sexta-feira, 27 de maio de 2016

Um “triplete” inédito


“Vamos fazer o que ainda não foi feito” é o refrão de uma música de Pedro Abrunhosa, e foi também o pensamento mais repetido pelo treinador do Aljustrelense, Vítor Rodrigues, no final da época desportiva.

Texto e fotos Firmino Paixão


Uma sucessão de conquistas inédita no futebol do distrito de Beja. Três competições numa só temporada, sendo certo que a Supertaça é uma competição recente e que o Aljustrelense já a conquistou em 2013/14. A Supertaça fechou a temporada e os protagonistas foram os mesmos da final da Taça Distrito, num jogo em que os mineiros marcaram aos 2’ de cada parte. Na primeira, num ressalto da bola que traiu Rosindo, na segunda, na sequência de um pontapé de canto. O Aljustrelense adiantou-se no marcador e retraiu-se, deixando o domínio do jogo ao Piense que procurou o empate, mas o bloco defensivo dos tricolores fechou os caminhos da baliza.
O segundo tempo abriu com o segundo golo mineiro, o Piense ainda reduziu, mas no lance seguinte viu Bruno Conduto aumentar a vantagem. Nabor marcou o quarto e Rui Moita reduziu a desvantagem. Vitória justa do Aljustrelense numa partida em que o Piense voltou a merecer algo mais. Por isso, o treinador João Daniel considerou: “Caímos mais uma vez perante a equipa que foi campeã distrital, mas caímos de pé e com a noção de que não foram superiores a nós. Tivemos uma atitude muito boa e uma qualidade de jogo que se vê pouco. Digo isto sem qualquer pingo de vaidade, são processos que se trabalham e ideias em que se acreditam e gostava que houvesse mais equipas a jogar futebol como nós jogámos, perante a equipa que ficou em primeiro lugar no campeonato. Não ganhámos, mas fomos uns dignos vencidos”.
O técnico do Mineiro, Vítor Rodrigues, comentou: “Isto foi algo que fomos conquistando ao longo do tempo, foi algo que não colocámos como nosso objetivo, surgiu com as vitórias, com as motivações, com o querermos mais e começarmos a pensar que seria possível. Apareceu o campeonato, apareceu a Taça e hoje foi o culminar de um grande trabalho feito, essencialmente, pelos jogadores, porque são eles que executam aquilo que nós queremos e são eles que acreditam naquilo que nós fazemos e são incansáveis. Disse-lhes que, no futuro, alguém pode conseguir igual, mas o primeiro foi o Aljustrelense, com o contributo de cada um deles e isso será perpetuado como os primeiros atletas a fazerem o ‘triplete’ na AFBeja”. Depois assumiu: “Começámos um bocadinho mal, não conseguimos trocar a bola, sabíamos que se o jogo fosse intenso o Piense não aguentaria o nosso ritmo. O golo apareceu logo no início e, se calhar, deu-nos algum conforto e não tanta ambição como esperávamos, mas tivemos sempre o jogo controlado e à medida que o tempo ia avançando o Piense ganhava alguma ansiedade e os espaços iriam abrir-se, por isso, acho que não deixa qualquer tipo de dúvida que fomos merecedores desta Supertaça”.
No remate da época, e assegurada a continuidade de Vítor Rodrigues em Aljustrel, fica ainda a incerteza da renovação de João Daniel, pelo Piense. O técnico adiantou: “Estávamos à espera que terminasse a época para conversarmos com calma, mas não vou esconder que esta época houve situações que me desagradaram, que não gostava de ter vivido, situações complicadas que eu sei que o clube não podia resolver, porque não tem essa capacidade, perdemos jogadores fulcrais durante grande parte da época, terminámos em sexto lugar quando, no início da época, apontávamos para os primeiros lugares e essas coisas foram fazendo-me ficar mais desanimado e, nesta fase, vou ser sincero, estou mais fora do Piense do que dentro”, concluiu.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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