sexta-feira, 8 de julho de 2016

Não vamos desistir”


A Seleção Sub/14 da Associação de Futebol de Beja concluiu o Torneio Nacional Interassociações Lopes da Silva no 19.º lugar. Perdeu com as equipas de Aveiro, Lisboa, Madeira e Portalegre e venceu Bragança.

Texto e fotos Firmino Paixão


Aveiro e Lisboa, as duas seleções finalistas do Torneio Lopes da Silva 2016, que se disputou na Madeira, foram os primeiros adversários da formação bejense. Dois jogos frente a equipas poderosas a quem os miúdos do Alentejo deram uma boa réplica, mas sem conseguirem evitar a derrota. Seguiu-se a Madeira, quarta classificada na prova, e nova derrota. O primeiro, e único triunfo, foi com a equipa de Bragança e, no fecho da competição, veio uma derrota com Portalegre que era de todo improvável. O coordenador técnico da Associação de Futebol de Beja, Paulo Paixão, analisou o percurso da equipa ao longo deste torneio.


O 19.º lugar não correspondeu nem ao valor, nem à ambição da equipa?Realmente a classificação final não espelha o valor da equipa, mas também sabemos que essas coisas acontecem no futebol. Se olharmos para a tabela classificativa constatamos que jogámos com os dois finalistas, Aveiro e Lisboa. Batemo--nos bem com Aveiro, que só marcou o golo nos últimos cinco minutos, depois jogámos com Lisboa, uma equipa em que metade de jogadores são do Benfica, outra metade do Sporting, estará ali o futuro da seleção, e Lisboa, que acabou por vencer o torneio, só construiu o resultado a meio da segunda parte e, no final, felicitaram-nos pelo jogo que fizemos.


Um percurso inicial de grande exigência defrontando as duas seleções finalistas…A nossa equipa ficou marcada por ter começado a prova sem conseguir pontuar e pelo tremendo desgaste que esses dois jogos provocaram. No jogo com Bragança o nosso maior inimigo foi o cansaço, ainda assim conseguimos ganhar. Com a Madeira tivemos outro dissabor, a Madeira tem uma seleção muito boa, ficou em 4.º lugar, era a associação anfitriã e apostou muito forte.


O jogo com Portalegre era para ganhar. Essa derrota foi a mais surpreendente?O jogo com Portalegre era para vencer. Não vamos fugir à ideia de que tínhamos essa obrigação, já lhe tínhamos ganho nos torneios regionais, sabíamos da nossa superioridade e esse resultado negativo, realmente, ficou-nos atravessado. Mas a sorte também não esteve connosco, consentimos dois golos em erros defensivos e depois eles fecharam-se muito para defenderem a vantagem que lhe caiu no colo.


E em termos de representatividade, deixaram uma boa imagem?Em termos do processo formativo os miúdos foram irrepreensíveis, ficámos muito contentes. Fizeram tudo o que lhes pedimos, tudo aquilo que foi a sua integração no torneio, a atitude comportamental, a prestação, a representatividade. E na imagem que transmitiram foram impecáveis, depois faltou a outra parte que eram os resultados desportivos.


O modelo competitivo deste torneio nacional não deveria proteger as equipas do interior, com menos capacidade de recrutamento?Sinceramente acho que sim. Sei que essa reflexão está em curso e é muito provável que o enquadramento possa ser alterado, pelo menos que existam duas fases competitivas, com as equipas mais difíceis como cabeças de série ou qualquer desenho que evite estes desequilíbrios que não fazem muito sentido. O torneio pode ter vários momentos competitivos, mais equilibrados, dando maiores oportunidades às equipas do interior.


Mas há dificuldades que não se podem contrariar, tais como a demografia da região e a grande extensão territorial do distrito.São duas dificuldades enormes. Quando falamos nisso num contexto da federação ou com outras associações, ficam muito surpreendidos pelas distâncias que os nossos miúdos têm que percorrer para reunirmos uma seleção. Mas é a nossa realidade, dificulta a nossa ação, é certo, mas essas adversidades ainda valorizam mais o trabalho do coletivo. Com uma base de recrutamento reduzida, a probabilidade de aparecerem mais talentos é menor, mas isso não pode ser impeditivo de fazermos este trabalho. Não vamos desistir! Vamos procurar atenuar essas adversidades que estão identificadas e continuar a trabalhar com muita ambição.


O vosso trabalho com as seleções manterá a mesma intensidade?Estamos no bom caminho, vamos continuar a trabalhar com os miúdos, este ano já fizemos, pela primeira vez, uma seleção sub/12 para que experienciem o espaço seleção mais cedo e para que os identifiquemos também mais cedo. Vamos ter mais treinos com todas as seleções, por isso, teremos que planear algumas paragens nos campeonatos, para que esse trabalho possa ser feito. E os próprios clubes beneficiam da experiência que os miúdos adquirem neste contexto.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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