quinta-feira, 24 de março de 2016
O Enric foi de Ma(i)s
O jovem Enric Mas, 21 anos, espanhol que integrou a equipa checa da Klein Constantia, venceu a 34.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta/ /Crédito Agrícola. O melhor português, quinto na geral, foi Rafael Silva (Efapel).
Texto e fotos Firmino Paixão
O maiorquino Enric Mas reconquistou a camisola amarela na última etapa da prova, que terminou em Évora, pondo termo a uma disputa com o norueguês Krister Hagen (Team Coop/Oster Hus) que liderava a “Alentejana” desde o final da etapa que terminou em Beja.
Enric Mas garantiu o triunfo com a bonificação alcançada na última meta volante da prova, em Arraiolos, onde passou em segundo lugar. Empatado em tempo com Hagen, terceiro no sprint intermédio de Arraiolos, Enric só tinha que evitar que o seu principal adversário não bonificasse na meta final, mas esse foi o trabalho da sua equipa, que permitiu o triunfo na etapa ao francês Remi Cavagna, seguido do colega Schachman, com o português Samuel Caldeira (W52 FC Porto) a intrometer-se no terceiro lugar, impedindo Krister de bonificar e oferecendo, literalmente, o triunfo a Enric Mas, que já tinha vestido a “camisola amarela” após o triunfo na etapa que se concluiu em Montemor--o-Novo. O espanhol saiu do Alentejo com três camisolas, líder da geral, classificação por pontos e prémio da juventude. Uma volta competitiva, quase dominada pelos estrangeiros (a exceção foi Amaro Antunes (LA/Antarte), vencendo o prémio de montanha, e decidida sobre o risco da última meta. O melhor português, quinto na geral, foi Rafael Silva, da Efapel, enquanto o Sporting/Tavira meteu os espanhóis David La Fuente e Jesus Ezquerra no terceiro e quarto lugares. A Axeon Hagens/ /Berma venceu por equipas, com o Sporting/Tavira na terceira posição.
Uma “Alentejana” bem--sucedida, considerou Joaquim Gomes, diretor de organização da prova: “Claro que sim, estamos a falar de um evento que já exige muito empenho por parte do organizador. Sentimos a responsabilidade de termos nas mãos um evento de referência do ciclismo nacional, um evento estruturante para o Alentejo, e quando terminamos esta edição, ultrapassando conflitos que têm a ver muitas vezes com questões politicas que, eventualmente, condicionam o desenvolvimento de muitas regiões, e a Volta ao Alentejo funciona nesta região como um evento que reforça a identidade de uma região, acabamos por unir toda esta gente e promover os principais valores da região, e não me canso de falar na arte chocalheira, no cante alentejano, nas flores das festas do povo, daí que esteja plenamente feliz”.
No plano desportivo uma supremacia dos estrangeiros em contraponto com a ideia de que os portugueses andam a preparar a Volta a Portugal, Gomes assumiu: “Esse é um grande defeito do ciclismo português e não é de agora, mas temos que realçar que estas equipas estrangeiras, algumas delas satélites das grandes equipas internacionais, têm nas suas fileiras corredores com enorme potencial para serem o futuro do ciclismo mundial, agora, as nossas equipas acabam por estar muito condicionadas a uma cultura desportiva em que só estamos disponíveis para colocar toda a carne no assador durante a Volta a Portugal”. E numa volta onde foram lembradas glórias como José Maria Nicolau, Augusto Carvalho, Alfredo Trindade, Jose “Faísca”, Joaquim Agostinho e Orlando Rodrigues, a presença de Leonel Miranda (no pódio de Montemor) e de Venceslau Fernandes (em Beja) foram momentos estimulantes.
O próprio Venceslau disse: “Vim ver como funciona hoje o ciclismo que foi sempre uma das minhas grandes paixões e matar saudades do Alentejo, é um prazer visitar uma região tão bonita. Isto está muito diferente dos meus tempos, está tudo melhor, a corrida, os equipamentos, as bicicletas, é tudo diferente do meu tempo, mas não estou a ver estes ciclistas a fazerem melhores médias do que nós fizemos, se compararmos os tempos e atendermos que eles hoje rolam sobre verdadeiras pistas”.
Etapas: vencedores e líderes 1.ª Portalegre/castelo Vide: Imanol Estevez (Euskadi). Amarela: Imanol Estevez (Euskadi). 2.ª Monforte/Montemor-o-Novo: Enric Mas (Constantia): Amarela: Enric Mas (Constantia). 3.ª Portel/ /Beja: Johim Ariesen (Metec). Amarela: Krister Hagen (Team Coop). 4.ª Aljustrel/Grândola: Jarno Mejiling (Metec). Amarela: Krister Hagen (Team Coop). 5.ª Santiago do Cacém/Évora: Remi Cavagna (Constantia). Amarela: Enric Mas (Constantia).
Geral individual (Camisola Amarela): 1.º Enric Mas (KLC), 21.54.49 horas. 2.º Krister Hagen (COH), mt. 3.º David La Fuente (SCP/Tav), a 9s. 4.º Jesus Ezquerra (SCP/Tav), a 11s. 5.º Rafael Silva (AFP), a 15s.
Equipas: 1.ª Axeon/Hagens Berma. 2.ª Klein Constantia. 3.ª Sporting/Tavira.
Pontos (“camisola verde clara”): Enric Mas (KLC): juventude (“camisola branca”): Enrica Mas (KLC). Montanha (“camisola verde escura”): Amaro Antunes (LA/Antarte).
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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