Um dérbi, em qualquer modalidade, é sempre um momento muito emotivo. O jogo de andebol entre o CCP de Serpa e a Zona Azul, de Beja, confirmou a regra. Um grande jogo e uma boa propaganda do andebol.
Texto e fotos Firmino Paixão
No final a vitória sorriu aos bejenses que, contrariamente aos seus adversários, conseguiram manter incólume a possibilidade de atingir um dos lugares que dará acesso à subida de divisão. O dérbi teve dois momentos distintos. Uma primeira parte em que o Serpa foi melhor e andou sempre na frente do marcador, saindo para o intervalo com a vantagem de 13/9. Um segundo período de maior clarividência dos bejenses, que viraram o resultado até aos 26/31 com que terminou a partida.
A Zona Azul reparte o segundo lugar com o Albicastrense e o Oriental, todos a dois pontos do líder, Vela de Tavira. O Serpa está na última posição.
No final da partida, António Baião, técnico serpense, concordou: “Foi uma boa propaganda do andebol, o público correspondeu e foi incansável no apoio que nos transmitiu, há muito tempo que não via uma casa assim”. Sobre o jogo, comentou: “Fizemos quase tudo bem feito, trabalhámos durante a semana olhando para este jogo, sabendo que a equipa adversária tinha outros argumentos”. Contudo, assumiu: “Até ao intervalo gerimos bem o jogo e fomos superiores à Zona Azul, na segunda parte entregámos o triunfo ao adversário, naturalmente sem tirarmos o mérito aos bejenses que nos criaram muitas dificuldades no trabalho defensivo, e depois não conseguimos entrosar e entrar naquele que foi o estilo de jogo da Zona Azul”.
Identificando as principais dificuldades, Baião sublinhou: “Estávamos preparados fisicamente, a questão não foi física, mas a equipa quando se viu a perder por 17/14 não soube gerir o ânimo, ainda voltámos ao jogo, estivemos em 25/26 e nos momentos em que tínhamos que chegar ao empate e dar a volta ao resultado não conseguimos. Falhámos nisso, porque do outro lado também esteve uma equipa com bons argumentos em termos defensivos, com grande experiência, que nos ofereceu maiores dificuldades. Parabéns ao nosso adversário, mas nós saímos com a cabeça levantada”.
O técnico do Serpa advertiu ainda: “Não é fácil gerir uma equipa que tem três derrotas em três jogos, apesar de estarmos nesta fase pela primeira vez, mas temos um plantel curto e não é fácil, trabalhamos durante a semana com seis ou sete jogadores de campo. Contudo, tentaremos fazer melhor, o objetivo principal foi chegarmos a esta segunda fase, a direção tem sido incansável no apoio que tem dado a esta equipa, os jogadores deram uma boa resposta na primeira fase, nesta segunda mostram querer, mas é preciso algo mais, como termos mais alguma experiência para podermos marcar terreno nestas fases do campeonato”.
Por sua vez, Hugo Estanque, que nesta época faz a sua estreia como treinador, confessa: “É uma experiência diferente a que tive que me adaptar, sou treinador e jogador, mas somos um grupo muito unido que aceitou bem esta situação, estamos focados em construir uma boa equipa e conseguirmos um bom campeonato e isso facilita muito a minha tarefa”. Lembrou ainda: “Conhecemo-nos e jogamos juntos há muito tempo e depois a amizade que nos une torna tudo mais fácil, principalmente nos momentos mais difíceis, porque nos outros momentos, quando se ganha, é tudo mais fácil”. O treinador bejense concordou que “foi um grande jogo, entre duas boas equipas”. “Nós que já temos alguma experiência nesta fase, o Serpa é mais jovem e a rivalidade é um fator que influencia estes momentos, mas o nosso objetivo é ganhar todos os jogos”.
A equipa não se afastou do objetivo final, mas Hugo Estanque sublinhou: “O campeonato está equilibrado e os pontos que conseguirmos fora de casa são essenciais, mas ainda é prematuro fazermos outras avaliações, pensamos num jogo de cada vez, lutando sempre pela vitória, para facilitarmos a nossa missão, pois com a ambição com que encaramos a competição parece-me que é de todo justificável querermos ficar nos dois primeiros lugares”.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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