sexta-feira, 14 de outubro de 2016
Os canais solidários
Carlos Papacinza (Beja Atlético Clube) e Sara Inácio (Diana de Évora) foram os vencedores absolutos da prova de 13 quilómetros da Volta Solidária de Alqueva, um evento de corrida, caminhada e provas para os jovens.
Texto e foto Firmino Paixão
Mostrar as “veias” por onde corre a água de Alqueva, promover boas práticas de vida ativa e estimular o espírito de partilha junto da população são os desígnios desta iniciativa promovida pela EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, que reuniu cerca de 560 participantes.
“Uma iniciativa que está a consolidar-se e que tem alguns princípios que nós estamos a tentar respeitar que são interessantes”, explicou José Pedro Salema, presidente do conselho de administração da EDIA, pormenorizando: “O primeiro é mostrar as infraestruturas no território, escolhendo uma vila, sede de hospedaria e ponto de partida e chegada desta prova”. Depois, prosseguiu, “escolhendo também uma associação de solidariedade local que é apoiada, principalmente com as receitas dos patrocínios que vamos obtendo e foi isso que fizemos”.
Nessa conformidade, adiantou José Pedro Salema, “este ano viemos para Cuba, o percurso da corrida passou ao longo do canal Alvito- -Pisão, que é um canal muito bonito, mas desconhecido porque não se vê da estrada normal, e só numa prova como esta é possível acompanhá-lo, serpenteando ao longo do seu percurso”. E, por outro lado, “apoiámos a Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, que apresentou a sua candidatura em devido tempo à EDIA, disponibilizou os seus recursos para ajudar na logística da prova e angariou uma verba que não é pequena e que está em torno dos 12 000 euros”.
Uma terceira via e esta subadjacente à característica do evento, foi o estímulo à prática de uma vida ativa: “Com certeza isso está implícito numa prova como esta, é óbvio que queremos promover um estilo de vida ativo e queremos pôr toda a gente a mexer e com esse exercício conhecendo o território e as infraestruturas dando a conhecer um bocadinho do que é esta rede de veias, como lhe chamou”. E recordou: “São cerca de dois mil quilómetros, que na sua maior parte estão enterradas, só cerca de 100 quilómetros estão à superfície, em canal, mas temos muitos lagos, muitos reservatórios, muitos espaços que podem ser para usufruto da população”.
Como parceiro da EDIA, o município de Cuba acolheu esta 3.ª Volta Solidária de Alqueva, mais um evento desportivo que promoveu a vila e cuja receita reverteu para uma entidade social do concelho, por isso, o autarca João Português sublinhou que a Volta Solidária de Alqueva “atingiu já uma dimensão bastante interessante no panorama regional e, para o município de Cuba, recebê-la aqui no concelho acaba por ser a cereja no topo do bolo no âmbito do trabalho que o município tem feito pelo desporto. Depois, sendo solidária e com a receita a reverter para uma instituição tão nobre como a Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, deixa-nos satisfeitos”.
Um evento que em paralelo mostra o trabalho que o município tem desenvolvido na consolidação da atividade desportiva na sua comunidade, concordou João Português: “É verdade e a prova disso foi a participação de atletas e da população de Cuba neste evento, certamente meia centena de pessoas, entre atletas e gente interessada em cultivar a boa saúde física através do desporto e isso é o melhor cartão-de-visita do trabalho que o município tem desenvolvido nessa área. Uma quantidade de iniciativas e o trabalho de parcerias desenvolvido, quer com o Cuba Running, quer com a Associação de Atletismo de Beja, acabam por demonstrar que o ‘mérito autárquico’ que nos foi atribuído por esta entidade faz todo o sentido”.
O percurso coincidiu, quase na totalidade, com o traçado do canal Alvito-Pisão, uma infraestrutura que atravessa o concelho e que, quisemos saber, pode ter provocado já algum impacto positivo na agricultura local: “Sim, tem sido bastante importante, o concelho de Cuba está aqui no ‘olho do furacão’, como costuma dizer-se, temos cerca de 7 000 hectares irrigados e vai começar agora o bloco entre Faro do Alentejo e Odivelas e isso será bastante importante em termos da dinamização da agricultura, mudando um pouco a face daquilo que era a agricultura tradicional, permitindo que surjam jovens e novos agricultores, reforçando aquela que é a atividade mais importante do concelho”.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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