributos para ter um futuro ainda mais brilhante. O presente já é! Campeão nacional de basquetebol pelo Sport Lisboa e Benfica e jogador da seleção nacional que recentemente disputou o Campeonato da Europa Sub/16 na Bulgária.

Texto Firmino Paixão Foto PBL


Tem tudo para triunfar, um discurso humilde e fluente e uma personalidade forte, tudo colorido com a ambição dos grandes campeões. Nasceu em Beja há 15 anos e conta que “aos seis, a idade em que todos os miúdos iam para o futebol, os meus pais não concordaram muito com essa escolha e então procurámos um desporto diferente”. E foi assim que a modalidade surgiu na sua vida: “Encontrámos o basquetebol do Despertar Sporting Clube, onde, numa primeira época, a importância do treinador Luís Caramba foi determinante para me cativar; incentivou-me e teve a coragem de me integrar sempre no escalão superior”. Quando o Despertar cessou a atividade, representou o Beja Basket Clube, até que “há dois anos estive num campo de férias, em basket, dirigido por Goran Nogic, um dos coordenadores técnicos do Benfica e conheci vários jogadores benfiquistas que me incentivaram a fazer a pré-época no clube”. E aí surgiram as primeiras dificuldades: “Nessa temporada não consegui, era novo e a família não concordou, então fiz a época em Beja, mas sempre com o sonho de, no ano seguinte, tentar fazer uma pré-época no Benfica. Voltei ao Campo de Basket e o convite repetiu-se. Ganhei coragem, falei com os meus pais e lá fui. Fiz lá a pré--época, o Benfica convidou-me, e depois as coisas foram evoluindo normalmente”. E assim vestiu a camisola de um grande clube, com a qual conquistou o título nacional em Sub/16, uma sucessão de sonhos realizados. “Nunca imaginaria isso, sabia que tínhamos uma boa equipa. Primeiro, jogar pelo Benfica foi logo a concretização de um sonho, depois, ser campeão nacional logo na primeira época, foi algo indescritível, foram dois sonhos concretizados”, confirmou o jovem.
De águia ao peito a visibilidade foi crescendo e o passo seguinte foi a chamada à seleção nacional: “Claro que a camisola do Benfica me deu alguma possibilidade de eu ser mais visto, porque disputei o campeonato nacional jogando contra as melhores equipas, mas foi o Beja Basket Clube que me deu asas para eu dar o passo em frente”. Um passo de gigante, porque logo a seguir veio a convocatória para a seleção e Pedro Lança confessa que “vestir a camisola das quinas é sempre um orgulho, é algo inesquecível, significa que estamos a defender o nosso país, e isso é mesmo um sentimento indescritível”.
Recém-chegado da Bulgária, onde competiu no Europeu da categoria, ainda tem fresca a memória de uma experiência algo extraordinária: “Não estava à espera, mas foi o resultado de um ano com muito trabalho e com muita ajuda da família, muita ajuda dos treinadores em Beja, depois as coisas surgiram naturalmente, foi uma experiência inesquecível, uma vivência que ficará para toda a vida”. Algo que o marcará para sempre, já que, diz, “foi o meu primeiro Campeonato da Europa, é algo marcante para qualquer jogador, depois foi um conhecimento extraordinário, quer a nível de terra e das culturas, porque a Bulgária é um país completamente diferente de Portugal mas, acima de tudo, porque tive o privilégio de poder contactar com jogadores com um nível de basquetebol muito superior ao que se pratica em Portugal”.
Quanto aos resultados desportivos, referiu que “o objetivo principal era sermos competitivos em todos os jogos e penso que isso foi concretizado; fizemos um bom campeonato, com alguns momentos bons, outros menos bons, e conseguimos ficar no 12.º lugar”. Pedro Lança já realizou alguns sonhos: “Sou jogador de um grande clube e fui campeão nacional e atleta internacional”. Mas a sua ambição é quanto baste: “O objetivo é chegar o mais longe possível, não tenho metas estabelecidas, queremos sempre jogar nas melhores equipas e tentarmos fazer história para o nosso país, encarando cada etapa com a maior intensidade e com o maior amor possível pelo que se faz e depois as coisas surgirão naturalmente a quem trabalha bem e se dedica.”
E quanto a poder ser, talvez, um exemplo para os outros jovens da sua idade, Pedro diz: “É sempre importante termos uma referência, alguém com quem nos identifiquemos, não sei se serei um exemplo para eles, mas se olharem para o meu percurso desportivo podem tentar retirar algumas ideias que os ajudem no seu crescimento como atletas”. O percurso académico, igualmente bem-sucedido, passa pelo Curso de Ciências Tecnológicas na Escola Diogo de Gouveia, em Beja, e a opção pela Medicina, em linha com a tradição familiar, ainda não está decidida. “Ainda não me inclinei para nenhuma área específica, gosto de tudo, quero esperar e decidir mais tarde”, conclui.  

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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