quinta-feira, 24 de março de 2016

Alentejana”


  A     A     A  
 
José Saúde

Numa jornada aonde o ciclismo arrebata sumptuosas emoções, recorro a imagens que sobrelevam a minha estima por uma modalidade que tive a oportunidade de conhecer e onde soube o quão difícil é a competição velocipédica. Viajemos pelas ondas sedutoras de um tempo sempre inesgotável, galguemos portagens inestimáveis e cheguemos ao conforto de espólios doados pelos nossos antepassados. Cuba, vila onde se diz que terá nascido Cristóvão Colombo, afirmou-se como anfitriã de um cosmos onde prolifera o fértil prazer pelas bicicletas. Aliás, existem representações que datam de 1904 que expressam que na terra já se praticava o ciclismo e que ali se construiu uma pista, em terra batida, com 360 metros, sendo considerada a terceira em Portugal. Só as de Lisboa e da Figueira da Foz suplantavam a cubense. Em tempos mais recentes o Alentejo viu prosperar uma prova que foi crescendo com substância e que hoje assume estatuto internacional. A 34.ª edição da Volta ao Alentejo esteve ao rubro e o povão alegrou o olho com uma caravana que liberta escaldantes sensações. O serpenteado de um pelotão numeroso e uma caravana multicolorida que se distribuiu ao longo da estrada são bênçãos que levaram ao êxtase o adepto que não abdicou do seu insofismável apoio. Recordo, com nostalgia, as amizades que se construíram no seio da comitiva num período em que a “Alentejana” era organizada com a cumplicidade das autarquias. Todavia, os ventos mudaram de rota e agora existe um preceituado que intercede com regras internacionais e que tem honras de um lícito cumprimento. Uma curiosidade prende-se com o facto de, nas 34 edições realizadas, nenhum corredor ter subscrito o seu nome por duas vezes na “Alentejana”. Fica a curiosidade. Agora é tempo de louvar a ostentação que o testemunho competitivo trouxe às cidades, vilas, aldeias e lugarejos, sobrando o nosso subtil desejo em receber forasteiros que partirão motivados para regressarem a uma região que encarecidamente os acolheu. Bem-haja a inolvidável “Alentejana”!

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário