A Piscina Municipal de Beja acolheu o 10.º Torneio Ibérico de Kayak Polo Luís Sobral, competição organizada pela Associação Juvenil Pagaia Sul, de Beja, que reuniu equipas de Setúbal, Lisboa e Espanha.
Texto e fotos Firmino Paixão
A equipa andaluza de Arcos de la Frontera venceu o Torneio Ibérico de Kayak Polo que homenageou Luís Sobral, dirigente da Pagaia Sul. Ausente na Polónia por motivos profissionais, Luís Sobral, vice-presidente da Associação Pagaia Sul (APS), de Beja, viu o seu clube dedicar-lhe a décima edição do Torneio Ibérico que, habitualmente, organiza na Piscina Municipal de Beja, infraestrutura onde conta com o apoio do município local na manutenção do plano de água e noutro tipo de logística. Por isso, mostrou-se “surpreendido por chegar aqui ao fim de seis anos e ver tantos atletas novos a dar continuidade a um desporto que nós amamos, não sendo uma modalidade muito conhecida, mas de dia para dia as pessoas vão tomando algum conhecimento do kayak polo”.
Quando aos objetivos da prova, revelou: “É um torneio anual que serve um pouco para trocarmos experiências com equipas que habitualmente não encontramos no campeonato nacional, nomeadamente as equipas espanholas. Partilhamos táticas e modelos de jogo e estamos surpreendidos com a qualidade das equipas. O torneio foi bem-sucedido, os participantes deram-nos nota do seu agrado e isso para nós é importante, só é pena o público não aparecer mas, na verdade, a modalidade não é muito conhecida”.
As outras metas perseguidas por esta organização são “preparar a equipa para a próxima época, tendo em conta que não se realizam muitos torneios nesta altura. Os atletas treinam mas falta-lhes competição para sentirem mais ritmo, muitos atletas nem treinam e há equipas a treinar com dois ou três atletas e estes torneios servem um bocado para dinamizar a preparação da equipa e afinar táticas”.
De resto Luís Sobral sabe que “de ano para ano a competitividade do campeonato nacional tem sido crescente”: “Temos conseguido boas prestações nos campeonatos mas as equipas são muito competitivas. O Setúbal era campeão todos os anos e as coisas têm mudado um bocado, porque o clube investiu mais na formação”. Já quanto à possibilidade de a Pagaia Sul optar pelo mesmo caminho, Luís Sobral revelou: “Acredito que com a ajuda de todos podemos melhorar muito, temos de remar todos na mesma direção para nos organizarmos melhor, as ajudas não são muitas, cada atleta suporta os seus encargos, isso é uma característica do kayak polo”. E recordou: “Quando entrei para a modalidade disseram-me que isto era um desporto para ricos, coisa que não faz qualquer sentido, porque no arranque só tivemos o apoio do município mas, atualmente, cada atleta suporta os custos do equipamento, quem está cá sabe que os apoios exteriores são poucos, mas são sempre uma ajuda fundamental”.
Recentemente o projeto esteve à beira da inatividade, mas o dirigente sublinha: “Este projeto está sempre em risco, não queremos deixar apagar esta chama e acreditamos sempre que um dia mais tarde, já não será para nós mas para atletas vindouros, possamos formar mais jovens, temos dois jogadores de seleção formados no clube, e eu gostava muito de ver a equipa de Beja com mais destaque e que este projeto que é a nossa paixão tenha continuidade, que se valorize e seja duradouro”. Até lá, Luís Sobral regressará de novo à Polónia, um dos baluartes do remo, onde pratica kayak polo e promove o vinho português, mas sublinha: “Gostava de voltar um dia para a minha terra, mas tenho lá a família, no início foi doloroso, mas agora já penso que o meu futuro será lá, sempre com os olhos postos no meu país e o coração na minha terra, porque a saudade é imensa. Há seis anos que não jogava kayak polo com esta equipa, foi muito gratificante, mas espero que a modalidade se valorize e tenha futuro em Beja e que se alicerce na nossa juventude”, concluiu.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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