Bruno Paixão e Patrícia Serafim, sim, eles outras vez, as duas grandes figuras do Beja Atlético Clube (BAC), foram os vencedores absolutos da XXX Escalada do Mendro, prova organizada pelo município de Vidigueira.
Texto e fotos Firmino Paixão
Trinta anos de escalada e mais um recorde de participação. Mais de meio milhar de concorrentes na caminhada e corrida, e mais de sete dezenas nas corridas jovens. Um sucesso explicado pelas invulgares características da prova que, este ano, foi apadrinhada por Paulo Guerra, antigo campeão europeu de corta mato, e pelo olímpico Paulo Gomes, quádruplo vencedor da prova.
“Ataquei logo no início, porque estavam aqui atletas de nível”, disse Bruno Paixão no final, identificando: “O Paulo Gomes, o Carlos Silva, o José Gaspar e o Rui Muga são muito bons em montanha, sabia que me podiam ganhar nas subidas, mas também sei que estou forte a finalizar. Era o meu fraco antigamente e perdi muitas provas por isso, mas agora estou bem na parte final das corridas. Nos últimos quilómetros vi o Paulo Gomes a perseguir-me, ataquei mais e consegui manter a vantagem até à meta”.
O portalegrense do BAC repetiu o triunfo de 2015 e fez questão de felicitar a organização desta corrida disputada em terras de pão, gentes de paz. “É gente simpática que nos acolhe com grande satisfação, gosta que estejamos presentes, é uma competição muito dura, não é para todos, isto dói, é uma escalada com subidas muito íngremes e quem não se souber controlar chega ao fim esgotado”.
Uma opinião partilhada pela vencedora do setor feminino, Patrícia Serafim. “Sem dúvida, foi muito difícil, nos últimos tempos não tenho treinado montanha, mas fruto do trabalho que já fiz anteriormente consegui superar as minhas expetativas e acabei por vencer a prova”. A atleta revelou ainda: “O Beja Atlético Clube continua em grande, principalmente na vertente de masculinos onde tem, realmente, uma grande equipa, no setor feminino sou eu apenas, mas vou procurando fazer o melhor”.
O próximo desafio para Patrícia será no litoral alentejano. “Estarei nas Brisas do Atlântico, é outra prova importante, onde me empenharei para conseguir o melhor resultado”, assegurou. Paulo Guerra, por sua vez, ficou com uma excelente impressão da corrida, lembrando:“Esta prova fez com que eu me recordasse dos tempos em que fazia aqueles corta matos mais difíceis, uma parte do percurso é realmente um corta mato, depois tem a mistura do asfalto, grandes subidas e descidas e uma paisagem lindíssima, vê-se o recorte das montanhas no horizonte, que me faz lembrar a minha terra”.
O atleta barranquenho deu ainda a conhecer: “Voltarei em breve ao Alentejo para dinamizar e promover o atletismo desde as camadas jovens, aos menos jovens”. Como? “Criando centros municipais de marcha e corrida, implementados junto das freguesias, municípios ou nos clubes”. “Será fácil”, explicou, “mas temos que estar todos em sintonia para montar estes centros, estou disponível para ajudar o Alentejo e pôr o pessoal a equilibrar um pouco mais a balança, porque eu costumo dizer que, se num prato pomos o que comemos e bebemos com alguma vontade, no outro prato teremos que colocar a atividade física, para termos mais qualidade de vida”.
Luís Pestana vereador com o pelouro do desporto no município de Vidigueira sublinhou: “A escalada tem crescido, ano após ano, temos tido maior participação e, este ano, ultrapassámos todas as expetativas. É uma prova sui géneris, que tem circuito urbano e natureza, e quem cá vem também pode disfrutar de um ambiente e do acolhimento fantástico que lhe oferecemos”.
O autarca enumerou que, “após a prova, os participantes puderam participar num almoço convívio, antecedido de uma prova de vinhos e de um momento de divulgação do cante alentejano”. “É uma estratégia para divulgarmos tudo quanto de bom temos no nosso concelho, esperando que as pessoas decidam voltar cá noutras ocasiões”, disse.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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