sexta-feira, 24 de junho de 2016

Ações do clube na SAD estão penhoradas

Por divída de 300 mil euros ao Ginásio Naval de Faro
Ações do clube na SAD estão penhoradas
Foto: Filipe Farinha
As ações do Farense na SAD (no valor de 150 mil euros, correspondentes a 30% do capital social) estão penhoradas por ordem do Ginásio Clube Naval de Faro, revelou esta terça-feira o presidente do Farense, António Barão, numa carta aberta dirigida aos sócios.

O diferendo é antigo (remonta a 2004) e tem vindo a arrastar-se nos tribunais: quando Gomes Ferreira liderava, em simultâneo, o Farense e o Ginásio Clube Naval esta última coletividade emprestou 300 mil euros ao vizinho da cidade mas tal importância não foi devolvida, o que levou ao recurso aos meios judiciais.

Na carta aos sócios António Barão refere ainda que o Farense está a pagar, faseadamente, dívidas ao antigo treinador João Alves e ao antigo jogador Hassan e, recentemente, um outro antigo atleta do clube, Carlos Costa, moveu um processo judicial com vista ao pagamento de cerca de 100 mil euros em dívida.


Fazendo um balanço da última década, António Barão diz que encontrou um clube "moribundo" e, atualmente, os escalões de formação "contam com cerca de 300 crianças e somos uma das potências do basquetebol no sul do país e uma das principais forças do futsal, com a recente subida à 2.ª Divisão nacional."

Na altura em que iniciou funções o presidente do Farense deparou "com um clube que se preparava para vender o seu maior património, o Estádio de São Luís, por uma verba que não chegaria para pagar as dívidas. Decidi travar esse processo e temos feito constantes obras de beneficiação no recinto."

O passivo, há dez anos, "rondava os 15 milhões de euros e hoje anda na casa de dois milhões e 700 mil euros. As dívidas negociadas da SAD insolvente atingiam os quatro milhões de euros e conseguimos reduzi-las para 700 mil euros."

António Barão lamenta outras dívidas herdadas do passado. "Devemos cerca de 500 euros à Federação Portuguesa de Futebol, no âmbito do 'Totonegócio' e, por isso, nada recebemos dos jogos da Taça de Portugal, como sucedeu na receção ao Sp. Braga, esta época. Com a Sport TV, foram antecipadas receitas de vários anos e se um dia viermos a firmar um novo contrato será necessário regularizar essas contas. As receitas da clínica e do café estão penhoradas, por dívidas..."

Entre críticas à Câmara de Faro - que passou para o clube as contas do fornecimento de água e energia elétrica ao Estádio de São Luís, numa fatura mensal de mais de seis mil euros "quando cerca de 90% da despesa deriva das atividades amadoras" - e ao tecido empresarial local, o líder do Farense conclui que "todas as épocas o clube parte com um défice de 550 mil euros, pois as despesas mensais rondam os 77 mil euros e as receitas não vão além dos 32 mil euros."

António Barão refere que prometeu aos sócios "não vender o clube, como no passado se fez" mas admite que "esse ponto de honra está a sair caro, embora o continue a cumprir", com a carta aberta a ter como finalidade "dar conta da realidade vivida nos últimos anos, que muitos desconheciam e muitos outros ignoram."

Autor: Armando Alves
Fonte:  http://www.record.xl.pt

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